Ética e Moral: Conceitos e Evolução
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Moral da História
A moral pode ser definida como o conjunto de normas e valores aceitos por uma sociedade, que normalmente se traduz em um sistema de regras de conduta ou código moral. Os atos humanos relacionados ao código moral são chamados de atos morais. São aqueles em que se faz uma escolha consciente, livre e voluntária. De acordo com a conformidade com o código moral, distinguimos três tipos de atos:
- Atos morais: aqueles que se conformam aos padrões de moralidade, como o pagamento integral de impostos.
- Atos imorais: aqueles que não cumprem os padrões de moralidade contidos no código moral, como dirigir com excesso de álcool no sangue.
- Atos amorais: aqueles que são alheios a qualquer norma moral (exemplo: fazer a sesta).
Ética
A ética é uma disciplina que trata da moralidade dos atos humanos, examina o comportamento moral dos indivíduos. Portanto, a ética reflete sobre a liberdade e a responsabilidade pelas ações dos seres humanos. A ética, diferentemente de outras ciências, deve se concentrar em como os indivíduos são e em suas ações.
O Estágio Autônomo
Os indivíduos moldam seu caráter aceitando e rejeitando valores e normas morais. Desde a adolescência, o sujeito começa a repensar os valores adquiridos durante a infância. A adolescência é uma fase decisiva porque o jovem forja sua própria personalidade moral, mas essa tarefa deve durar a vida toda. Na adolescência, queremos ser responsáveis, ou seja, agir autonomamente e estabelecer normas para nós mesmos.
Ética na Grécia Clássica
A Grécia clássica foi o berço da filosofia e, portanto, da ética. Os sofistas fundamentavam o pensamento de que as normas morais eram invenções dos seres humanos e dependiam do ponto de vista de cada sociedade e pessoa. Um dos grandes filósofos foi Sócrates, que formulou a primeira teoria da ética. Refletindo sobre as grandes questões e teorias morais, ele se rebelou contra os sofistas. Sócrates, Platão e Aristóteles defenderam posteriormente a existência de um código moral universal que indica a todos os seres humanos o que se deve e o que não se deve fazer. Esses conceitos morais podem ser conhecidos racionalmente, são absolutos e, portanto, independentes dos diferentes pontos de vista dos indivíduos.
As escolas filosóficas mais importantes foram:
- Estoicismo: fundada por Zenão. Acreditava que o universo era regido por leis às quais o homem deve se adaptar. A felicidade é alcançada pela austeridade impassível e pela indiferença.
- Epicurismo: o mais representativo foi Epicuro. O objetivo da vida do homem era a satisfação, pois tudo deveria se alegrar com o que fosse agradável e divertido.
Ética Marxista
A ética marxista denunciou a injustiça social e econômica trazida pelo capitalismo. Karl Marx partiu, como Epicuro, de que os aspectos materiais que rodeiam nossa vida são tudo o que existe. Não acreditava em realidades espirituais, e a moral das pessoas só poderia impedir sua própria força. Os seres humanos são seres sociais que precisam uns dos outros para satisfazer suas necessidades. Os valores e as normas podem mudar dependendo do tipo de relações estabelecidas. No capitalismo, as relações estabelecem uma clara separação entre ricos e pobres. Além disso, as classes dominantes, a burguesia, impõem seus valores aos oprimidos. De acordo com o marxismo, o comunismo traria a revolução.
Niilismo e Existencialismo
O alemão Friedrich Nietzsche afirmou que os valores tradicionais se tornaram obsoletos e vazios. Ele fez uma crítica da religião e da moral a partir de um ateísmo radical. Proclamou a morte de Deus e desqualificou a tradição ocidental. Portanto, não havia certo ou errado, nem se poderia impor obrigações aos seres humanos.
No século XX, surgiu o movimento existencialista, que considerava que os seres humanos são livres. Jean-Paul Sartre negou a existência de Deus. A essência das pessoas é que elas são de natureza livre e aberta. Em última análise, os existencialistas afirmam que:
- Todo ser humano dá à sua vida o sentido que ele decide.
- Nada nem ninguém deve indicar o comportamento do outro.
- Cada pessoa é a autora de suas próprias regras.
O mais importante é decidir em liberdade. Os seres humanos concordam em aceitar a responsabilidade por suas ações. Sartre sugere a necessidade de viver com os outros.