O Estado Totalitário de Franco: Ascensão e Repressão
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Ascensão de Francisco Franco e o Generalíssimo
A morte do General Sanjurjo, líder do movimento visto como um golpe de Estado, e o fato de que a insurreição triunfou, apresentaram o problema da liderança na gestão e no governo. Em 24 de julho, foi criada a Junta de Defesa Nacional, composta por Mola, Franco, entre outros, e chefiada pelo General Miguel Cabanellas. A missão da Junta era governar o território ocupado, e suas primeiras ações foram a proibição da atividade de todos os partidos políticos, a suspensão da Constituição e a ordem de cessação da reforma agrária.
Para a guerra, Francisco Franco foi ganhando mais apoio. Sua liderança dentro do exército foi imposta após a libertação do Alcázar de Toledo e ao obter o reconhecimento de Hitler e Mussolini como o único parceiro de negociação e apoio. Finalmente, em 30 de setembro, ele foi eleito chefe da Revolta. Em 1 de outubro de 1936, foi nomeado chefe de Estado e Generalíssimo dos Exércitos. O Conselho de Defesa Nacional desapareceu e foi criada uma Junta Técnica do Estado.
A Criação do Partido Único e o Governo de Burgos
A partir de outubro, houve um único comando militar, mas sem coesão política. Os rebeldes haviam proibido todos os partidos políticos da Frente Popular e os sindicatos. Apenas a Falange e as JONS agiam sozinhas, cujo principal fundador, José Antonio Primo de Rivera, havia sido morto. A CEDA foi tolerada e os grupos monárquicos estavam praticamente desmantelados.
Franco adotou uma estratégia de prolongamento da guerra, na qual consolidou sua liderança militar. Inspirado no modelo de estado fascista, em abril de 1937, Franco anunciou o Decreto de Unificação, criando um partido único: a Falange Española Tradicionalista de las JONS, que unificava falangistas e carlistas, além de outras forças "nacionais". Franco seria o Chefe Nacional deste partido único. O novo partido adotou o uniforme com a camisa azul da Falange e a boina vermelha dos carlistas, e a saudação fascista com o braço levantado. A resistência à unificação foi silenciada com a expulsão ou a prisão.
O Novo Estado Franquista
O novo governo de Franco foi formado com o desaparecimento da Junta Técnica. Franco concentrou em si os cargos de chefe de Estado e de governo, tornando-se conhecido como Caudillo de Espanha. O novo estado inspirou-se no fascismo e defendia um modelo social baseado no conservadorismo e no catolicismo. O Estado de direito republicano foi suprimido, assim como suas conquistas econômicas e sociais. Foram suprimidas as liberdades e os estatutos de autonomia, e a pena de morte foi restabelecida.
Em março de 1938, foi promulgada a primeira de suas leis fundamentais, o Fuero del Trabajo, que estabelecia um único sindicato (vertical) que reunia empregadores e trabalhadores, e proibia greves e reivindicações. A importante influência da Igreja Católica foi respeitada. O novo Estado era confessional, revogou as leis do casamento civil e do divórcio, e estabeleceu o ensino religioso obrigatório.
Repressão Institucionalizada
A construção do Estado franquista foi acompanhada de violência extrema, que fazia parte das orientações definidas e que envolveu a aniquilação dos vencidos nos territórios ocupados. Isso ocorreu em Badajoz, Málaga e Granada. Pessoas relevantes foram mortas, como Federico García Lorca. A repressão foi sistemática, planejada e executada pelas forças armadas e pela Falange. Sua intenção era impor um clima de terror que impedisse qualquer resposta. Milhares de pessoas executadas foram enterradas em valas comuns, sem registro de seu desaparecimento.