Euro em Portugal: Vantagens, Desvantagens e Impacto Económico

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O Euro e a Economia Portuguesa

Vantagens do Euro para Portugal

  • Segurança do poder de compra: Taxas de juro baixas devido a um elevado grau de estabilidade de preços (expectativa de inflação baixa).
  • Transparência de preços: Estimula o comércio intra-área do euro e, por conseguinte, favorece o emprego e o crescimento.
  • Eliminação dos custos de transação: Eliminação dos custos das transações cambiais, gerando enormes poupanças.
  • Eliminação dos riscos cambiais: Benefícios em termos de comércio e concorrência transfronteiriça derivados da ausência de flutuações cambiais.
  • Reforço da credibilidade da economia portuguesa, com a integração de Portugal num espaço económico com uma moeda única.
  • Fortalecimento da competitividade e internacionalização da economia portuguesa.
  • Favorecimento do investimento, com maior facilidade no recurso ao crédito devido à diminuição das taxas de juro.
  • Estímulo à modernização e ajustamento estrutural da economia.
  • Facilidade de comparação de preços entre países, maior panóplia de escolhas e preços mais estáveis para os consumidores.
  • Aumento do turismo com o fim da necessidade de trocar dinheiro para os cidadãos viajarem nos países do euro.
  • Alavancagem do acesso ao mercado.

Desvantagens do Euro para Portugal

  • Perda de autonomia do governo na condução das políticas monetária e cambial, como motor macroeconómico interno (o controlo pertence ao Banco Central Europeu - BCE).
  • Possibilidade de choques assimétricos: O Euro pode valorizar-se porque a Alemanha tem um excedente comercial, prejudicando países com défices comerciais que necessitam de uma desvalorização da moeda.

Alternativa: União Orçamental

A alternativa seria uma União Orçamental de forma a compensar temporariamente os países com desequilíbrios. A União Europeia teria um orçamento comum centralizado, abarcando uma parte substancial das receitas e despesas públicas da União Europeia. No entanto, é muito complicado implementar devido a:

  • Risco Moral: Se as transferências orçamentais fossem automáticas, haveria o risco de muitos países não se esforçarem para ajustar as suas economias e, assim, viverem permanentemente à custa de outros.
  • Perda de Independência: Os Estados perderiam independência orçamental e estariam sujeitos à permanente supervisão de outros Estados.

Os Primeiros 12 Anos do Euro em Portugal

Apesar das expectativas e benefícios trazidos pela adesão à Zona Euro, o período desde a entrada na Zona Euro foi de estagnação e recuo em relação ao resto da União Europeia:

  • Nos 12 anos seguintes à adesão à Zona Euro, a economia portuguesa cresceu menos do que a média da UE em 9 desses anos.

Alguns dos benefícios trazidos pela entrada na Zona Euro acabaram por também dar os incentivos errados aos decisores políticos e outros agentes económicos:

  • A redução da taxa a que o Estado se conseguia endividar fez aumentar exponencialmente a quantidade de dívida pública do país, alimentando os setores económicos que sobreviviam do investimento público e impedindo o crescimento de outros setores.
  • O mecanismo de desvalorização da moeda que se segue a períodos de desequilíbrio na balança de pagamentos não ocorreu, impedindo a correção desses desequilíbrios. Pelo contrário: como os grandes países da Zona Euro tinham um desequilíbrio oposto, a moeda até se valorizou, aumentando o salário real mais depressa do que a produtividade.

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