Evolução do Romance Espanhol: Anos 50 aos 70

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Descontentamento e Frustração


A Mudança do Existencial para o Social: Pouco a pouco, os escritores começam a apresentar mais claramente as preocupações sociais do momento. É o romance que surge a partir da década de 50. Esta linha de romances combina duas grandes histórias, "Tempo de Silêncio", de Martín Santos, e "A Colmeia", de Cela. Destaca-se o ano inaugural de 1954, o romance social estrito: a geração de 1955 (Aldecoa, Ana Matute, Sánchez Ferlosio). Incluem os seguintes aspectos: a solidariedade com a insatisfação, com os pobres da sociedade espanhola, o desejo de mudança social. Seguem as ideias de Sartre (o romance deve ser social e denunciar os males da sociedade como uma forma de compromisso), levando a um novo realismo favorável ao objetivismo. É o que se chama behaviorismo e o termo vem da psicologia americana de Skinner: só podemos analisar comportamentos e não psicologias. O autor narra o comportamento dos personagens e limita-se a isso.
A Sociedade Espanhola como Tema da Narrativa. Técnicas: As condições de vida das populações rurais, o mundo dos trabalhadores e do mundo do trabalho, ambientes urbanos e da pobreza são os temas escolhidos. Destaca-se a pobreza técnica de muitas dessas histórias, porque o conteúdo social parece ser a prioridade sobre todos os outros aspectos. A descrição é muito abundante e refere-se aos ambientes, além de a ação ser narrada de forma linear. A ação ocorre em um curto espaço de tempo e o personagem central é geralmente um representante de um grupo ou classe, senão de caráter coletivo (como em "A Colmeia"). Fala-se do desaparecimento da figura do autor em relação ao behaviorismo ou objetivismo. A voz do narrador assume um tom de crônica e limita-se a narrar, a ser simples. O diálogo representa o tempo (não fala como o cavalheiro burguês que o trabalhador). Alguns escritores deste período (Cela, A. M. Matute, Aldecoa) são excelentes no tratamento de estilo.

O Romance e sua Renovação Fora da Espanha

O Romance e sua Renovação Fora da Espanha: Nos primeiros anos do século XX, surgem inovadores importantes como Kafka, mas deve-se também falar de Joyce e Faulkner, ou escritores como Proust. Proust é o criador de "Em Busca do Tempo Perdido", um extenso trabalho de quinze volumes sobre a prática de introspecção e análise, explicando as coisas muito bem. Joyce parodia mitos para experimentar novas formas de contar histórias que saem de um lado da história. Enquanto isso, Faulkner, da geração perdida, é uma empresa inovadora que pode apresentar muitas surpresas, pois o autor não se explica e é condescendente com o leitor, exigindo um esforço constante. O nouveau roman francês, no entanto, tenta escapar das estruturas tradicionais e consagradas no romance.
Características da Nova Narrativa Não-Espanhola: Embora não possa haver romance sem autor, descreve-se esse fenômeno em mais ficção recente. O desaparecimento do autor significa que o narrador de uma história renuncia à onisciência. Sem narrador onisciente, deparamo-nos com duas possibilidades, que são o objetivismo e o perspectivismo. Isto é o que acontece em algumas novelas, onde o narrador deve ter o comportamento sem explicar mais nada, ou nas histórias que apresentam o ponto de vista de diferentes personagens. Há um precedente para esse fenômeno encontrado em "Troteiras e Dançarinas", de Pérez de Ayala, mas apenas em um fragmento. Fala-se da destruição do caráter (anti-psicologismo behaviorista, caráter coletivo). Aparece, em comparação com o tradicional primeiro e terceiro, a história na segunda pessoa. Exibe-se a técnica de estilo livre indireto e a história do monólogo interior. Outras possibilidades são as digressões do autor, trazendo a novidade para o teste, brinca-se com as possibilidades da expressão e da linguagem poética ou efeitos tipográficos.

O Romance Espanhol Após 1962

O Romance Espanhol Depois de 1962: Nesta altura ocorre uma mudança: o cansaço do realismo dominante. Isso afeta alguns autores cada vez mais conscientes dos desenvolvimentos que ocorrem no exterior. Temos que distinguir: 1 - Antigos autores consagrados das décadas anteriores que querem entrar neste caminho de renovação. 2 - Novos autores. De fato, alguns autores antigos destas tendências realistas já haviam demonstrado preocupações e uma propensão a mais romance experimental, acima do realismo vigente, e isso acontece com autores como Cela, Delibes e Martín Santos, Cunqueiro, Torrente Ballester... E a eles juntou-se a geração de 1955, também chamada de geração do novo século.
Os Autores dos Anos 70: Pertencem à chamada geração de 68. Ainda longe do realismo, explorando o sonho, a imaginação e experiências inesperadas. Mas a efervescência experimental está levando a um impasse. Sem abrir mão de qualquer coisa que eles acham atraentes sobre a experimentação, moderam-se, para retornar em alguns aspectos ao romance tradicional. É a hora de voltar à história, ao conteúdo da história. E com eles volta o tradicional Torrente Ballester.

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