Estratégias Empresariais: Foco, Diversificação e Governança
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Foco ou Especialização
A focalização num segmento de mercado particular, num segmento de linha de produtos ou num mercado geográfico particular. Porter defende que a escolha das duas estratégias (foco e diferenciação/custo) poderá levar ao insucesso porque uma é o contrário da outra.
Objetivo do Foco
- Atingir um nicho de mercado mais rentável e menos vulnerável à concorrência.
Exigências do Foco
- Fazer melhor do que a concorrência através de custos mais baixos ou diferenciação do produto, ou ambas as formas.
Sustentabilidade do Foco
A imitação dos concorrentes pode tornar o setor pouco atrativo, a procura pode desaparecer, o segmento pode deixar de se diferenciar dos outros, e novos subsegmentos podem aparecer.
Estratégia da Empresa
Principais Preocupações
- Composição do portfólio de negócios da empresa;
- Alocação dos recursos entre os diversos negócios da empresa;
- Papel do gestor de topo na formulação de estratégias das unidades de negócio;
- Controlo da performance das unidades de negócio;
- Coordenação entre as unidades de negócio e criação de coesão e direção para a empresa.
Diversificação
Consiste no desenvolvimento de vários produtos diferentes.
Matriz Ansoff (1977)
Baseada na relação produto x mercado, a Matriz Ansoff propôs quatro opções estratégicas sugeridas pelo vetor de crescimento. É um instrumento muito utilizado na análise estratégica das empresas.
A dimensão da diversificação depende destas bases e da relação de proximidade que têm relativamente a cada produto. Assim, temos dois tipos de diversificação:
Elementos Diferenciadores da Diversificação
- De base produtiva: matérias-primas, tecnologias;
- Base comercial: clientes, redes comerciais.
Tipos de Diversificação
- Diversificação no sentido restrito: base considerada completamente independente.
- Diversificação no sentido amplo: apenas alguns elementos da base considerada se alteram.
- Diversificação maior: corresponde à diversificação em conglomerado.
- Diversificação menor: corresponde a uma diversificação concêntrica.
Razões para a Diversificação
- Capitalizar as suas competências centrais;
- Explorar as fontes de vantagem competitiva da empresa em mais do que um negócio;
- Aumentar o poder negocial, impondo condições menos favoráveis aos fornecedores e/ou clientes;
- Balancear recursos financeiros, entrando em negócios com padrões de fluxo de caixa diferentes;
- Manter o crescimento, entrando em novos negócios de elevado potencial de crescimento para compensar a estagnação do negócio base;
- Repartição do risco, diminuindo a variabilidade das receitas através da atuação em negócios contracíclicos;
- Obtenção de economias de escopo, que permite a redução dos custos, uma vez que a produção dos produtos na mesma unidade é inferior à sua produção em unidades separadas;
- A sobrevivência da empresa, uma vez que aposta em novos negócios em diferentes fases do seu ciclo de vida;
- Repartição do risco, uma vez que uma empresa diversificada distribui o risco pelos diferentes negócios em que investe. Deste modo, se um negócio não conseguir sobreviver, podem existir outros que tenham sucesso.
Formas de Diversificação
- Expansão interna através do aumento do número de linhas de produto;
- Fusões e aquisições.
Importância da Diversificação para a Organização
- Clarifica o papel dos gestores e o acesso aos recursos de cada negócio em relação aos outros;
- Clarifica a forma como cada negócio contribui para a criação de valor na empresa e cria sinergias internas.
Benefícios da Diversificação
Os benefícios da diversificação variam de acordo com a modalidade adotada:
- Diversificação concêntrica: Aproveitamento de sinergias comerciais e/ou tecnológicas; Acesso a novos mercados relacionados; Colocação de recursos humanos excedentários.
- Diversificação em conglomerado: Exploração de sinergias financeiras.
Custos e Riscos da Diversificação
Os custos e riscos genéricos da diversificação incluem:
- Investimento de entrada no novo negócio;
- Impacto da retaliação esperada dos concorrentes;
- Investimento na marca, tecnologia, etc., do novo negócio;
- Menor atenção ao negócio base.
Escolha Estratégica: Fatores Importantes
- Papel da estratégia corrente;
- Grau de dependência externa da empresa;
- Atitude face ao risco;
- Prioridades dos gestores quando diferentes dos interesses dos proprietários;
- Questões de política interna;
- Reação dos concorrentes.
Alianças Estratégicas
Partilha de capacidades entre duas ou mais empresas com vista a atingir as suas vantagens competitivas e/ou criar novos negócios sem perder a sua autonomia estratégica.
O que Caracteriza as Alianças Estratégicas?
- As capacidades partilhadas afetam a competitividade de longo prazo das empresas envolvidas;
- Implica um envolvimento de recursos por parte dos parceiros de longo prazo.
Tipos de Aliança Estratégica
Variam de acordo com:
- Âmbito: global / local;
- Objeto: mercado / desenvolvimento de capacidades.
Razões para Recorrer ao Outsourcing
- Ter acesso a capacidades avançadas;
- Reduzir custos/controlar custos;
- Resolver falta de recursos especializados internos;
- Aderir à filosofia de externalizar atividades não core da empresa;
- Automatizar uma função que é demasiado difícil de gerir internamente.
Internacionalização das Empresas
Fatores Intensificadores
- As novas tecnologias de informação e comunicação;
- A globalização da produção e dos mercados;
- A mudança nos perfis de concorrência;
- As alternativas de localização das atividades e a penetração em novos mercados.
Aliança
Partilha de capacidades entre duas ou mais empresas com vista a aumentar a sua vantagem competitiva e/ou criar novos negócios sem perder a sua autonomia estratégica.
Tipos de Aliança
- Alianças locais:
- Joint-ventures.
- Alianças globais:
- Coligações: alianças de concorrentes, distribuidores e fornecedores no mesmo setor;
- Co-especializações: empresas que juntam as suas capacidades únicas para criar um negócio ou desenvolver novos produtos ou tecnologias;
- Alianças de aprendizagem: servem de transferência de know-how entre parceiros.
- Alianças multilaterais globais:
- Alianças em rede;
- Alianças de portfólio: feita com diversas empresas, com diversos produtos, tecnologias ou mercados.
- Alianças Web: constelações em que cada parceiro contribui e beneficia de forma interdependente. São difíceis de gerir, envolvendo vários parceiros e várias alianças.
Implementação da Estratégia: A Governança Organizacional
Sistema pelo qual a organização é gerida e controlada.
Inclui
- Prestação de contas aos acionistas pelos gestores;
- Além da prestação de contas aos acionistas, as relações com todos os agentes com interesses na organização.
Teorias Principais
A empresa pertence às pessoas que nela investem – e não aos empregados, aos fornecedores, nem à comunidade onde está inserida. Por isso, não devem interferir nas decisões tomadas pelos verdadeiros decisores, os que investem na empresa. (Dunlap, Albert J.)
Governança Empresarial
Ver como a organização é feita.
Teorias Principais
- Modelo Anglo-Americano: Teoria da agência: modelo agente-principal na governança das organizações, conflitos entre os investidores/acionistas e os gestores. Os acionistas preferem receber os dividendos do que investir.
- A assimetria de informação e a escolha adversa;
- O problema do risco moral.
- Modelo Germano-Japonês: Teoria dos Stakeholders: defende que os que têm interesse na organização são os clientes, fornecedores, etc., que podem influenciar ou ser influenciados pela mesma.
- A responsabilidade social da organização.
Os maiores conflitos surgem quando há muita dispersão de capital.
A Governança nas Empresas Alemãs
- A filosofia cooperativa;
- A concentração na propriedade da empresa individual;
- A importância das PME;
- A fraca importância do mercado bolsista;
- Financiamento sobretudo bancário;
- Maior controlo pelos seus stakeholders;
- Importância do banco principal;
- Forte ligação ao sistema educativo.
A Governança nas Empresas Japonesas
- A ênfase no grupo e não no individual;
- Uma relação familiar de longo prazo;
- Um sistema de banco principal;
- A intervenção do banco principal na gestão das empresas.
Ética e Responsabilidade Social
A importância dos códigos de ética das empresas.
- Ética e Responsabilidade Social: julgamento humano sobre o que é bom ou mau.
- Exemplos:
- Questões ambientais;
- Práticas laborais;
- Desenvolvimento humano e social;
- Suborno e corrupção.
- O controlo da empresa pela sociedade: A ação dos grupos de pressão.
Grandes Questões no Domínio da Corporate Governance
- Como é que as empresas devem ser governadas?
- Quem detém o poder de governo das empresas?
- Quais são os mecanismos de alocação do poder, de controlo e de responsabilidades dentro das empresas?
- Como é que o poder da empresa deve lidar com todos os stakeholders?
- Como é que o poder da empresa fixa o âmbito das responsabilidades morais da empresa?
Integração Vertical
Benefícios (Vantagens)
- Economias de custos (supressão de diversas operações);
- Economias de informação e coordenação;
- Expansão da base tecnológica;
- Aumento da capacidade de diferenciação;
- Crescimento de poder negocial;
- Segurança nos aprovisionamentos;
- Aumento das barreiras à entrada.
Quase Integração Vertical (Parcial)
Uma alternativa à integração vertical, que Porter designa por quase-integração vertical, corresponde ao estabelecimento de uma relação entre empresas verticalmente relacionadas, sendo mais correntemente utilizadas as seguintes formas:
- Investimento em ações ou em interesses minoritários;
- Acordos de exclusividade;
- Comparticipação em despesas comerciais ou investimentos fabris;
- Contratos de fornecimento a longo prazo;
- Cooperação em I&D.