## O Estado Franquista: Bases, Oposição e Economia
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A ascensão dos "primers" levou ao mercado negro, com mercadorias contrabandeadas. A fome e a destruição foram acompanhadas por uma burocracia gigantesca, especialmente prejudicial para os perdedores da guerra. Nesse período, foi criado o Instituto Nacional de Indústria (INI), que influenciou a industrialização. Após as políticas autárquicas, o problema habitacional tornou-se sério em regiões industrializadas, resultando na proliferação de favelas. Socialmente, os primeiros anos de Franco foram marcados pelo controle social e ideológico da população. Intelectuais ligados ao lado republicano foram punidos, e direitos como reunião e associação foram removidos. A Lei de 1939 de Responsabilidade Política afetou milhares, mas permitiu o retorno de exilados. Os anos cinquenta, a chamada "abertura", marcaram o fim da autarquia. Mudanças econômicas foram o foco, com a Lei de Libertação Econômica de 1951 aumentando a renda per capita, a produção de eletricidade e o consumo. No entanto, a inflação e tensões sociais aumentaram, e o comércio exterior fraco afetou a balança de pagamentos. A entrada de "tecnocratas" do Opus Dei no governo substituiu os políticos da Falange. As mudanças mais significativas dos anos 50 foram o reconhecimento internacional. Em 1953, a Espanha assinou acordos com os EUA e uma Concordata com o Vaticano. Em 1955, a Espanha foi admitida na ONU.
2. A Oposição à Ditadura de Franco foi marcada pela falta de liberdades e repressão. A oposição foi perseguida desde o início. Na década de 40, o exílio foi generalizado. Dentro da Espanha, a "guerrilha comunista" (maquis) foi rapidamente eliminada. Em 1947, greves na Biscaia foram reprimidas. Na década de 50, greves de trabalhadores foram organizadas pela CCOO. A universidade tornou-se um centro de agitação, e a ETA nasceu. No final da década, o reconhecimento internacional do regime enfraqueceu a oposição no exterior.
Criação do Estado Franquista: Após o golpe militar fracassado de 1936, a Espanha mergulhou em uma guerra civil que terminou em 1939 com a vitória dos rebeldes, iniciando 40 anos de ditadura de Francisco Franco. As bases do regime e o comportamento da oposição são discutidos a seguir.
1. As Bases do Regime Franquista
O regime de Franco usou vários mecanismos para organizar e manter o Estado. As bases incluem:
- Bases Ideológicas:
- Falange de conveniência: Princípios fascistas adotados por necessidade.
- Fundamentalismo religioso: Princípios da Igreja Católica como oficiais do Estado.
- Autoritarismo feroz: Militarismo em todas as esferas da vida.
- Nacionalismo espanhol forte: Uma Espanha ampla e sem espaço para "autonomias".
- Sindicalismo nacional: Uma mistura de princípios socialistas e capitalistas.
- Partido único: FET de las JONS, obrigatório para todos os funcionários.
- Democracia orgânica: Representação por entidades como família, igreja e exército.
- Bases Sociais:
- Exército: Sempre leal ao regime.
- Falange e Carlismo: Partidos unificados com ideologias distintas.
- Igreja: Alinhada com Franco após um período inicial de conflito.
- Grupos sociais: Latifundiários, industriais, classe média, trabalhadores e burguesia apolítica.
- Bases Jurídicas:
- Lei do Trabalho (1938): Direitos dos trabalhadores controlados pelo sindicato único.
- Lei sobre os Tribunais (1942): Ponto forte da democracia orgânica.
- Jurisdição dos Espanhóis (1945): Uma pseudoconstituição sem participação popular.
- Lei do Referendo (1945): Regulamentação da participação popular.
- Lei de Sucessão (1949): Espanha como monarquia, com Franco escolhendo o rei.
- Lei sobre os Princípios do Movimento Nacional (1958): Partido único.
- Lei Orgânica do Estado (1966): Organização do Estado.
2. Economia e Sociedade:
Na esfera econômica, os anos quarenta (pós-guerra) foram marcados por políticas autárquicas. A autarquia, baseada na autossuficiência, foi motivada pela devastação da guerra e pelo isolamento internacional, levando à fome e ao racionamento.