A Evolução do Funcionalismo na Arquitetura Moderna
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Arquitetura Funcionalista: Da Reconstrução à Humanização
A Arquitetura como Resposta à Necessidade Pós-Guerra
A Europa estava destruída, e impunha-se a necessidade de construir de forma simples, barata, mas digna, para reerguer os edifícios e realojar os cidadãos. Na época, existia a convicção de que só um planeamento eficiente e altamente racionalizado podia acabar ou diminuir as carências habitacionais e promover o bem-estar e a felicidade de todos. Isto implicava um corte radical com o tipo de arquitetura oitocentista, que era marcado por um excessivo decorativismo.
O Primeiro Funcionalismo: Princípios e Características
O funcionalismo consistia num novo estilo arquitetónico de baixo custo. Este tipo de arquitetura rapidamente começou a marcar-se pelo seu estilo despojado e simplório. É caracterizado por:
- Conceção do espaço: Não eram necessários grandes quartos com tetos muito altos e portas onde passassem gigantes. O Homem passou a ser a escala para a construção da casa. A casa deve ser prática, racional, em suma, funcional.
- Simplificação dos volumes exteriores: As linhas predominantes retas delimitam volumes básicos do tipo cubo e paralelepípedo, forma da maioria das construções.
- Ausência de elementos decorativos: Paredes lisas, muitas vezes brancas.
- Grandes janelas: Inundam de ar e de luz o interior (janela contínua).
- Coberturas planas: Transformadas em terraços que eliminam locais escuros como os sótãos e prolongam o espaço exterior.
- Elevação do edifício: Sobre pilares recuados em relação à fachada, dando a sensação de casa suspensa.
- Plantas livres: O arquiteto apenas determina o lugar das canalizações, exaustão de fumos, etc.
Pioneiros do Funcionalismo: Le Corbusier e Walter Gropius
Entre os criadores da arquitetura moderna e do funcionalismo, destacam-se Charles-Édouard Jeanneret (Le Corbusier), arquiteto francês de origem suíça, que se tornou um emblema da renovação arquitetónica europeia pela obra feita e pelos livros e artigos publicados. Igual destaque merece o alemão Walter Gropius, autor de soluções arrojadas e responsável pela fundação da Bauhaus, escola de artes.
O Segundo Funcionalismo: Rumo à Arquitetura Humanizada
No decorrer da década de 30 do século XX, a arquitetura funcionalista era acusada de excessiva rigidez e de criar casas despersonalizadas. Este estilo perdeu o seu caráter inovador, e uma nova geração de arquitetos (Alvar Aalto e Frank Lloyd Wright) sentiu o problema e tentou resolvê-lo, apostando numa arquitetura mais humanizada.
A arquitetura orgânica, como era chamada por Wright, não nega o funcionalismo, mas liberta-se dos seus dogmas, isto é, procura a melhor solução para cada caso. Esta nova conceção arquitetónica integra-se melhor na paisagem. As casas de Wright inserem-se nela de forma admirável, parecendo formar um todo com o espaço circundante. As construções orgânicas acentuam as linhas do solo, assemelham-se nos materiais e fundem-se com a natureza.