Evolução da Qualidade: Conceitos e Contribuições Essenciais

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Evolução Histórica da Qualidade

A compreensão e a aplicação do conceito de qualidade passaram por transformações significativas ao longo da história, adaptando-se às necessidades e tecnologias de cada época.

Qualidade no Século XVIII

  • Neste período, a qualidade estava intrinsecamente associada ao valor, ligando o conceito a produtos caros de luxo e alto desempenho, acessíveis apenas a uma pequena parcela da população.

Impacto da Revolução Industrial e da Administração Científica

Com a Revolução Industrial e o advento da Administração Científica, liderada por Taylor, as empresas experimentaram inovações cruciais que redefiniram o foco da qualidade:

  • Divisão do trabalho;
  • Padronização das atividades executadas na produção;
  • Simplificação dos movimentos;
  • Estabelecimento de um tempo padrão para a realização de cada atividade;
  • Definição de uma meta de produção para cada trabalhador;
  • Melhoria dos métodos e das ferramentas de trabalho.

Nesse contexto, o conceito de qualidade mudou, passando a ser relacionado ao processo de produção e adquirindo um caráter quantitativo, focado na identificação e correção de erros e falhas nos processos produtivos.

A Qualidade como Diferencial Estratégico

Atualmente, a qualidade pode ser definida como um critério estratégico de diferenciação competitiva, no qual a organização tem como objetivo oferecer ao mercado produtos e serviços superiores aos dos concorrentes.

Visão Gerencial de Maximiano (2006)

Maximiano (2006) apresenta uma visão gerencial abrangente dos conceitos de qualidade, destacando:

  • Excelência;
  • Valor;
  • Especificações;
  • Conformidade;
  • Adequação ao uso.

Principais Contribuições dos Gurus da Qualidade

Diversos pensadores foram fundamentais para o desenvolvimento e a consolidação das filosofias e ferramentas de gestão da qualidade.

W. Edwards Deming

O impacto das ideias de Deming junto ao empresariado japonês foi tão grande que ele é considerado um dos responsáveis pela retomada do desenvolvimento do país após a Segunda Guerra Mundial. Sua filosofia de administração da qualidade foi estruturada com base em fatores críticos para a competitividade de uma empresa, como:

  • Falta de envolvimento dos setores da administração com os problemas da produção;
  • A qualidade era encarada como responsabilidade exclusiva da produção;
  • O treinamento do pessoal era completamente inadequado para tratar problemas relacionados com a qualidade.

Outra contribuição essencial de Deming foi o Ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act): uma ferramenta da qualidade voltada ao planejamento e à gestão estratégica. É utilizada para direcionar e priorizar os esforços de melhoria do desempenho em cada nível hierárquico, visando o alcance dos objetivos estratégicos de longo e médio prazo da empresa.

Joseph M. Juran

Para Juran, a gestão estratégica da qualidade pode ser definida segundo duas vertentes principais:

  • Ótica do Resultado: A qualidade deve estar voltada à satisfação das necessidades dos clientes, gerando lucro.
  • Prisma dos Custos: A qualidade é a ausência de defeitos ou erros no processo produtivo.

Armand V. Feigenbaum

Armand Feigenbaum definiu qualidade como um conjunto de características do produto ou serviço que, via de regra, devem satisfazer as expectativas do cliente. Para ele, o processo de correção de todos os problemas e suas respectivas causas relacionadas à qualidade:

  • Envolve todas as áreas da organização;
  • Requer um sistema de integração de esforços.

Feigenbaum foi também pioneiro no estudo dos Custos da Qualidade, que estão relacionados aos investimentos na manutenção da qualidade. Ele agrupou esses custos em duas categorias principais:

  • Custos de Prevenção: Relacionados às ações para evitar a ocorrência de erros e defeitos.
  • Custos de Avaliação: Voltados às atividades de aferição da qualidade.

Além disso, identificou os Custos da Não Qualidade, que incluem os custos das falhas internas e os custos das falhas externas.

Kaoru Ishikawa

Ishikawa introduziu o conceito de Círculo de Controle da Qualidade (CCQ), uma ideia aplicada pioneiramente pela Toyota. O CCQ é um grupo de voluntários de um mesmo setor ou área de trabalho que se reúne regularmente para estudar e propor a solução de problemas que estejam comprometendo a qualidade e a eficiência dos produtos.

Com o passar do tempo, o formato original do CCQ foi adaptado em função das necessidades das organizações, levando as empresas a montar equipes multifuncionais. O objetivo era resolver problemas interdepartamentais relacionados não só à qualidade, mas também a outros aspectos organizacionais.

O objetivo atual do CCQ, além de resolver problemas de qualidade e eficiência, é complementado por uma série de outros objetivos, destacando-se:

  • Envolver os funcionários no processo de análise e resolução de problemas;
  • Melhorar a comunicação dentro do próprio grupo de trabalho;
  • Estimular um clima de criatividade, mentalidade da qualidade, autocontrole e prevenção de falhas.

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