A Europa em Ruínas: Consequências da Primeira Guerra Mundial
Humilhação e Ascensão do Nazismo
Humilhados, os povos vencidos sempre rejeitaram os tratados em cuja elaboração não participaram. A Alemanha, sobretudo, ficou de rastos com o diktat de Versalhes. O orgulho ferido do seu povo permitiu a ascensão do nazismo e, com ele, o segundo conflito mundial. Para cúmulo, nem a Alemanha, nem qualquer um dos vencidos foram chamados a colaborar na SDN como estados-membros.
Descontentamento entre os Vencedores
Quanto aos vencedores, nem todos se mostraram satisfeitos com os tratados de paz: a Itália falava de "uma vitória mutilada", não obtivera a Dalmácia e a cidade de Fiume, na Ístria, que os franco-britânicos lhe haviam prometido; Portugal protestou contra o esquecimento a que os grandes o queriam votar, não o contemplando nas reparações devidas aos estados aliados.
Tensão nas Relações Internacionais
A regulamentação de fronteiras e a não resolução da questão das "minorias nacionais" inquinaram as relações internacionais.
Obstáculos à Paz e ao "Espírito de Genebra"
A questão das reparações de guerra tornou-se outro obstáculo à paz e ao "espírito de Genebra". Desde logo, a França vinculou que "a Alemanha pagará". Desde cedo, também os EUA contrariaram as pretensões hegemónicas dos aliados da véspera, perfilhando das ideias do economista Keynes, não aceitaram a reconstrução dos vencedores à custa da asfixia económica dos vencidos. Por isso, o Congresso americano, dominado por uma maioria de republicanos isolacionistas desde 1919, não ratificou o Tratado de Versalhes e os EUA desistiram de participar na SDN. Cada vez mais, esta se tornou um clube restrito de países vencedores.
Fracasso da SDN
Desprovida do apoio americano, com a sua autoridade moral desacreditada e sem mecanismos que lhe permitissem responder às contínuas violações territoriais que sucederam, a SDN viu-se impossibilitada de desempenhar o seu papel de organizadora da paz. Fim da SDN.
Economia Europeia em Declínio
A Primeira Guerra Mundial afetou de modo desigual as economias nacionais e as trocas internacionais - provocou o declínio da Europa e beneficiou países extraeuropeus. Entre estes, destacaram-se os EUA, que se elevaram à categoria de primeira potência mundial.
Dependência e Endividamento
A Primeira Guerra deixou uma Europa arruinada, no plano material e humano. Durante a guerra, a Europa tornou-se extremamente dependente dos EUA, seu principal fornecedor. Acumulou dívidas. Acontece que, finalizado o conflito, as economias europeias registaram grandes dificuldades de reconversão. Vocacionadas que estavam para as produções de material bélico, custou-lhes a adaptação à paz. A situação mostrava-se melindrosa: a população ativa foi substancialmente ceifada; os campos queimados pelos projéteis e explosivos, não produziam; as fábricas, as minas e frotas estavam destruídas e as finanças desorganizadas. Por isso, a Europa continuou compradora de bens e serviços americanos e viu o endividamento agravar-se.
Inflação Galopante
. A situação atingiu contornos gravissimos entre os vencidos da guerra, obrigados ao pagamento d pesadas indemnizações. Em 1922, o Estado austriaco declarou falencia e foi colocado sob o controlo financeiro da SDN. Em 1923, na Alemanha, a desvalorização do marco era d tal ordem q as notas serviam como combustivel, para forrar paredes ou para as crianças brincarem. Filas d espera criavam-se à porta dos bancos para obter novas notas, dada a perda d valor das anteriores.
Fornecedores dos paises beligerentes e dos mercados mundiais, durant e depois da guerra (na qual só entraram depois de 1917) e possuidores d uma elevada parcela do ouro mundial, os EUA apresentavam, em 1919, uma imagem d sucesso, patente numa prodigiosa capacidad d produção e na prosperidad da sua balança d pagamentos. Mas a economia americana n ficou imune às dificuldades da Europa. Em 1920-21, registou uma crise breve mas violenta, relacionada c/ a diminuição da procura externa. A produção industrial desceu, o indice d preços caiu e o desemprego cresceu.