A Ética Kantiana: Autonomia, Dever e Imperativo Categórico
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“O que importa é o motivo”
- Não tomar os costumes como soberanos para a lei moral, nem levar em conta fatores externos.
- No senso comum, liberdade seria acabar com as leis, o que é uma grande ilusão, pois geraria o caos, tirando a liberdade. A anomia (caos, barbárie) é um retrocesso; deveríamos ir para a autonomia (cada um seguir suas leis). No entanto, é mais cômodo seguir as leis já criadas: “Povo é o rebanho que segue o pastor”.
- Somente o próprio agente moral sabe de sua real intenção. Não devemos julgar os outros, apenas a nós mesmos.
- Deve haver a universalização de uma lei moral. Quando se pratica a pura razão prática, todos chegam a uma única lei moral. Ou seja, cada um, sem se basear em fatores externos, deve criar uma lei moral que seja universal (válida para todos e que ultrapasse tempo e espaço). Só assim estaríamos agindo com autonomia.
Liberdade e Autonomia
Para Kant, somos livres quando fazemos escolhas racionais (fundamentadas na razão e não nos desejos). Desejos são expressões de ainda sermos determinados por objetos externos, pois são particulares, cada um tem o seu. Somos livres quando agimos com autonomia.O Valor Moral de uma Ação
O valor moral de uma ação se dá pelo motivo pelo qual é realizada. Uma ação é boa por si, e não pelo que ela gera, mesmo que não gere o que era esperado. Devemos agir por dever (agir corretamente visando apenas o agir correto) e não agir conforme o dever (agir corretamente visando fatores externos, como inclinações). Não devemos agir de acordo com desejos e paixões (por vontades, fatores externos); devemos ser capazes de realizar uma ação pela razão.- Sou livre quando sigo a lei moral universal, pois eu a criei. Isso é a autonomia versus heteronomia.
Imperativo Categórico
“Gostaria que todas as pessoas agissem da maneira que estou agindo?” (ponto de vista prático). Se sim, essa é a lei moral universal, logo é fazer a coisa certa: agir por dever, em obediência à lei moral. A formulação é: “Age de tal maneira que a máxima (regra que vale para mim) da tua ação se torne uma lei moral universal segundo a razão” (universalizar sua máxima, tratar as pessoas como fins em si mesmas e não como um meio).Imperativo Hipotético
Ação conforme interesse, não tem valor moral, pois vem de um desejo ou motivação egoísta. É uma ação conforme o dever, com valor jurídico, mas sem valor moral, pois age corretamente visando valores externos, por inclinações, agindo certo ou errado de acordo com a situação.Dignidade da Pessoa Humana
Refere-se a como nos portamos diante de alguém. Caso eu esteja usando alguém, estou coisificando uma pessoa, e a razão nos manda respeitar as pessoas e utilizá-las como um fim em si mesmas.
Regra de Ouro vs. Lei Moral Universal
- A Regra de Ouro, “Faça aos outros o que deseja que os outros façam com você”, depende de fatos contingentes que variam de acordo com o que cada um gostaria de ser tratado.
Domínio Sensível vs. Domínio Inteligível
- Domínio Sensível: Aquilo que aparece pelos nossos sentidos naturais.
- Domínio Inteligível: Aparecem somente os fenômenos; ser racional (autonomia).
- “Ser livre é não depender de determinações do mundo sensível”
- Ser empírico significa agir com heteronomia, pois minhas escolhas seriam comandadas pela busca de alguma finalidade.
- “Quando nos consideramos livres, estamos nos tornando membros do mundo inteligível, reconhecendo a autonomia da vontade, assim como sua consequência – a moralidade.”
- Kant alega que não somos apenas seres racionais, mas também seres naturais. Há, contudo, uma lacuna potencial entre o que fazemos e o que devemos fazer.
Objeções a Kant
- Hegel diz que a norma moral deve ser condicionada pela cultura local e histórica.
- Utilitarismo: As circunstâncias sempre estão presentes em nossas escolhas.
A Questão da Mentira
- É errado mentir (para qualquer pessoa, até mesmo para um ladrão que está procurando um amigo seu). Para Kant, os princípios estão acima das consequências (só são levados em conta os princípios). A honestidade é uma lei sagrada e incondicional da razão.
- Respeitar as Pessoas: Considerá-las como um fim em si mesmas, e jamais como um meio.
- Agir com Autonomia.