Evolução Biológica: Teorias, Evidências e Mecanismos

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Evolução Biológica

A evolução é o processo de transformação das espécies ao longo do tempo, principalmente pautada por meio de registros fósseis.

Como disse Theodosius Dobzhansky: "Nada na biologia faz sentido senão sob a luz da evolução".

Evolução vs. Fixismo

A evolução defende que as espécies se modificam ao longo do tempo, em contraste com o fixismo, que postula que as espécies são imutáveis. Esta foi uma grande contradição no século XVIII.

Lamarckismo

Jean-Baptiste Lamarck foi um pioneiro nas ideias evolucionistas.

Princípios de Lamarck

  • Transformação: Os seres não são extintos, mas sim se transformam.
  • Lei do Uso e Desuso: Estruturas corporais mais usadas se desenvolvem e aprimoram, enquanto as não usadas atrofiam.
  • Lei da Transmissão dos Caracteres Adquiridos: As modificações adquiridas durante a vida de um organismo podem ser transmitidas aos seus descendentes.

Lamarck também defendia a geração espontânea.

Darwinismo

Charles Darwin propôs a seleção natural como o principal mecanismo da evolução, focando na reprodução diferencial.

Seleção Natural

A seleção natural ocorre porque o ambiente condiciona diferentes situações.

Em outras palavras: os indivíduos mais aptos às condições ambientais sobrevivem, enquanto os menos aptos morrem. Os sobreviventes reproduzem-se e geram descendentes, muitos dos quais herdam as características que conferiram aptidão. Este processo leva à reprodução diferencial. No entanto, Darwin não conseguiu explicar a origem da variabilidade nas populações nem os mecanismos da hereditariedade.

Exemplos de Interpretações (Lamarck vs. Darwin)

  • Lamarck: "O gafanhoto é verde porque vive na grama."
  • Darwin: "O gafanhoto vive na grama porque é verde."

Evidências da Evolução Biológica

A evolução biológica pode ser evidenciada por meio de:

  • Registros Fósseis: Documentam a existência de espécies extintas e as transições entre diferentes grupos.
  • Embriologia Comparada: Estudo das semelhanças e diferenças no desenvolvimento embrionário e fetal de diferentes espécies. Seres evolutivamente próximos tendem a ter desenvolvimentos semelhantes por mais tempo.
  • Anatomia Comparada: Estudo das estruturas corporais de diferentes espécies, incluindo órgãos homólogos e análogos.

Órgãos Homólogos e Análogos

  • Órgãos Homólogos: Possuem origem embrionária semelhante, mas se diferenciaram ao longo do tempo devido a pressões seletivas distintas, desenvolvendo funções diferentes (divergência evolutiva).
  • Órgãos Análogos: Possuem origem embrionária diferente, mas desenvolveram funções iguais devido a pressões seletivas semelhantes (convergência evolutiva).
  • Órgãos Vestigiais: São estruturas remanescentes de órgãos que já foram úteis em ancestrais da espécie. Sua presença pode ajudar a identificar origens evolucionárias comuns.

Teoria Sintética da Evolução (Neodarwinismo)

A Teoria Sintética da Evolução, também conhecida como Neodarwinismo, integra os princípios da seleção natural de Darwin com os conhecimentos da genética moderna. Não é uma teoria completamente nova, mas sim um aprimoramento e complemento à teoria original de Darwin, explicando a origem da variabilidade e os mecanismos da hereditariedade.

Fatores que Aumentam a Variabilidade Genética

  • Mutações: Eventos aleatórios que alteram o material genético. Embora raras, podem ocasionalmente conferir uma vantagem adaptativa, aumentando as chances de sobrevivência e reprodução. As mutações podem ser divididas em mutações de base (pontuais), mutações numéricas (alterações no número de cromossomos) e mutações estruturais (alterações na estrutura dos cromossomos).
  • Recombinação Gênica (Crossing Over): Processo que ocorre durante a Prófase I da meiose, onde cromossomos homólogos (um de origem paterna e outro materna) trocam segmentos, misturando aleatoriamente o material genético e criando novas combinações de alelos nos gametas.

Tipos de Seleção Natural

  • Seleção Estabilizadora: Favorece indivíduos com fenótipos intermediários, reduzindo a variabilidade na população.
  • Seleção Direcional: Favorece indivíduos com um fenótipo extremo em uma direção, levando a uma mudança na média fenotípica da população ao longo do tempo. (Exemplo: Alces com chifres maiores podem ser mais selecionados para acasalamento, mas chifres excessivamente grandes podem dificultar a sobrevivência).
  • Seleção Disruptiva: Favorece indivíduos com fenótipos extremos em ambas as direções, enquanto os fenótipos intermediários são desfavorecidos. Isso pode levar à especiação.

Outros Mecanismos Evolutivos e Conceitos

  • Deriva Gênica: Mudanças aleatórias nas frequências alélicas de uma população, especialmente significativas em populações pequenas. Pode ocorrer devido a eventos aleatórios, como catástrofes naturais (efeito gargalo) ou a fundação de uma nova população por poucos indivíduos (efeito fundador).
  • Aposematismo: Estratégia de sinalização de perigo, geralmente através de cores vivas e contrastantes, indicando a presença de toxinas ou outras defesas para predadores.
  • Mimetismo Batesiano: Ocorre quando uma espécie inofensiva (o mímico) imita uma espécie perigosa ou tóxica (o modelo), beneficiando-se da aversão dos predadores ao modelo. (Exemplo: Cobra-coral falsa imitando a cobra-coral verdadeira).
  • Mimetismo Mülleriano: Ocorre quando duas ou mais espécies perigosas ou tóxicas se imitam mutuamente. Isso reforça a aversão dos predadores a todas as espécies envolvidas. (Exemplo: Borboleta Monarca e Borboleta Vice-Rei, ambas tóxicas, com padrões de cores semelhantes).
  • Camuflagem: Capacidade de um organismo se misturar com o ambiente, tornando-se difícil de ser detectado por predadores ou presas. (Exemplo: Lebre-do-ártico).

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