A Evolução da Tragédia Grega: De Ditirambos a Euripides

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A Evolução da Tragédia Grega

Origens nos Ditirambos

A tragédia evoluiu dos ditirambos - coros de 50 homens que, vestidos de pele de bode, dançavam e cantavam à volta do altar de Dionísio. Evoluiu a partir das improvisações do corifeu, enquanto o coro cantava o refrão.

VI - Arion e a Transição para o Texto

Arion marca a passagem da oralidade para o texto. Deixa de ser improvisado e o texto do corifeu passa a ser escrito.

Tespís e o Primeiro Ator

Tespís introduz o primeiro ator que dialoga com o coro e interpreta diferentes personagens. Estrutura: Prólogo/Coro/Ator.

Hypokrites - O Que Responde

Com a criação do diálogo, surge a ação dramática.

O Culto a Dionísio

O culto a Dionísio envolvia sacrifícios de animais e, em tempos remotos, até mesmo de homens e canibalismo. As orgias sexuais, ao longo do tempo, foram substituindo os sacrifícios.

O culto era realizado na Acrópole, a sul, na encosta.

Período Arcaico

Coérito (+160 peças, 13 vitórias): Inovação nos figurinos e nas máscaras.

Pratinas (50 peças): Conhecido pelas sátiras, criou o estilo grotesco, satirizando os deuses.

Frínico: Introduziu pela primeira vez personagens femininas (deusas e heroínas).

Período Clássico

Os Três Grandes Tragicos

  • Ésquilo
  • Sófocles
  • Eurípides

A violência não era representada em palco, com exceção da peça Ajax.

Agamêmnon - A ação decorre ao longo de vários dias.

Euménides - A única peça que não se passa no mesmo local da representação.

Estrutura da Tragédia

  • Prólogo: Monólogo de um ator que entra em cena antes do coro e relata os eventos anteriores à peça.
  • Parodo: Entrada do coro, cantando um presságio que estabelece o tom e a moral da tragédia. O tamanho da parodo podia variar e, na ausência de prólogo, podia assumir a sua função.
  • Episódios: Inicialmente com apenas um ator, os episódios contêm a ação dramática.
  • Estásimos: Intercalados com os episódios, eram cantos do coro.
  • Êxodo: Saída/Fim - Última cena, após a resolução do conflito, sem os atores e com o coro a finalizar a peça.

Ésquilo (525/3 - 456 a.C.)

  • Família nobre.
  • Lutou em Maratona e Salamina.
  • O mais religioso dos três trágicos.
  • Introduziu o segundo ator (posteriormente copiado por Sófocles, que introduziu o terceiro).
  • Deu grande importância ao coro (12 elementos, chegou a introduzir um segundo coro de 24).

Sófocles (496 - 406 a.C.)

  • Introduziu painéis pintados.
  • O mais amado pelo povo.
  • Coro com 15 elementos, em estilo militar.
  • Homem de ação, reduziu o papel do coro, focando-se no conflito humano.
  • Introduziu o segundo, terceiro e quarto atores.
  • Estratega, militar, general e embaixador.

Eurípides (480 - 406 a.C.)

  • Educação sofisticada, culto e cético - questionava as ideologias e estruturas da sociedade clássica.
  • Isolado e tímido com as mulheres.
  • Deu grande destaque às mulheres nas suas tragédias.
  • Apreciado pelos romanos.
  • Detestado por alguns por:
    • Considerarem as suas tragédias melodramáticas e sentimentais em excesso, em contraste com a sobriedade e dignidade esperadas.
    • Abordar temas considerados menos dignos para o palco, como o incesto.
    • Utilizar um discurso artificial e mecanismos pouco naturais.
    • Questionar os mitos e apresentar ceticismo em relação à tradição.

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