Estrongiloidíase: Causas, Sintomas, Diagnóstico e Controle

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Strongyloides stercoralis: É o menor nematódeo que parasita o homem, causando a estrongiloidíase.

Ciclo Evolutivo:

  • Ciclo Direto: Larvas rabditóides eliminadas com as fezes → Meio exterior → Larvas filarióides capazes de infectar diretamente as pessoas
  • Ciclo Indireto: Larvas rabditóides → Solo → Machos e fêmeas → Ovos → Eclodem produzindo larvas L1 → L3 infectantes para aqueles que andam descalços ou põem alguma região cutânea em contato com o solo.

Fatores que Determinam o Ciclo:

  • Temperatura
  • Insolação
  • Textura do solo
  • Constituição cromossômica das larvas:
    • Triplóides (3n) → 3 tipos de ovos:
      • L.R. triplóides → L.F. → Infectantes
      • L.R. haplóides → Macho
      • L.R. diplóides → Fêmea de vida livre

Modo de Infecção:

  • Heteroinfecção: Penetração na pele
  • Auto Infecção Interna: Constipação
  • Auto Infecção Externa: Penetração Perianal
  • Hiperfecção: Imunossupressão

Habitat:

Fêmeas vivem mergulhadas nas criptas da mucosa duodenal, principalmente nas glândulas de Lieberkühn e porção superior do jejuno.

Patologia da Estrongiloidíase:

A infecção é a estrongiloidíase, que pode ser:

  • Assintomática
  • Produzir enterite ou enterocolite de maior ou menor intensidade
  • Um quadro grave e fatal nos pacientes que usam corticóides ou com imunossupressão

Patogenia:

Lesões Intestinais:

  • Enterite Catarral: Reação inflamatória leve, aumento de secreção mucóide
  • Enterite Edematosa: Desaparecimento do relevo mucoso
  • Enterite Ulcerosa: Tecido fibrótico, dor epigástrica, diarréia em surtos, náuseas e vômitos, desidratação.

A enterite ulcerosa é uma lesão irreversível, sendo considerada de forma grave, uma vez que a fibrose pode provocar alteração no peristaltismo, ocasionando o íleo paralítico.

Fatores de Risco para Estrongiloidíase Grave:

  • Alcoólatras
  • Pacientes com câncer
  • Pacientes em uso de drogas imunossupressoras
  • Pacientes em uso de corticoides
  • Pacientes HIV positivos
  • Pacientes com diabetes mellitus descompensada
  • Pacientes transplantados
  • Idosos

Em pacientes imunodeprimidos ou hiperinfectados, esse parasita alcança taxas de óbito de até 87%.

Patologia da Estrongiloidíase:

No duodeno e no jejuno, as lesões são produzidas na mucosa pelas fêmeas partenogenéticas, dos ovos que eclodem e das larvas filarióides que migram para a luz intestinal, causando lesões mecânicas, histolíticas e inflamatórias.

Observa-se:

  • Inflamação catarral
  • Pontos hemorrágicos
  • Ulcerações várias
  • O edema pode estender-se à submucosa
  • Em consequência da duodeno-jejunite, aumenta o peristaltismo, causando diarréia e evacuações muco-sangüinolentas
  • Fibrose e atrofia da mucosa vão transformando o duodeno e jejuno em um tubo quase rígido

Sintomatologia da Estrongiloidíase:

  • Fase aguda: Leucocitose com 15 a 45% de eosinófilos
  • Nos casos graves: Anemia, emagrecimento, desidratação, astenia, irritabilidade ou depressão
  • Curso crônico: Auto-infecção externa ou interna por 20 ou 30 anos
  • Pode evoluir de forma grave ou fatal com ulcerações extensas ou uma síndrome de sub-oclusão intestinal alta

Diagnóstico:

  • Suspeitar sempre que houver eosinofilia não explicada por outras causas
  • Deve ser procurado em pacientes que vão tomar ou estão tomando corticóides
  • Mas, devido ao caráter inespecífico do quadro clínico, ele deve ser confirmado pelos exames de laboratório

Em um exame de fezes comum, espera-se encontrar as larvas rabditóides (L1), não os ovos.

Controle da Estrongiloidíase:

  • As únicas fontes de infecção são as pessoas parasitadas
  • Facilitada onde o microclima é quente e úmido, em solos porosos e ricos de matéria orgânica
  • Em geral, no peridomicílio, onde as crianças e os adultos têm o hábito de defecar no chão e de andar descalços
  • As larvas tornam-se infectantes nas fezes logo após a defecação
  • Mas, as larvas rabditóides morrem abaixo de 8ºC
  • As medidas de controle são as mesmas recomendadas para as demais geo-helmintíases

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