A Evolução da União Europeia: Tratados, Alargamento e Instituições
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O Processo de Integração da UE: Tratados Fundadores
Em 1946, Winston Churchill, político britânico, defendeu a criação de uma unidade na Europa para pôr fim às rivalidades entre os países e estabelecer uma nova potência mundial, semelhante aos EUA e à URSS. Alguns anos mais tarde, iniciou-se o processo de integração da UE, através dos Tratados Fundadores:
- Tratado de Paris (1951): Criou a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), um mercado comum entre seis países: França, Alemanha Ocidental, Itália e os países do Benelux (Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo).
- Tratado de Roma (1957): Os estados signatários do tratado anterior constituíram a Comunidade Económica Europeia (CEE), que estabeleceu o livre comércio e o intercâmbio de mercadorias entre os países, e a Euratom (Comunidade Europeia da Energia Atómica) para a pesquisa e o desenvolvimento de energia nuclear para fins pacíficos.
Alterações aos Tratados Fundadores da UE
À medida que a integração europeia evoluiu, os tratados fundadores foram alterados por novos tratados:
- Ato Único Europeu (1986): Aumentou os poderes do Parlamento Europeu, incrementou o financiamento para as regiões menos dinâmicas e estabeleceu um mercado único plenamente funcional para 1993.
- Tratado da União Europeia (1992): Criou a União Europeia, com os seus três pilares, cedendo soberania à União, e estabeleceu uma política externa e de segurança comum, bem como a cooperação nos domínios da justiça e assuntos internos.
- Tratado de Amesterdão (1997): Propôs a criação de uma sociedade mais democrática, social e próxima dos cidadãos, reforçando os poderes do Parlamento, o emprego e os direitos de cidadania.
- Tratado de Nice (2001): Reformou as instituições e o sistema de tomada de decisão para garantir o funcionamento da União face à iminência de um novo alargamento.
- Tratado de Lisboa (2007): Procurou reformar a União Europeia. Dotou-a de personalidade jurídica única, clarificou as suas competências, aumentou a sua eficiência e democracia, melhorou a sua presença no estrangeiro, promoveu uma maior integração, e fortaleceu os direitos, liberdades e solidariedade. Também previu a possibilidade de um Estado-Membro abandonar a União.
O Processo de Alargamento da União Europeia
- 1958: Os seis países fundadores foram: Alemanha Ocidental, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Países Baixos.
- 1973: Aderiram Reino Unido, Irlanda e Dinamarca (excluindo a Gronelândia e Ilhas Faroé).
- 1981: A Grécia aderiu.
- 1985: A Gronelândia retirou-se, resultado de um referendo em 1982.
- 1986: Aderiram Espanha e Portugal.
- 1990: A unificação da República Federal da Alemanha e da República Democrática Alemã (RDA) numa nova Alemanha unificada representou uma extensão da União sem aumentar o número de Estados-Membros.
- 1993: O termo "União Europeia" começou a ser formalmente utilizado.
- 1995: Aderiram Áustria, Finlândia e Suécia.
- 1 de maio de 2004: Aderiram República Checa, Chipre (apenas a parte greco-cipriota), Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Malta e Polónia.
- 2007: Aderiram Roménia e Bulgária.
- Próximas adesões (na época do documento): Croácia, Macedónia e Turquia.
Consequências do Alargamento da UE
Política
Por um lado, tem um efeito positivo na paz na Europa e no fortalecimento da democracia. Por outro lado, o aumento de membros representa um desafio para o funcionamento da União, pois inclui disputas territoriais e diferenças na política externa.
Socioeconómicas
Demograficamente, os dois últimos alargamentos da UE trouxeram 104 milhões de pessoas. Na área económica, o mercado interno torna-se progressivamente mais amplo, enquanto há uma diversificação das atividades económicas. O único inconveniente é a desigualdade interna, e os novos parceiros têm um PIB inferior à média da UE.
Cultural e Ambiental
Linguisticamente, a diversidade cultural é importante, com 23 línguas oficiais. No que diz respeito ao ambiente, é necessário implementar a legislação da UE, o que reduz o risco de desastres ecológicos.
Instituições da União Europeia
O Conselho Europeu
É o mais alto órgão político da União Europeia, composto pelos chefes de Estado ou de Governo de cada país, pelo Presidente da Comissão Europeia e por um Presidente eleito a cada dois anos. A sua principal função é determinar os objetivos e as prioridades da UE.
O Conselho da União Europeia
Representa os Estados-Membros, sendo constituído por um ministro de cada estado. As suas funções incluem aprovar leis e o orçamento europeu, definir e coordenar a política económica, externa e de justiça, e assinar tratados internacionais.
O Parlamento Europeu
É a instituição constitucional da União Europeia (UE) que representa diretamente os cidadãos da União Europeia. É eleito a cada cinco anos por sufrágio universal, direto e secreto dos cidadãos nas eleições europeias.
A Comissão Europeia
É a instituição, no quadro constitucional da União Europeia, que, conforme os seus tratados, encarna o poder executivo da UE. Representa a União como um todo e promove e defende o interesse europeu em geral e o método comunitário.
O Tribunal de Justiça da União Europeia
É uma instituição da União Europeia que detém o poder judicial na UE. A sua missão é interpretar e aplicar a legislação comunitária europeia, e caracteriza-se pela sua natureza orgânica e pelo seu funcionamento como autoridade supranacional.
O Tribunal de Contas Europeu
É uma instituição da União Europeia, com sede no Luxemburgo, responsável pela fiscalização e controlo das contas da União Europeia.
O Banco Central Europeu (BCE)
É o banco central da moeda única europeia, o Euro, e é o eixo central do Eurosistema. O BCE faz parte do Sistema Europeu de Bancos Centrais e está sujeito às disposições do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia e dos seus próprios estatutos.