Estratégias de Controle Social e Revoluções Científicas
Classificado em Filosofia e Ética
Escrito em em português com um tamanho de 2,84 KB
Existem diversas estratégias para influenciar a opinião pública e aceitar decisões, mesmo que impopulares. Uma delas é apresentar uma decisão como dolorosa, mas necessária, buscando a aceitação do público para aplicações futuras. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro imediato, pois o esforço não é sentido no presente e o público tende a acreditar que o futuro será melhor, evitando o sacrifício. Isso dá tempo para a adaptação e aceitação resignada da mudança.
Outra tática é o uso do aspecto emocional em detrimento da análise racional. Apelar para as emoções pode interromper o senso crítico e abrir caminho para o inconsciente, permitindo a implantação de ideias, desejos e medos.
Reforçar a autocapacidade, fazendo o indivíduo acreditar que é o único culpado por seu infortúnio devido à falta de inteligência, habilidades ou esforço, leva à autodesvalorização e culpa. Em vez de se rebelar contra o sistema, o indivíduo entra em depressão, inibindo sua ação e, consequentemente, a possibilidade de revolução.
Thomas S. Kuhn: A Estrutura das Revoluções Científicas
Uma teoria científica, após atingir o status de paradigma, só é declarada nula quando surge um candidato alternativo. O estudo histórico do desenvolvimento científico não se alinha com a ideia de falsificação direta por comparação com a observação. Isso não significa que os cientistas não rejeitem teorias ou que a experiência e a experimentação não sejam essenciais nas mudanças de paradigma. Os cientistas passam a ver o mundo de forma diferente. Mudanças de percepção (Gestalt), como a transição da visão de um pato para um coelho, são análogas às transformações no mundo científico.
Noam Chomsky
1. Estratégia da Distração: Desviar a atenção pública de questões importantes e alterações promovidas por elites políticas e econômicas através do fluxo contínuo de distrações e informações insignificantes. É crucial manter o público interessado em áreas como psicologia, neurobiologia e cibernética.
2. Criar Problemas e Oferecer Soluções: Criar uma situação problemática planejada para gerar uma reação específica no público, tornando a solução oferecida mais aceitável. Exemplos incluem intensificar a violência urbana ou organizar atentados para justificar leis de segurança que restringem a liberdade.
3. Estratégia Gradual: Tornar aceitável um nível inaceitável de mudança através de sua aplicação gradual. Mudanças socioeconômicas radicais, como o neoliberalismo, foram impostas gradualmente nos anos 80 e 90 (Estado mínimo, privatização, precarização, flexibilização), evitando uma revolução que poderia ter ocorrido se aplicadas de uma vez.