A Evolução da Teoria dos Ciclos Econômicos
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Origem do Conceito
Em meados do século XIX, as crises econômicas recorrentes na Inglaterra desde a Revolução Industrial despertaram a atenção de estudiosos, que buscaram explicar o fenômeno a partir do conceito de ciclo de negócios. A hipótese central era que as economias capitalistas se comportavam segundo um padrão ordenado, no qual o produto agregado variava de maneira cíclica. Essa ideia se fortaleceu com a constatação de que períodos de expansão e contração da economia se alternavam de forma repetida e com durações regulares. Desde seu surgimento, o conceito de ciclo econômico tem sido fundamental para a análise de curto prazo das oscilações na economia capitalista (CARVALHO; HERMANNY, 2003).
Desenvolvimento e Novas Abordagens
A teoria dos ciclos evoluiu significativamente ao longo do tempo. Discussões sobre como os choques se propagavam no sistema e entre os setores da economia foram um tema central para Mitchell (1927) e outros estudiosos, como Hayek (1932). No entanto, o debate teórico sofreu um grande hiato após a publicação da Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda de Keynes (1936), ressurgindo na década de 1970 com economistas da Nova Economia Clássica (Neoclássicos). Após um período de crescimento econômico acompanhado por altas taxas de inflação, o retorno desses estudos apontou uma falha central na visão macroeconômica keynesiana. Milton Friedman (1968) e Robert Lucas (1976) demonstraram essa falha, preparando o terreno para a macroeconomia moderna.
A Macroeconomia Moderna e os Modelos RBC
Desde então, ocorreram muitos avanços teóricos e empíricos. A própria macroeconomia novo-clássica evoluiu para dar lugar aos chamados Modelos de Ciclos Reais de Negócios (Real Business Cycle models – RBC). Nesses modelos, o padrão de crescimento e os ciclos econômicos são explicados principalmente por fatores exógenos ao sistema, como o desenvolvimento da tecnologia e da produtividade.