A Evolução da Tecnologia: Da Revolução Industrial à Era Digital
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Tecnologia na Era Moderna: A Revolução Industrial
No final da Idade Média, os sistemas tecnológicos e as cidades já eram a principal característica da vida ocidental. Em 1600, Londres e Amsterdã tinham uma população de 100.000, e Paris, o dobro desse montante. Além disso, os alemães, ingleses, espanhóis e franceses começaram a construir impérios globais. No início do século XVIII, recursos financeiros e sistemas bancários estavam suficientemente bem estabelecidos na Grã-Bretanha para começar a investir em técnicas de produção em massa que satisfariam algumas dessas aspirações da classe média.
A Revolução Industrial começou na Inglaterra porque o país tinha os recursos técnicos necessários, forte apoio institucional e uma rede de distribuição ampla e variada. As mudanças econômicas, incluindo a maior distribuição de riqueza, o poder crescente da classe média, o declínio da importância da terra como fonte fundamental de riqueza e poder, e o surgimento de empresas oportunistas, contribuíram para que a Revolução Industrial se iniciasse na Grã-Bretanha.
A produção em massa apareceu pela primeira vez em 1740, com foco na indústria têxtil (ver Sistema Industrial). Naquela época, a maioria dos ingleses usava roupas de lã, mas em 100 anos, o vestuário de lã em bruto foi deslocado pelo algodão, especialmente após a invenção do descaroçador de algodão de Eli Whitney, em 1793, nos EUA. Algumas invenções britânicas, como a lançadeira voadora de John Kay, a Jenny de James Hargreaves e as melhorias feitas por Samuel Crompton nos teares, foram integradas a uma nova fonte de poder: o motor a vapor, desenvolvido na Inglaterra por Thomas Newcomen, James Watt e Richard Trevithick, e nos Estados Unidos por Oliver Evans.
Em um período de 35 anos, de 1790 a 1830, mais de 100.000 teares mecânicos foram lançados nas Ilhas Britânicas. Uma das mais importantes inovações no processo de tecelagem foi introduzida na França em 1801 por Joseph Jacquard. Seu tear utilizava cartões perfurados para determinar a localização do fio de urdidura. O uso de cartões perfurados inspirou o matemático Charles Babbage a tentar projetar uma máquina de calcular baseada no mesmo princípio. Embora a máquina nunca tenha sido totalmente realizada, ela antecipou a grande revolução do computador no final do século XX.
Novas Práticas de Trabalho e o Sistema de Fábrica
A Revolução Industrial levou a um novo modelo de divisão do trabalho, criando a moderna fábrica, uma rede tecnológica cujos trabalhadores não precisavam ser artesãos nem ter conhecimentos específicos. Portanto, a fábrica introduziu um sistema de remuneração baseado em salário impessoal. Como resultado dos riscos financeiros assumidos pelos sistemas econômicos que acompanharam o desenvolvimento industrial, os operários também enfrentaram a ameaça constante de demissão.
O sistema de fábrica prevaleceu após muita resistência das corporações inglesas e dos artesãos, que viam claramente a ameaça à sua renda e estilo de vida. Na fabricação de mosquetes, por exemplo, os fabricantes lutaram contra o uso de peças intercambiáveis e a produção em massa de fuzis. No entanto, o sistema de fábrica se tornou uma instituição básica da tecnologia moderna, e o trabalho de homens, mulheres e crianças tornou-se apenas mais uma mercadoria no processo de produção.
A montagem final de um produto (seja um cortador mecânico ou uma máquina de costura) não é o trabalho de uma pessoa, mas o resultado de um sistema integrado e coletivo. Esta divisão do trabalho em operações cada vez mais específicas tornou-se a característica definidora do trabalho na nova sociedade industrial, com todas as horas de tédio que isso implica.
A Aceleração da Inovação e a Era Atômica
Com o aumento da produtividade agrícola e o desenvolvimento da ciência médica, a sociedade ocidental passou a ter grande fé na mudança tecnológica positiva, apesar de seus aspectos menos agradáveis. Algumas conquistas da engenharia e da construção, como o Canal de Suez, o Canal do Panamá e a Torre Eiffel (1889), produziram orgulho e admiração. O telégrafo e a ferrovia interligaram a maioria das grandes cidades. No final do século XIX, a luz elétrica (lâmpada), inventada por Thomas Alva Edison, começou a substituir as velas e lâmpadas. Em 30 anos, todas as nações industrializadas geravam energia elétrica para iluminação e outros sistemas.
Algumas invenções do século XIX e XX, como o telefone, o rádio, o automóvel e o avião, não serviram apenas para melhorar a vida, mas também para aumentar o respeito universal que a sociedade em geral sentia pela tecnologia. Com o desenvolvimento da produção em massa, com linhas de montagem de automóveis e eletrodomésticos, e a invenção aparentemente ilimitada de mais máquinas para todos os tipos de tarefas, a aceitação de inovações por parte dos países mais avançados, especialmente nos Estados Unidos, tornou-se não apenas um fato da vida cotidiana, mas um modo de vida próprio. As sociedades industriais foram rapidamente transformadas pela crescente mobilidade, comunicação rápida e uma avalanche de informações disponíveis na mídia.
A Primeira Guerra Mundial e a Grande Depressão forçaram um reajuste desta rápida explosão da tecnologia. O desenvolvimento de submarinos, armas, armaduras e armas químicas fez ver mais claramente a face destrutiva da mudança tecnológica. Além disso, a taxa de desemprego catastrófica em todo o mundo capitalista e as instituições, em 1930, criaram em alguns setores críticas mais fortes aos benefícios resultantes do progresso tecnológico.
Com a Segunda Guerra Mundial, veio o desenvolvimento de uma arma que representou uma ameaça geral à vida no planeta: a bomba atômica. O programa de grande envergadura para construir as primeiras bombas atômicas durante a guerra, o Projeto Manhattan, foi o maior e mais caro esforço tecnológico da história até então. Este programa não só abriu uma era de armas de destruição em massa, mas também levou a projetos tecnológicos de grande escala, frequentemente financiados por governos e realizados em grandes laboratórios científicos. Tecnologias emergentes e pacíficas da Segunda Guerra Mundial (o desenvolvimento de computadores, transistores eletrônicos e tendências para a miniaturização) tiveram um efeito maior sobre a sociedade (ver Microprocessador). As enormes possibilidades oferecidas estavam rapidamente se tornando realidade, o que resultou na substituição do trabalho por sistemas automatizados e em mudanças rápidas e radicais dos métodos e práticas de trabalho.