Expansão do Comunismo e Economia Soviética: Uma Análise

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Expansão do Comunismo na Europa

A expansão do comunismo na Europa levou à designação de novos países socialistas como Democracias Populares. Estes defendiam que a gestão do Estado pertencia às classes trabalhadoras. As eleições existiam e realizavam-se mediante sufrágio universal, mas o sistema funcionava com a apresentação de candidaturas e listas únicas, de caráter oficial. Os dirigentes do Partido ocupavam, também, os altos cargos do Estado, definindo a vida política, as opções económicas e o enquadramento ideológico e cultural dos cidadãos.

Em 1955, os laços entre as democracias populares foram reforçados com a constituição do Pacto de Varsóvia, uma aliança militar que previa a resposta conjunta a qualquer eventual agressão. Considerando-se a “pátria do socialismo”, a União Soviética impôs um modelo único e rígido, do qual não admitiu desvios. O esmagamento militar da “Primavera de Praga” levou Brejnev a assumir que a soberania dos países do Pacto de Varsóvia se encontrava limitada pelos interesses do socialismo. Outra preocupação para os dirigentes comunistas da Europa de Leste era a situação de Berlim. De facto, a cidade tornara-se uma ponte de passagem para o Ocidente.

Expansão do Comunismo na Ásia

Ocupada pelos Japoneses, a Coreia foi, no fim da Segunda Guerra Mundial, libertada pela ação conjunta dos exércitos soviético e americano, que não se entenderam quanto ao futuro regime político do país. A Coreia foi, por isso, dividida em dois Estados: a norte, a República Popular da Coreia, comunista, apoiada pela URSS; a sul, a República Democrática da Coreia, conservadora, sustentada pelos EUA. A posterior invasão da Coreia do Sul pela República Popular do Norte, com vista à reunificação do território sob a égide do socialismo, desencadeou uma guerra (1950-1953). Por fim, repôs-se a separação entre as duas Coreias.

No caso da China, em Outubro de 1949, Mao Tsé-Tung proclamou a instauração de uma República Popular. Embora o apoio de Moscovo aos revolucionários não possa considerar-se decisivo para a vitória comunista, poucos meses decorridos desde a formação do novo Governo, os dois países assinaram, em Moscovo, um Tratado de Amizade, Aliança e Assistência Mútua, que colocou a China na esfera soviética.

Expansão do Comunismo na América e África

O ponto fulcral da expansão comunista na América Latina foi Cuba, onde, em 1959, um punhado de revolucionários, sob o comando de Fidel Castro e do mítico Che Guevara, derrubou o ditador pró-americano Fulgêncio Batista.

A influência soviética em Cuba confirmou-se quando, em 1962, aviões americanos obtiveram fotografias da instalação de mísseis russos de médio alcance, capazes de atingir o território americano. Este evento ficou conhecido como a Crise dos Mísseis de Cuba.

O Modelo Económico Soviético e as Reformas

Logo que a guerra terminou, a URSS retomou o modelo de planificação económica, onde a indústria pesada e as infraestruturas recebiam prioridade absoluta. A indústria da URSS fez dela a potência da Guerra Fria. Esta industrialização foi um dos maiores êxitos das economias planificadas. No entanto, o nível de vida das populações não acompanhava esta evolução económica, caracterizado por:

  • Horas de trabalho excessivas;
  • Salários com crescimento lento;
  • Escassez de bens.

A gestão burocrática, sem entusiasmo nem iniciativa, limitava-se a cumprir o plano. Nas unidades agrícolas, a falta de investimento, a má organização e o desalento dos camponeses refletiam-se na produtividade.

Posto isto, implementou-se, nos anos 60, um conjunto de reformas liderado por Nikita Khrushchev, que reforçou o investimento nas indústrias de consumo, na habitação e na agricultura, setor em que foi lançado um vasto programa de arroteamento das “terras virgens” do Cazaquistão e da Sibéria Ocidental. Também a duração do trabalho semanal foi reduzida, bem como a idade da reforma, que pela primeira vez se estendeu aos agricultores. Nas empresas, procurava-se incentivar a produtividade, aumentando a autonomia dos gestores face aos altos funcionários do Estado e iniciando um sistema de prémios aos trabalhadores mais ativos.

Brezhnev ascendeu à presidência e os IX e X Planos voltaram a ser a prioridade, levando o país à falência.

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