Evolução Humana: Teorias e Etapas
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Criacionismo: Teoria de que o mundo e os seres vivos foram criados por Deus do nada. Esta é a base de muitos conceitos religiosos e é uma das doutrinas fundamentais do cristianismo.
Fixismo: Teoria científica formulada por Lineu. Afirma que as espécies, tanto vegetal quanto animal, não evoluem, mas mantêm-se inalteradas ao longo do tempo. É baseada em Aristóteles e totalmente reconciliada com a ideia criacionista que surgiu a partir de uma leitura literal da Bíblia, levando ao criacionismo fixista. Para explicar o desaparecimento de determinadas espécies e o surgimento de novas, a explicação veio através da catástrofe. Segundo esta teoria, algumas espécies desapareceram como resultado de desastres e outras foram deslocadas.
Geração Espontânea: Demonstração de que os organismos se originam a partir de substratos. Por exemplo, o crocodilo. Essas teorias eram dogmáticas, pois eram assumidas pela sociedade como verdades indiscutíveis.
Teoria de Lamarck: Apareceu em sua Philosophie Zoologique e explicou que a natureza é tudo criado por Deus, mostrando que os seres vivos estão em ordem crescente, do mais simples ao mais complexo. Os microrganismos primeiro foram transformados para se adequar às condições do ambiente onde vivem. A causa da diversidade de espécies é devido às mudanças que ocorrem no comportamento dos seres vivos pela sua necessidade de se adaptar. A teoria tem dois princípios: o do uso ou desuso de órgãos. Explica a crença de que os órgãos se desenvolvem ou atrofiam de acordo com o uso ou falta de uso dos mesmos. A lei da herança de caracteres adquiridos. Afirma que essas modificações dos órgãos são transmitidas à descendência. Embora a teoria fosse falsa, foi revolucionária porque colocou a origem dos seres vivos não da intervenção direta de Deus, como afirmava o criacionismo, mas da necessidade de se adaptar ao ambiente, um forte viés natural.
Teoria da Seleção Natural: Pode ser resumida nas seguintes etapas: Primeiro: É um fato óbvio que a vida é caracterizada pela sua enorme capacidade de reprodução, de modo que os seres vivos tendem a multiplicar-se em função das possibilidades oferecidas pelo ambiente. Segundo: Também é um fato óbvio que os indivíduos da mesma espécie têm características diferentes que ocorrem ao acaso e tornam os indivíduos diferentes uns dos outros. Terceiro: Essas características fazem com que alguns indivíduos sejam mais favorecidos do que outros. Essas características favoráveis às demandas do ambiente têm maior probabilidade de se reproduzir e sobreviver do que aquelas com características menos favoráveis. Quando transmitidas por herança, as características favoráveis tornar-se-ão cada vez mais generalizadas, enquanto as desfavoráveis tornar-se-ão menos frequentes, até que desapareçam. O resultado será uma espécie diferente. Essa teoria substituiu permanentemente a primeira lei de Lamarck, mas respeitou a segunda, a herança de características adquiridas. Darwin usou as expressões <> e <> para descrever o controle seletivo rígido aplicado aos seres vivos.
Leis de Mendel: Considerou que a herança ocorre em três atos: Ato de uniformidade, a segregação, Lei de Independência de caracteres.
Teorias de Mutações: Defendida por De Vries, afirmava que a evolução era um processo lento e gradual, como Darwin, que ocorria aos saltos de uma espécie para outra, sem formas intermediárias.
Teorias do Gene: Contêm os resultados da pesquisa de Thomas Hunt Morgan, que descobriu o papel dos cromossomos como portadores de genes para a transmissão da herança e, portanto, recebeu o Prêmio Nobel em 1933, com a mosca da fruta. Os resultados confirmaram o desempenho das leis de Mendel da herança e que só falhavam quando um gene sofria mutação, como disse De Vries.
Teoria Sintética da Evolução: É uma reformulação realizada no período de 1940 a teoria da evolução, sendo uma síntese das teorias de Darwin e Mendel. A teoria recolheu os resultados mais notáveis da biologia molecular, incluindo a identificação do DNA como o material hereditário dos seres vivos, ou a identificação do RNA como responsável pela transmissão da informação genética. A descoberta do genoma humano por Severo Ochoa...
Origem da Vida
Pasteur: Em 1860, demonstrou que nenhum micróbio poderia surgir espontaneamente, mas que os germes vinham de cima. A teoria da evolução não havia conseguido provar a falsidade da teoria fixista em relação aos seres vivos e o criacionismo era uma explicação insuficiente.
Oparin: Em sua teoria da origem inorgânica da vida, afirma que a vida surgiu a partir de matéria inerte em condições que existiam na Terra e na atmosfera primitiva. Esta teoria criou a certeza de que a vida é o resultado da evolução química.
Química Prebiótica: Algumas de suas respostas contemplam sua possível origem no material de barro, às vezes em fontes de água quente do oceano profundo, e outras, como a hipótese da panspermia, adiam o problema de sua origem real. A ciência agora aborda a questão: "O que aconteceu?"
Etapas de Desenvolvimento:
Australopithecus: Aparece há 7 milhões de anos na África e foi extinto. Caracteriza-se por baixa estatura, cérebro como o de um gorila, prognatismo pronunciado, rosto afundado, postura ereta, bípede, usando paus e pedras para se alimentar e se defender.
Homo habilis: Aparece há 1.800 mil anos, 140 cm de altura, capacidade craniana de 600 cm³, foram os primeiros escultores, têm a capacidade de fabricar ferramentas e pedras esculpidas (choppers de um lado; chopping tools frente e verso).
Homo ergaster: Aparece há 2.000 mil anos, tem 180 cm de altura, capacidade craniana de 800 cm³, ancestral comum de todos os seres humanos posteriores, é fluente em espaços abertos e de ferramentas de pedra esculpida usadas por percussão (instrumentos contundentes) ou técnicas desenvolvidas (bifaces).
Homo erectus: Surge há 1,5 milhão de anos, fabricação de armas, uso do fogo, faz atividades religiosas, tem uma estrutura similar ao homem moderno, capacidade craniana de 900-1200 cm³.
Homo ancestral: Aparece há 800.000 anos, capacidade craniana de 1.000 cm³, praticava canibalismo, era caçador e coletor.
Homo neanderthal: Aparecem há 300 mil anos, capacidade craniana de 1.250 cm³, medindo 160 cm, tinha um queixo e mandíbula proeminentes. Usava: abrigo, bifaces, raspadores, facas de chifre e ferramentas de osso... viviam em cavernas naturais, adoravam os mortos.
Homo sapiens sapiens: Aparecem cerca de 150.000 anos, têm altura elevada, compleição forte, capacidade craniana de 1.350 cm³, pintavam nas paredes, descobriram a agricultura e os metais, formaram cidades, progrediram cultural e tecnicamente em ossos e usados, cabos de madeira e ponta de lança de pedra ou osso...
Antropogénese
Pongídeos: A característica fundamental de todos os macacos era o braquismo (locomoção arbórea, braços livres na posição quadrúpede). Diversificação entre homo e macaco: diferenças psicológicas (grande aumento do cérebro do homo) e diferença física menor (estrutura corporal semelhante: Chave).
Bipedalismo: Está relacionado às mudanças climáticas que nos forçaram a uma série de mudanças que os favoreceram ao procurar comida e localizar inimigos por sua posição ereta, de ter novos relacionamentos, de rever seus pés, pelve e coluna, elevou seu cérebro e inteligência e teve as mãos livres para lidar com paus e pedras.
Liberação da mão: As pernas são mais finas que os braços, já permitindo passos largos. Os braços assumem uma variedade de movimentos e são usados para tarefas delicadas.
Telencefalização: O processo de desenvolvimento do sistema nervoso e centralização progressiva e integração de suas funções. Refina sua posição vertical, têm mais destreza manual, as mutações aumentam os neurônios do cérebro, o que traz inteligência, vontade, imaginação, linguagem....
Teorias da Natureza Humana:
Evolução: Darwin sustenta que a essência do ser humano é um produto da evolução das espécies, bem como as capacidades que outros animais possuem. Nossa essência é determinada por nossos genes, que permitiram que o cérebro evoluísse para atingir uma grande capacidade, o que nos permite compreender o mundo como o fazemos.
Etologia: Lorenz afirma que muito do nosso comportamento é determinado pelas informações de nossos genes. Isso faz com que nossos instintos determinem nossas ações.
Behaviorismo: Considera que é a cultura que determina nosso comportamento e conduta. Tudo o que os seres humanos são é aprendido. Somos todos iguais no nascimento e temos exatamente as mesmas capacidades intelectuais.
Filosofia: Dilthey e Ortega y Gasset sustentam que o homem não tem natureza como os animais, mas história. Todo ser humano é condicionado por suas experiências e circunstâncias, que são diferentes para cada um. Nosso comportamento não é devido a instintos.
Existencialismo: Diz que, por natureza, o homem é uma maldição para ele, pois é forçado a decidir por si mesmo e será responsável.
Sociobiologia: De Wilson, diz que nossos genes são, de fato, os determinantes de nosso comportamento através de estratégias armazenadas neles sobre a evolução. Por esta teoria, a natureza humana busca preservar os genes da espécie sobre o indivíduo. Se assim for, toda a espécie será superior a qualquer indivíduo, o que nos coloca diante de uma estrutura de sobrevivência totalitária muito perigosa.
Psicologia Evolutiva: Dos anos 90, afirma que nosso cérebro é o resultado da evolução. Portanto, nossa consciência e nossa conduta estão equipadas com um design funcional e estrutural. Nosso comportamento atual seria o resultado de genes, mas também do ambiente e da interação entre eles.
Nossa Cultura:
EB Tylor: Cultura é o complexo de conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes e quaisquer outras capacidades e hábitos que o homem adquire como membro da sociedade. Existem dois tipos de cultura: Material: Composto por produtos materiais e equipamentos. Mental: Composto por crenças sociais, valores e normas.
Dois subtipos de cultura:
Subculturas: De acordo com a idade e os níveis socioeconômicos de seus membros, bem como manifestar-se em zonas rurais ou urbanas.
Contracultura: É um movimento de rebelião contra a cultura hegemônica, que apresenta uma alternativa: os jovens descobrem a causa do ataque à identidade. Grupos sociais revolucionários, criminosos alternativos ou socialmente agressivos. Grupos objetivo: Tribos Urbanas encontram um novo significado para a existência.
Diferença entre Cultura e Civilização:
Civilização: Síntese dos traços mais gerais que levaram um grupo de culturas que têm uma relação entre si. A cultura tem um sentido parcial e a civilização, mais global.
Relativismo Cultural: Analisa outras culturas a partir dos valores dessas mesmas culturas. Ser tolerante com elas. Embora seja uma melhoria em relação ao etnocentrismo, tem limitações: Promove o diálogo entre as culturas, apenas exige um respeito e outras. É incapaz de evitar o risco de: 1. Racismo, considerando que cada cultura sobrevive separadamente, evitando a imigração. 2. Separação de culturas sem contato. 3. Atitude romântica contra o etnocentrismo, exagerando os aspectos positivos de outras culturas, mas sem ver o lado negativo (perda do senso crítico). 4. Paralisia cultural, pois as culturas não se tocam, enriquecem e desenvolvem, considerando que o mais importante é manter a tradição.
Interculturalismo: Vai além do relativismo cultural. Não somente deve haver respeito por outras culturas, mas também encontro entre diferentes culturas em pé de igualdade.
Propomos que prossigam os objetivos de reconhecimento do pluralismo da sociedade e do mundo. Compreender a relação complexa entre as culturas pessoal e comunitária. Promover o diálogo entre as culturas. Colaborar na busca de respostas para os problemas globais. Tentar aprender a conviver em um mundo pluralista e diversificado. Assim, enquanto o multiculturalismo é um fato, o interculturalismo é uma atitude que deve ser adotada diante do fato. Comprometido com a integração, não com a assimilação, separação, marginalização...
1. A assimilação é impor modelos de comportamento de uma cultura para os diferentes.
2. A separação é tolerada, mas não em rede.
3. Marginalização é não preservar a identidade de algumas culturas, sendo capaz de extermínio.
A integração é respeitar e estabelecer relações com outras culturas, garantindo que não haja interpenetração de ideias.
Diferenças entre Relativismo e Universalismo:
De acordo com o relativismo cultural, a comunicação intercultural é impossível. Segundo o universalismo (posição interculturalista), há partilha de valores e permite o diálogo entre culturas: o respeito pelos direitos humanos. Apreciação de valores como igualdade, liberdade e solidariedade. Atitude tolerante. Possibilitada pelo passivo, não ativo, que visa alcançar a comunicação com os outros.