A Existência Ética: Senso Moral, Consciência e Juízos

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A EXISTÊNCIA ÉTICA

Senso Moral

Avaliação dos nossos (ou dos outros) comportamentos e sentimentos diante do mundo, segundo ideias como as de certo e errado.

Consciência Moral

Decisões sobre situações do nosso cotidiano. Situações como:

  • Uma jovem que está grávida e quer abortar;
  • Uma pessoa querida que só está viva porque está ligada a uma máquina.

Nossa dúvida quanto à decisão a tomar não manifesta nosso senso moral, mas põe à prova nossa consciência moral, pois exige que, sem sermos obrigados por outro, decidamos o que fazer, que justifiquemos a nós mesmos e aos outros as razões de nossa decisão e que assumamos todas as consequências delas.

A Consciência Moral e os Sentimentos

A consciência moral não se limita aos nossos sentimentos morais, mas se refere também a avaliações de conduta que nos levam a tomar decisões por nós mesmos, a agir em conformidade com elas e a responder por elas perante os outros.

Senso Moral e Consciência Moral (Relação)

Senso moral e a consciência moral referem-se a valores, a sentimentos provocados pelos valores, e a decisões que conduzem a ações com consequências para nós e para os outros. São, por isso, constitutivos de nossa existência intersubjetiva, isto é, das relações com outros sujeitos morais.

Juízo de Fato e Juízo de Valor

Juízo de Fato

Determina a coisa do jeito que ela é. Exemplo: ao dizer uma frase como "está chovendo", enunciamos um acontecimento constatado por nós.

Juízo de Valor

Pode mudar conforme a necessidade. Exemplo: ao falarmos "a chuva é boa para as plantas" ou "a chuva é bela", estamos interpretando e avaliando o acontecimento.

Os Juízos Morais de Valor são Normativos

Os juízos morais de valor são normativos, isto é, enunciam normas que dizem como devem ser os bons sentimentos, as boas intenções e as boas ações, e como devem ser as decisões e ações livres. São normas que determinam o dever ser de nossos sentimentos e atos. São, por isso, juízos que enunciam obrigações e avaliam intenções e ações segundo o critério do correto e do incorreto.

MORAL E CULTURA

Qual a Origem da Diferença entre Juízo de Fato e de Valor?

A diferença entre a natureza e a cultura. A primeira é constituída por estruturas e processos necessários, que existem em si e por si mesmos, independentemente de nós. Por sua vez, a cultura nasce da maneira como os seres humanos interpretam a si mesmos e suas relações com a natureza, acrescentando-lhe sentidos novos, alterando-a por meio do trabalho e da técnica, dando-lhe significados simbólicos e valores.

A Naturalização dos Valores Morais

Não notamos a origem cultural dos valores morais, do senso moral e da consciência moral porque somos educados neles e para eles, como se fossem naturais, existentes em si e por si mesmos. Para garantir a manutenção dos padrões morais através do tempo e sua continuidade de geração a geração, as sociedades tendem a naturalizá-los.

A FILOSOFIA MORAL

Sócrates e o Agente Moral

A filosofia moral se inicia com Sócrates porque ele define o campo no qual valores e obrigações morais podem ser estabelecidas pela determinação de seu ponto de partida: a consciência do agente moral. É sujeito ético ou moral somente aquele que sabe o que faz. Conhecer as coisas e os fins de suas ações, o significado de suas intenções e de suas atitudes é a essência dos valores morais.

Ética e Práxis

A ética agora pertence ao campo da práxis, da experiência humana, ao mundo da atividade prática.

Práxis é a deliberação ou escolha (Ideia + Prática = Práxis).

O Vício Segundo Aristóteles

O vício é, segundo Aristóteles, sempre o excesso ou a falta entre dois pontos extremos opostos (a temeridade é excesso de coragem, a covardia é falta de coragem), ou falta de medida ou de moderação.

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