Explorando a Filosofia: Antiguidade Clássica e Francis Bacon
Classificado em Filosofia e Ética
Escrito em em português com um tamanho de 6,25 KB
Pré-Socráticos: A Busca pela Physis
O pensamento pré-socrático estava focado na Physis. A palavra grega Physis pode ser traduzida por "natureza", mas seu significado é mais amplo. Segundo esses filósofos, a Physis é a matéria que serve como fundamento eterno de todas as coisas, conferindo unidade e permanência ao Universo, que, em sua aparência, é múltiplo, mutável e transitório.
Tales de Mileto (c. 624-546 a.C.)
Tales de Mileto formulou a pergunta: “Qual é a matéria-prima básica do cosmos?” Ele ponderou que essa matéria-prima deveria ser algo a partir do qual tudo pudesse ser formado, definindo que tudo é composto por água.
Pitágoras (c. 570-495 a.C.)
Para Pitágoras, tudo no universo se conforma às regras e relações matemáticas, que são o modelo para o pensamento filosófico. O número, para ele, é o regente das formas e das ideias. Foi ele quem cunhou o termo "Filosofia".
Heráclito (c. 535-475 a.C.)
Heráclito sugeriu que o equilíbrio dos opostos – dia e noite, quente e frio – levava à unidade do universo e que uma tensão é gerada entre os pares de opostos, resultando em um estado de fluxo permanente. Usando o exemplo de um rio, ele afirmou: “Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio”.
Parmênides (c. 515-445 a.C.)
Parmênides, influenciado pelo pensamento lógico-científico de Pitágoras, empregou o raciocínio dedutivo na tentativa de revelar a verdadeira natureza física do mundo. A partir da premissa de que algo existe (“é”), deduziu que esse algo não pode também "não existir" (“não é”), pois isso seria uma contradição lógica. Seria impossível existir um estado de nada – não haveria vazio. Assim, tudo o que é real deve ser eterno, imutável e ter uma unidade indivisível: tudo é uno.
Período Clássico Grego: O Início da Metafísica
Com os filósofos do Período Clássico Grego, inicia-se a abordagem metafísica, que transcende a natureza física das coisas.
Sócrates
Considerado o pai da tradição filosófica ocidental, Sócrates decidiu não escrever e confiar sua mensagem aos colóquios entre indivíduos e à força concreta de seu exemplo, tanto no modo de viver quanto de morrer.
Período Homérico (Mitológico)
A mitologia helênica é uma das mais geniais concepções que a humanidade produziu. Os gregos, com sua criatividade, povoaram o céu e a Terra, os mares e o mundo subterrâneo de divindades. Grandes observadores, criaram novas figuras e normas para os diferentes fenômenos da realidade natural.
A mitologia grega apresenta-se como uma transformação da vida em arte, alimentando a literatura e as artes através dos tempos.
Período Helenístico (c. 3 a.C. a 4 d.C.)
Escolas Filosóficas do Período Helenístico
Houve três importantes escolas filosóficas neste período:
- Estoicismo: Ética naturalista, visão unificada do mundo e lógica formal. Principais filósofos: Zenão de Cítio, Cleanto, Panécio de Rodes, Sêneca e Epicteto.
- Epicurismo: Busca da felicidade e da tranquilidade através do conhecimento do mundo (dos desejos, da morte, dos medos e dos deuses) e da moderação dos prazeres. Principal filósofo: Epicuro.
- Ceticismo: A dúvida sobre as coisas do mundo é um dos principais preceitos do ceticismo. Principais filósofos: Pirro de Élis, Arcesilau e Carnéades.
Francis Bacon: O Pai do Empirismo Moderno
O pensamento filosófico de Francis Bacon representa a tentativa de realizar aquilo que ele mesmo chamou de Instauratio Magna (Grande Restauração). A realização desse plano compreendia uma série de tratados que, partindo do estado em que se encontrava a ciência da época, apresentaria um novo método que deveria superar e substituir o de Aristóteles. Esses tratados deveriam apresentar um modo específico de investigação dos fatos, passando, a seguir, para a investigação das leis e retornando ao mundo dos fatos para nele promover as ações que se revelassem possíveis. Bacon desejava uma reforma completa do conhecimento. A tarefa era, obviamente, gigantesca, e o filósofo produziu apenas certo número de tratados. Não obstante, a primeira parte da Instauratio foi concluída.
A ciência, para Bacon, deve restabelecer o imperium hominis (império do homem) sobre as coisas. A filosofia verdadeira não é apenas a ciência das coisas divinas e humanas; é também algo prático. Sua máxima é: "Saber é poder". A mentalidade científica somente seria alcançada através do expurgo de uma série de preconceitos, por Bacon chamados de ídolos. O conhecimento, o saber, é apenas um meio vigoroso e seguro de conquistar poder sobre a natureza.
Francis Bacon esteve envolvido com investigações naturais até o fim de sua vida, tentando realizar na prática seu método. No inverno de 1626, estava envolvido com experiências sobre o frio e a conservação, desejando saber por quanto tempo o frio poderia preservar a carne. A idade havia debilitado a saúde do filósofo, e ele acabou não resistindo ao rigoroso inverno daquele ano. Morreu em 9 de abril, vítima de uma bronquite. Encontra-se sepultado em St Michael Churchyard, St Albans, Hertfordshire, na Inglaterra.
Efetivamente, Bacon não realizou nenhum grande progresso nas ciências naturais. Contudo, foi ele quem primeiro esboçou uma metodologia racional para a atividade científica. Sua teoria dos ídolos (idola) antecipa, pelo menos potencialmente, a moderna Sociologia do Conhecimento. Foi um pioneiro no campo científico e um marco entre o homem da Idade Média e o homem moderno. Ademais, Bacon foi um escritor notável. Seus Essays são os primeiros modelos da prosa inglesa moderna. Há muitos que acreditam que tenha sido ele o verdadeiro autor das peças de Shakespeare, teoria surgida há séculos, na chamada Questão da Autoria de Shakespeare.