Explorando as Modalidades da Ginástica: Da História à Competição

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A Ginástica: História e Evolução na Europa

A partir do início do século XIX, a Ginástica passou a ser considerada científica, fruto das distintas formas de se pensar os exercícios físicos em países da Europa, como Alemanha, Suécia, França e Inglaterra. Assim, surgiram os métodos – escolas de ginástica ou o Movimento Ginástico Europeu. No que diz respeito à esportivização da Ginástica, tal processo teve sua gênese na Inglaterra. Segundo Soares (1994), diferente dos outros países da Europa, nos quais se desenvolveram as principais escolas de ginástica – França, Alemanha e Suécia –, a Inglaterra deu ênfase ao desenvolvimento do desporto.

Ginástica Geral (GG): Educação e Lazer

É importante salientar que as outras modalidades de Ginástica são consideradas de competição, como a Ginástica Artística e a Ginástica Rítmica, dentre outras. Já a Ginástica Geral (GG) está orientada para as questões educacionais e do lazer, para a prática sem fins competitivos, privilegiando a demonstração.

A GG, de acordo com o General Gymnastics Manual (FIG, 1993), compreende as seguintes atividades:

  • Ginástica e Dança: Dança-teatro, Dança Moderna, Dança Aeróbica, Balé, Folclore, Ginástica Jazz, Ginástica Rítmica, Ginástica de Solo, Ginástica Aeróbica, Rock’n Roll, Condicionamento Físico;
  • Exercício com Aparelhos: Ginástica com aparelhos de grande porte (cavalo, paralelas, etc.), Ginástica com aparelhos manuais (bolas, fitas, arcos, etc.), Ginástica com aparelhos não convencionais (caixas, galões de água, bambus, dentre outros), Tumbling, Trampolim, Rodas, Acrobacias;
  • Jogos: Pequenos Jogos, Jogos de Condicionamento Físico, Jogos Sociais, Jogos Esportivos, Jogos de Reação.

A Ginástica Geral não possui finalidade competitiva e está situada num plano diferente das modalidades gímnicas competitivas. Ela se encontra num plano básico, com abertura para o divertimento, o prazer, o simples, o diferente, e para a participação de todos, ou seja, é irrestrita. Em contraste, as ginásticas competitivas possuem como principais características a seletividade, regras rígidas preestabelecidas, a especialização, a comparação formal, classificatória e por pontos, visando, sobretudo, o vencer.

Sendo assim, os fundamentos da GG ou GPT são: a base na ginástica, a composição coreográfica, o estímulo à criatividade, o número indefinido de participantes, a liberdade de vestimentas, o uso de materiais, a diversidade musical, a inserção de elementos da cultura, a não competitividade e o favorecimento da inclusão, da formação humana e do prazer pela prática.

Modalidades Competitivas da Ginástica

Ginástica Aeróbica Esportiva

A Ginástica Aeróbica Esportiva é definida como a habilidade de executar padrões de movimentos complexos e de alta intensidade, com música, originados da ginástica aeróbica tradicional. A coreografia deve demonstrar movimentos contínuos, flexibilidade, força e a utilização dos passos básicos e elementos de dificuldade.

Os primeiros métodos de Ginástica Aeróbica surgiram nos EUA na década de 80 e utilizavam música, passos de dança e exercícios de calistenia.

Ginástica Acrobática

A Ginástica Acrobática é a mais nova modalidade da FIG e é caracterizada pela execução de exercícios de força, equilíbrio, flexibilidade e agilidade.

Categorias da Ginástica Acrobática

  • Dupla Mista
  • Dupla Feminina
  • Dupla Masculina
  • Grupo Feminino (03 integrantes)
  • Grupo Masculino (04 integrantes)

A Ginástica Acrobática engloba em suas rotinas diversos movimentos de solo da Ginástica Artística. Os movimentos isolados (a acrobacia em si) são basicamente compostos por mortais, muitos deles impulsionados pelos parceiros (exercícios dinâmicos), por equilíbrios e força (exercícios estáticos) e por exercícios individuais (saltos, giros, equilíbrios, etc.). As apresentações ocorrem em um tablado de 12x12 metros e são acompanhadas por música e coreografia. As séries são executadas em no máximo 2 minutos e 30 segundos.

Ginástica Rítmica Desportiva

A história da Ginástica Rítmica Desportiva remete a uma mistura entre a ginástica tradicional (artística) e a dança. As provas devem ter uma área de 14m x 14m.

Aparelhos Utilizados na Ginástica Rítmica

  1. Bola: Feita de borracha ou material sintético, apresenta massa mínima de 400 gramas e deve ter diâmetro entre 18 e 20 centímetros. Os movimentos corporais mais comuns durante o trabalho com a bola são ondas, movimentos em oito e rolamentos com a bola no chão e ao longo do corpo.
  2. Arco: Feito de madeira ou plástico, o arco apresenta massa mínima de 300 gramas e diâmetro interior entre 80 e 90 centímetros. Movimentos mais comuns com esse aparelho incluem balanços, rolamentos, rolos, lançamentos e recuperações, giros e manejos do arco ao redor do pulso e de outras partes do corpo.
  3. Fita: Possui uma vareta feita de material sintético ou madeira, com diâmetro máximo de 1 cm, medindo entre 50 e 60 centímetros de comprimento. Afixada nessa vareta deve haver uma fita de cetim com aproximadamente 5 centímetros de largura e seis metros de comprimento. Além disso, esse equipamento deve ter massa mínima de 35 gramas. Movimentos mais comuns para a fita são espirais, movimentos em oito, círculos, recuperação e lançamento. Um detalhe muito importante é que a fita deve permanecer constantemente em movimento durante a apresentação.
  4. Maças: São feitas de madeira ou material sintético, medindo entre 40 e 50 centímetros de comprimento e massa mínima de 150 gramas. Balanços, lançamentos e recuperações, círculos e batidas rítmicas estão entre os movimentos mais comuns.
  5. Corda: Seu tamanho deve ser proporcional ao da ginasta e é feita de linho ou de material sintético. Movimentos mais comuns com o uso da corda como aparelho são os balanços, as rotações, movimentos em oito, lançamentos e recuperações.

Ginástica de Trampolim

A seguir, serão descritos alguns movimentos fundamentais da Ginástica de Trampolim:

  • Front: mortal para frente;
  • Front Full: mortal para frente com uma pirueta;
  • Full: mortal para trás com uma pirueta;
  • Back: mortal para trás;
  • Barani: mortal para frente com meia volta;
  • Cody: mortal para trás partindo da posição frontal;
  • Side: mortal de lado;
  • Round-off: rodante;
  • Handspring: salto com as mãos para trás, ou “flic”;
  • Wipe-out: queda.

Em uma competição de ginástica de trampolim, o atleta deve apresentar uma sequência composta por vinte movimentos técnicos. Os movimentos executados são saltos mortais, duplos, quádruplos e acrobacias variadas, e a altura atingida durante os saltos pode chegar a até seis metros.

Ginástica Artística (Olímpica)

A Ginástica Artística (Olímpica) é um conjunto de exercícios corporais sistematizados, aplicados com fins competitivos, em que se conjugam a força, a agilidade e a elasticidade.

Modalidades da Ginástica Artística

A Ginástica Artística (Olímpica) baseia-se na evolução técnica de diversos exercícios físicos.

  • Para os homens, as provas são: barra fixa, barras paralelas, cavalo com alças, salto sobre a mesa, argolas e solo.
  • Para as mulheres, as provas são: exercícios de solo (com fundo musical), salto sobre a mesa (1,25 m de altura), paralelas assimétricas (de 2,50 m e 1,70 m de altura) e trave de equilíbrio (de 10 cm de largura e 5 metros de comprimento).

A ginástica faz parte das Olimpíadas desde as competições de Berlim (1936), quando foram criadas as categorias masculina e feminina, individual e por equipe. A cada dois anos, realizam-se campeonatos mundiais.

A primeira participação do Brasil no esporte em uma Olimpíada foi em Moscou-1980.

Volteio Equestre

O Volteio Equestre pode ser definido como uma ginástica sobre o cavalo em movimento, onde os atletas (volteadores) executam movimentos em harmonia com as andaduras do cavalo. Trata-se, pois, de um jogo de ritmo, flexibilidade e força do qual participam, no mínimo, três componentes: o cavalo, o volteador e o condutor. Pode ser praticado individualmente sobre o animal, em duplas ou em equipe (até três volteadores sobre o cavalo).

O Volteio é considerado uma das mais antigas modalidades equestres. Na Idade Média, fazia parte do treinamento dos exércitos para as guerras, pois ajudava a desenvolver a mobilidade e agilidade. Para os soldados, que carregavam espadas e escudos extremamente pesados, manter o equilíbrio sobre o cavalo era vital.

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