Ética, Responsabilidade Social e Racionalidade Empresarial

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Ética, Valores, Moral e Cultura

São as atividades, práticas, políticas e comportamentos esperados (no sentido positivo) ou proibidos (no sentido negativo) por membros da sociedade, apesar de não codificados em leis.

Valores morais dizem respeito a crenças pessoais sobre comportamento eticamente correto ou incorreto, tanto por parte do próprio indivíduo quanto com relação aos outros.

Conjunto de valores e regras de comportamento que as coletividades, sejam elas nações, grupos sociais e organizações, adotam por julgarem corretos e desejáveis.

Abrange as representações imaginárias que dizem aos agentes sociais o que esperar deles, que comportamentos são bem-vindos, qual é a melhor maneira de agir coletivamente, o que é o bem e o que é o mal, o permitido e o proibido, o certo e o errado, a virtude e o vício.

A ética é mais sistematizada e corresponde a uma teoria de ação rigidamente estabelecida. A moral, em contrapartida, é concebida menos rigidamente, podendo variar de acordo com o país, o grupo social, a organização ou mesmo o indivíduo em questão.

Significados e regras de interpretação da realidade, estruturas cognitivas e simbólicas que determinam o contexto no qual o ser humano, sendo sempre um ser social, pensa e age.

Racionalidade Empresarial em um Contexto de Desigualdades

É para gerar valor, e se perpetuar por meio dele, que as companhias de todo mundo se reinventam quase diariamente, a fim de se adaptarem a um mercado cada vez mais exigente, global e mutante.

A adoção da responsabilidade social nas estratégias empresariais passa por uma reflexão sobre ética empresarial.

Incorporação de valores morais capazes de levar uma pessoa a fazer diferenciações e tomar decisões que agregarão valores simultaneamente à sua empresa, à sua comunidade e a ela própria.

Exemplos de decisões:

  • Escolher um produto para integrar o portfólio da empresa;
  • Um processo de fabricação;
  • Uma política de recursos humanos;
  • O que fazer com o lucro da empresa.

Maior desafio no Brasil: Conquistar a igualdade na distribuição da renda e no acesso, com qualidade, aos serviços públicos essenciais.

A desigualdade impede grande parte da população de usufruir dos benefícios do progresso tecnológico e econômico.

Interesse dos acionistas ou proprietários do capital das empresas disputa espaço com as demandas da comunidade, dos clientes, da mídia, dos funcionários, dos fornecedores e do Estado.

Novos elementos: Ecologia, Ética e Cidadania. Relações sociais e ambientais para as estratégias de negócios. Questão de sobrevivência.

Papel do Estado e Papel das Empresas.

Ética estuda a moralidade do agir humano livre, na forma de atos bons e maus.

Indicadores Ethos de Responsabilidade Social

Modelos para ferramentas de gestão são frequentemente substituídos por novos modelos, principalmente quando não são fundamentados em um referencial teórico consistente.

A seguir, sugerem-se alguns passos para conhecer a racionalidade subjacente à construção de modelos de gestão da empresa cidadã:

  • Conhecer a finalidade;
  • Conhecer os segmentos sociais da sociedade local e internacional representados pelos que contribuíram para a elaboração e aplicação do modelo de gestão;
  • Conhecer como é medido quantitativa e qualitativamente o conceito que é objeto da ferramenta gerencial;
  • Conhecer os fundamentos conceituais e, a partir daí, conhecer o que é incluído e o que é excluído do arcabouço conceitual.

Evolução da Responsabilidade Social Corporativa

Até o século XIX, nos EUA e na Europa, a ética e a responsabilidade social corporativa eram aceitas como doutrina. O direito de conduzir negócios de forma corporativa era prerrogativa do Estado e não um interesse econômico privado.

1916-1919: Henry Ford foi julgado por não distribuir parte dos dividendos aos acionistas John e Horace Dodge, revertendo-os para investimentos na capacidade de produção, aumento de salários e fundos de reserva. Ele perdeu o julgamento.

1970 - 2000: Mudança na ordem organizacional.

Para quem a empresa deve ser responsável?

19702000
AcionistasComunidade
Empregados
Natureza
Governo
Fornecedores
Consumidores
Visão ClássicaTodos os stakeholders (visão mais divulgada)
Visão menos divulgada

A abordagem tradicional de gestão, que busca a maximização racional da riqueza dos acionistas ou proprietários da empresa, tem como principais premissas a mercantilização das relações sociais e do consumismo, a competição como conduta primária para a relação de produção e consumo e a relação de apropriação da natureza pelo ser humano e antropocentrismo.

Por sua vez, a abordagem ecocêntrica requer um novo modelo mental para o conceito de empresa, descentralizando-a no escopo da discussão, quanto às relações de produção e consumo nas coletividades humanas, e levando em conta as relações recíprocas entre ser humano e natureza, sem limites temporais e espaciais.

Da Gestão Antropocêntrica à Gestão Ecocêntrica

Da Produção ao Consumo Responsável

Refletindo sobre as premissas das abordagens tradicional e ecocêntrica de gestão com relação à ética e responsabilidade social, nota-se um aspecto praticamente ignorado pelos pesquisadores: o consumo responsável.

Nessa área há, pelo menos, quatro conceitos fundamentais e bastante relacionados entre si: consumismo, consumerismo verde, consumerismo ético e anticonsumerismo.

Consumismo

Fenômeno característico da sociedade contemporânea ocidental, influenciado pela cultura norte-americana (capitalismo). É a aquisição desmedida de produtos.

Anticonsumerismo

Perspectiva que visa tornar os consumidores menos dependentes do consumo e mais racionais nas suas escolhas. Propõe formas diferentes de viver, comercializar e trabalhar, a fim de que o ser humano passe a ser menos dependente de comprar coisas para se sentir bem.

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