Éticas de Kant e Mill: Dever, Consequência e Felicidade

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Ética Deontológica: Immanuel Kant e o Dever

Os máximos dão origem a imperativos categóricos quando a minha regra é moralmente boa e tão universal que todos podem adotá-la. É universal: todos devíamos agir de livre vontade, porque estamos a agir moralmente bem.

Os máximos dão origem a imperativos hipotéticos quando fazemos o que a moral pede porque queremos os resultados. Eu ajo não porque devo, mas sim porque vou ganhar algo com isso, ou seja, prefiro fazer o bem, mas é contra a minha vontade.

Imperativo Categórico: Universalidade, Humanidade e Autonomia

  • Universalidade: Ação que pode ser universalizada sem contradição.
  • Humanidade: Tratar a humanidade (em si e nos outros) sempre como um fim, nunca meramente como um meio.
  • Autonomia: A vontade é autolegisladora, agindo por dever e não por inclinação.

Imperativo Hipotético: Ação Condicionada e Legalidade

Os imperativos hipotéticos são sempre condicionados. São considerados 'legais' porque a pessoa age contra a sua vontade, sem gosto, contra a moral, mas a favor da lei.

Exemplo Hipotético: Ação por Reconhecimento Social

Eu ajo bem para que os outros me julguem (sociedade). Exemplo: ajudar uma idosa a atravessar a rua para que as pessoas comentem. Do ponto de vista de Kant, é incorreto porque a ação foi motivada por um ganho pessoal, sendo um meio para atingir um fim.

Exemplo de Imperativo Categórico: Ação por Dever Moral

Ajo bem porque é o mais correto para mim, pelo respeito à lei moral em si mesma. Exemplo: ajudar uma idosa a atravessar a rua, mesmo que eu não goste dela, porque considero correto, não para ser julgado pela minha ação.

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Ética Teleológica: John Stuart Mill e o Utilitarismo

Princípios da Ética Teleológica

  • Consequencialista: Foca-se nos resultados das ações.
  • Utilitarista: Busca a maior felicidade para o maior número.
  • Hedonista: Promove o prazer e a ausência de dor.
  • Materialista: Avalia o bem de forma empírica, a posteriori.

Estas são éticas concentradas na consequência das ações.

A função da ética teleológica é maximizar o bem, ou seja, não importa quais são as ações que eu vou fazer, mas sim qual vai ser o resultado.

Eu só sei se a atitude foi boa ou má depois de saber o resultado. É uma abordagem materialista (a posteriori), onde a ação só é boa se a maioria beneficiar com ela.

Materialismo na Ética Teleológica

É possível saber de forma materialista se agi bem ou não, pois consigo observar nas pessoas se estas beneficiaram com a minha atitude.

Consequencialismo: Avaliação Pós-Ação

Só depois de agir, só depois das minhas consequências é que se vê se a minha atitude foi boa ou não.

Utilitarismo: Benefício para a Maioria

O utilitarismo busca beneficiar o maior número de pessoas através das consequências das ações.

Hedonismo: Promoção do Prazer

O hedonismo promove o prazer e a ausência de dor para as pessoas.

O consequencialismo é a base da ética do utilitarismo.

O fundamento da moral utilitarista é o princípio da maior felicidade.

O correto consiste em maximizar o bom. O utilitarismo é também hedonista: o bom é, em sentido lato, o prazer.

As ações são corretas na medida em que tendem a promover a maior felicidade global e incorretas na medida em que tendem a gerar o contrário.

Os prazeres não variam apenas em quantidade, mas também em grau: há prazeres superiores (prazeres do espírito) e prazeres inferiores (do corpo).

Um prazer superior é sempre preferível a um prazer inferior.

Para o utilitarismo, qualquer sacrifício individual que não aumente a quantidade total de felicidade é inútil.

Ética Deontológica: Immanuel Kant e o Dever

Na ética deontológica, o resultado da ação não interessa; o que importa é a intenção e o dever.

Dever Moral vs. Conformidade Legal em Kant

Agir por dever (Moralidade): Corresponde ao Imperativo Categórico. Fazemos aquilo que a moral nos diz para fazer, por respeito à lei moral em si mesma, mesmo que estejamos contrariados. É a ação moralmente boa.

Agir em conformidade com o dever (Legalidade): Corresponde ao Imperativo Hipotético. Fazemos o que a lei ou a moral pede, mas por motivos externos (ex: para obter um resultado, evitar punição), e não por dever. É uma ação legal, mas não necessariamente moral.

Caráter Formal da Ética Kantiana

A ética kantiana é formal: não podemos observar a intenção com que as pessoas agem, pois a intencionalidade não é visível externamente.

Máximos e Imperativos

Máximos: São regras pessoais, normas subjetivas de conduta.

Imperativos: São leis morais objetivas e universais.

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