Ética e Liberdade: Uma Análise Filosófica

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Liberdade: Uma Exigência da Moralidade

O Significado da Liberdade

A liberdade é um requisito necessário para a ação moral. Sem liberdade, não pode haver moralidade e responsabilidade. Dizer que somos seres morais é o mesmo que dizer que somos livres, embora seja difícil determinar o que é a liberdade.

Tipos de Liberdade

  • Liberdade física ou externa: Ausência de impedimentos físicos. Nunca é absoluta, mas sempre possui algum grau de relatividade.

  • Liberdade moral ou interna: Capacidade de escolher algo, mesmo podendo ter escolhido outra coisa.

Liberdade Espontânea

A pessoa decide com total indiferença, demonstrando o caráter absoluto da sua liberdade, escolhendo aleatoriamente.

Liberdade como Vontade de uma Pessoa com Identidade

O ser humano não pode fazer o que quer, mas o que é; tem que escolher o que é racional e social. A liberdade é a nossa própria humanidade.

A decisão está sujeita à razão, o que constitui uma limitação do livre-arbítrio.

Liberdade da Razão ou do Pensamento

O espírito é livre para pensar. A liberdade de pensamento é uma necessidade da gratuidade.

A liberdade é entendida como uma libertação gradual.

Liberdade e Responsabilidade

A liberdade é interpretada como uma responsabilidade de um sujeito ativo em uma sociedade aberta, como uma libertação política e social.

Superando a Apatia Cívica

Superar a apatia cívica e a indiferença para com os outros.

A responsabilidade do indivíduo o torna um cidadão, alguém que participa do discurso coletivo em prol da justiça e incentiva com seus valores e ideais. Essa participação é uma prática virtuosa de civilidade e cidadania. Uma síntese entre a afirmação e o respeito pela opinião dos outros.

Métodos da Ética: Material e Formal

Moral da Autonomia e da Heteronomia

Toda ética tende ao ideal de autonomia. Esta é a habilidade da pessoa para dar a si mesma o fundamento e a razão de sua ação. Seu oposto é a heteronomia: a norma de conduta vem de fora da sociedade ou de Deus.

Éticas heterônomas são materiais, porque configuram previamente, por fora, o conteúdo das normas morais. A ética autônoma parece que só pode ser formal, vazia de conteúdo.

A autonomia absoluta é impossível.

Éticas Materiais

Eudemonismo (Aristóteles)

O objetivo último do homem é a felicidade, que consiste em atualizar a tendência natural que caracteriza o ser humano: a Razão.

A felicidade exige um certo bem-estar corporal e social, pois também temos outras necessidades como seres vivos e sociais. O maior bem é a justiça social e a harmonia cívica ou amizade.

Hedonismo (Epicuro)

O bem e a felicidade consistem na busca do prazer e na fuga da dor.

Utilitarismo (Bentham e Stuart Mill)

O valor moral reside nos efeitos práticos da ação, alcançando a maior felicidade para o maior número de pessoas.

Éticas Formais

Formalismo Kantiano (Kant)

Kant rejeita as éticas anteriores porque não é possível estabelecer a universalidade e a necessidade.

Uma moral material não pode ser universal e necessária. Deve ser formal, desprovida de conteúdo empírico. A bondade da ação situa-se no modo de agir, que vai decidir por si próprio com retidão absoluta, sem ter nada em mente além do cumprimento do dever (autonomia).

Uma pessoa pode fazer coisas contra o dever e em conformidade com ele.

Imperativos categóricos: são sentenças que expressam, necessariamente, o mandato de um dever de agir, pela universalização do princípio de que a ação pode ser realizada por qualquer ser humano.

Formalismo Existencialista (Sartre)

Sartre considera que a existência do ser humano não é determinada por qualquer valor. Não há natureza humana, nem um valor absoluto para definir o que a pessoa é e o que deve fazer. O ser humano primeiro escolhe e, em seguida, é moldado por essa escolha.

A bondade da ação está em sua liberdade radical e absoluta.

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