Exportações do Agronegócio Brasileiro

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Exportações do Agronegócio Brasileiro: China e União Europeia

Houve uma inversão de posição entre a China e a União Europeia. A União Europeia adquiria cerca de um quarto do valor exportado pelo Brasil em produtos agropecuários no ano de 2010, participação praticamente semelhante à da China no ano de 2016.

A China aumentou a sua participação de 14,6%, em 2010, para 24,9%, em 2016. Em valores, as exportações subiram de US$ 9,34 bilhões, em 2010, para US$ 17,80 bilhões, em 2016. Um crescimento expressivo de 90,6% entre 2010 e 2016. O informe específico da China revelará, todavia, que a maior parte das exportações foi de um único setor, o complexo soja. Já no informe da União Europeia ficará claro que o bloco possui uma pauta mais diversificada, com uma demanda variada.

Somente a China e a União Europeia foram responsáveis por 43,6% do total das exportações agropecuárias brasileiras em 2016. Agregando-se os oito demais mercados analisados nesta publicação aos dois mercados mencionados, verifica-se que 68% das exportações agropecuárias brasileiras são para os dez principais mercados de destino. Todos os demais mercados participaram com 32,0% do valor exportado pelo Brasil.

No período em análise, 2010 a 2016, a participação dos dez principais mercados aumentou de 66,1% para 68,0%, enquanto a participação dos demais mercados caiu de 33,9% para 32,0%. Esse aumento da concentração ocorreu, principalmente, em função do forte crescimento das exportações.

Enquanto o crescimento anual das exportações agropecuárias brasileiras foi de 1,1% no período de 2010 a 2016, as exportações à China tiveram crescimento anual de 13,8%. Outros três países asiáticos que estão na relação dos dez maiores importadores de produtos agropecuários brasileiros foram: Coreia do Sul (8,8% ao ano de crescimento das importações de produtos do agronegócio brasileiro); Hong Kong (7,8%); e Indonésia (8,6%).

As exportações agropecuárias brasileiras somaram US$ 71,50 bilhões, em 2016, o que significou um crescimento de US$ 7,75 bilhões em valores absolutos. As vendas externas para a China cresceram em patamar superior ao do crescimento total das exportações. Foram US$ 8,46 bilhões de crescimento absoluto das exportações para o país asiático em comparação aos US$ 7,75 bilhões de crescimento das exportações totais. Dessa forma, pode-se dizer que a China sozinha foi responsável por todo o incremento das exportações brasileiras entre 2010 e 2016.

Outros Mercados

O gráfico 14 também apresenta outros países com contribuição positiva para o crescimento das exportações. O Vietnã é o segundo país da lista (contribuição de 10,4% do crescimento das vendas), seguido da Coreia do Sul (contribuição de 8,0% do crescimento das vendas).

Com essa performance positiva de alguns países asiáticos, a região, mesmo excluindo a China e o Japão, teve forte contribuição para o crescimento das exportações brasileiras, com 56,6% do aumento do valor exportado entre 2010 e 2016, ou US$ 4,47 bilhões.

Contudo, outros países ou regiões diminuíram as aquisições de produtos agropecuários brasileiros. Pode-se citar como exemplo: União Europeia (-34,5%); Rússia (-25,4%); Venezuela (-16,7%).

A participação da China passou de 14,6% para 24,9% de participação, em 2016. Esse aumento de 10,3 pontos percentuais na participação é significativo. Entretanto, a União Europeia, que era o principal mercado importador em 2010, perdeu 6,4 pontos percentuais de participação entre 2010 e 2016, diminuindo sua participação no comércio agropecuário de 25,1% para 18,7%.

No conjunto, China e União Europeia passaram de 39,7% de participação no comércio agropecuário brasileiro, em 2010, para 43,6%, em 2016.

Concentração da Pauta Exportadora

Os números a seguir indicam uma concentração da pauta exportadora brasileira nos dois principais mercados, mas, ao se examinar o número dos cinco maiores mercados importadores, esse número de concentração é abrandado em função da queda de participação da Rússia, que foi o terceiro principal mercado importador em 2010, com 6,3% de participação. Em 2016, a Rússia já não se encontrava na relação dos cinco principais mercados, caindo para a sétima posição, com 2,9% de participação.

Essa queda de 3,4 pontos percentuais na participação da Rússia é reflexo da redução das aquisições de produtos agropecuários brasileiros, que diminuíram de US$ 4,04 bilhões, em 2010, para US$ 2,08 bilhões, em 2016. As explicações para essa queda serão detalhadas posteriormente.

Houve, também, aumento de concentração entre os dez, 20 e 30 principais mercados de destino. Para os dez principais, o índice de concentração passou de 67,7%, em 2010, para 68,0%, em 2016. No caso dos 20 principais mercados, o índice de concentração aumentou de 82,3%, em 2010, para 83,2%, em 2016. Por fim, entre os 30 principais mercados, o índice de concentração passou de 89,0%, em 2010, para 89,5%, em 2016.

O IHH também ratifica a elevação da concentração, com o incremento do índice, que passou de 0,099 para 0,108 entre 2010 e 2016. É interessante, todavia, analisar quais são os principais mercados importadores mundiais de produtos agropecuários.

Principais Mercados Importadores

Existem três grandes mercados importadores, responsáveis por 39,1% das importações mundiais de produtos agropecuários: União Europeia, Estados Unidos e China. Em 2010, esses três mercados representavam 42,6% das importações mundiais.

A participação brasileira diminuiu tanto no maior mercado importador mundial, a União Europeia, de 10,8% de participação, em 2010, para 7,9% de participação, em 2016, quanto no segundo maior mercado importador, os Estados Unidos, de 2,9% de participação, em 2010, para 2,5% de participação, em 2016.

Já nas vendas para a China, terceiro maior mercado importador, houve aumento de participação dos produtos agropecuários brasileiros, os quais participavam com 13,0% do valor importado, em 2010, e passaram a 16,1% no valor importado, em 2016.

No comércio total, a participação brasileira caiu de 7,2%, em 2010, para 6,6%, em 2016. Isso porque, enquanto o comércio mundial cresceu ao ritmo de 3,6% ao ano entre 2010 e 2016, as exportações brasileiras cresceram somente 1,9%. A maior participação brasileira ocorreu no ano de 2011, quando atingiu 7,9% do comércio mundial.

Daquele ano até 2016, a participação brasileira caiu 1,3 ponto percentual. Embora tenha havido queda no market share brasileiro no comércio agropecuário mundial, a participação brasileira aumentou, assim como na China, para alguns dos principais mercados importadores: Japão (de 3,1% para 3,3%); Vietnã (de 3,4% para 3,6%); Hong Kong (de 6,6% para 6,8%); Coreia do Sul (de 5,6% para 6,4%); México (de 0,8% para 1,1%); Indonésia (de 8,1% para 9,2%); Malásia (de 4,7% para 6,7%); Taipei (de 5,1% para 5,4%); e Singapura (de 3,0% para 3,3%).

Alguns dos principais mercados importadores tiveram crescimento acima desse ritmo ou, em outros casos, tiveram crescimento menor. Para se visualizar melhor os mercados mais dinâmicos, bem como os menos dinâmicos, no que se refere ao ritmo de crescimento das aquisições de produtos agropecuários, foi elaborado o gráfico 16, que foi dividido em quatro quadrantes.

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