A Evolução da Psicanálise: Conceitos, Escolas e Legado de Freud

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Casos Clínicos e a Evolução da Psicanálise

  • Elisabeth von R. – resistência voluntária face a uma fantasia sexual proibida ⇒ abandono da hipnose ⇒ método da concentração: ênfase nas fantasias e recusa, insistência do esquecimento “voluntário” leva ao conceito de resistência.
  • Dora (fracasso) – incapaz de significar e gerir os conteúdos transferenciais encarados como resistência e um obstáculo. Reconceptualiza a transferência como uma reatuação repetitiva e uma necessidade que requer interpretação.

Inovações e Marcos na Psicanálise Freudiana

  • A postura diminui na diretividade e aumenta na compreensão do sofrimento do paciente.
  • Abandono da técnica da hipnose.
  • As resistências como um sintoma simbólico a ser interpretado – marco da passagem para o método psicanalítico – foco no simbólico e na interpretação dos sintomas e dos sonhos.
  • Conceito de transferência e trabalho no campo transferencial.

O Legado de Freud: Heranças e Contribuições Essenciais

  • A “cura pela palavra” na origem da psicoterapia.
  • A indissociabilidade entre mente e corpo (escola psicossomática).
  • A importância desenvolvimental das relações triangulares (derivações e amplificações do Complexo de Édipo).
  • Dinâmica psíquica: conflito entre as instâncias psíquicas conscientes e inconscientes, e o ego como instância com conteúdos conscientes e inconscientes.
  • Clivagem intersistémica (entre estruturas ou instâncias): introduz, com o conceito de dissociação do ego, o conceito de clivagem do ego (intrassistémica) como processo defensivo.
  • O valor terapêutico da análise transferencial e da simbologia e otimização da resistência.
  • Ressignificação da experiência traumática.

História da Psicanálise: Amplificação e Reestruturação

  • Primeira Guerra Mundial ⇒ amplificação teórica com base nas neuroses de guerra ou *shell shock* e nos sonhos traumáticos, à repressão de impulsos agressivos, além dos impulsos libidinais, e considera o instinto de morte.
  • Segunda Guerra Mundial – o pensamento psicanalítico particulariza-se e adquire as propriedades da personalidade, história e cultura dos seus autores e países.

Genealogia e Principais Escolas da Psicanálise

  • Anna Freud: mecanismos de defesa, psicanálise aplicada à infância.
  • Heinz Hartmann (EUA): Escola da Psicologia do Ego, função mais adaptativa do ego e a existência de uma zona livre de conflito.
  • Edith Jacobson: *self* fisiológico; relações objetais primárias.
  • Margaret Mahler e colaboradores: relação mãe-bebê – estádios evolutivos da criança desde o autismo normal, diferenciação e separação-individuação, até a autonomia e constância objetal.
  • Melanie Klein: terapêutica lúdica baseada no jogo simbólico e inspirada na interpretação dos sonhos; conceito de posições *seio-cêntricas*.
  • Donald Winnicott: conceito de *holding* (primordialidade do vínculo mãe-bebê para o desenvolvimento emocional primitivo); conceitos de mãe suficientemente boa, verdadeiro e falso *self*, e fenômeno, espaço e objeto transicional.
  • Heinz Kohut: Escola da Psicologia do *Self*; conceitos de narcisismo e falhas empáticas na relação precoce mãe-bebê.
  • Jacques Lacan: Escola Estruturalista; retorno a Freud contra o pragmatismo; dimensões hermenêuticas e metapsicologia.
  • A corrente do Culturalismo: fatores culturais, dimensões mais sociais e contextuais da psicologia. Erich Fromm e a Psicanálise na Sociedade; Christopher Lasch e o narcisismo cultural; Karen Horney e a resposta feminista à psicanálise clássica.

Conflito, Crise, Resistência e Reinvenção na Psicanálise

  • Crise da psicanálise – ameaças endógenas e exógenas.
  • Estes processos são saudáveis, inevitáveis e alheios ao valor da psicanálise enquanto ciência: a psicanálise como sistema aberto.
  • A origem paralela à psicologia científica é disputada entre a medicina e a psicologia.
  • A figura autoritária de Freud: divergência de escolas na autoridade (anna-freudiana, kleiniana e independentista).

Diferenças Culturais e Abordagens na Psicanálise

  • Escola Americana *vs.* Francesa: caráter adaptativo do ego *vs.* maior proximidade filosófica e hermenêutica da psicanálise.
  • Psicologia do *Self* (Kohut) *vs.* Psicanálise Clássica: empatia e acolhimento (terapia focada no défice e narcisismo saudável; falta de atenção parental e desmembramento familiar) *vs.* impassividade (terapia para o conflito e emaranhamento).

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