A Essência da Liberdade Humana e a Sua Prática
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A Liberdade como Condição Humana
A liberdade é a condição mais preciosa do homem, uma característica que o diferencia dos outros seres da natureza. Nas palavras de E. Rabier: "...os homens acreditam na sua liberdade e foi-lhes atribuído, com ou sem razão, o poder de escolher entre várias resoluções...". Esta experiência que todos partilhamos está intimamente ligada ao exercício da nossa vontade. É através do ato voluntário que os homens realmente fazem uso e praticam a liberdade. A liberdade é, portanto, uma força positiva, uma maneira nova e criativa de entrar no mundo, no qual participamos ativamente. É o maravilhoso privilégio do homem, cuja síntese também pode ser colocada na harmonia dinâmica das leis que o governam.
Limites e Utopia da Liberdade Total
O homem é uma pessoa e, como tal, a sua moralidade aperfeiçoa-se através das suas escolhas. Neste mundo, onde as nossas ações são condicionadas e limitadas natural e artificialmente, falar de liberdade total seria uma utopia. Fatores que por vezes substituem ou limitam a nossa liberdade incluem:
- A sociedade
- A cultura
- A educação
- O direito
- Fatores internos, como o medo
Contudo, por outro lado, essas restrições ajudam a alcançar uma liberdade igual para todos, sem vantagens para ninguém.
A Liberdade Responsável
A liberdade responsável deve ser o motor da nossa maneira de agir, contribuindo assim para a construção da liberdade dos outros e levando-nos sempre, em todos os casos, à escolha do bem, o único fundamento da nossa existência.
A Prova Prática da Liberdade
É compreensível que muitos filósofos se tenham empenhado em defender ou atacar a nossa liberdade, mas essa é uma luta teórica que pouco importa na realidade. Somos livres porque a nossa consciência e as nossas ações o provam. Como disse Galeano, "Não se pode pregar a liberdade, mas sim começar a praticá-la". Para terminar, vejamos o conselho de Savater:
Quando alguém se esforçar para negar que os homens são livres, aplique o teste do filósofo romano. Na Antiguidade, um filósofo romano discutia com um amigo que negava a liberdade humana e assegurava que todos os homens não têm escolha senão fazer o que fazem. O filósofo pegou no seu cajado e começou a bater-lhe com toda a força.
— Pare, por favor, não me batas mais! — disse o outro.
E o filósofo, sem parar de bater, continuou a argumentar: — Não dizes que não sou livre e que não tenho outra escolha senão fazer o que faço? Então, não gastes saliva a pedir-me que pare. Sou automático.
Até que o amigo reconheceu que o filósofo era livre para parar de lhe bater, o filósofo não suspendeu a tareia.
Savater esclarece que este é um bom teste, mas só deve ser usado em último caso e sempre com amigos que não saibam artes marciais.