Fármacos: Mecanismos de Ação e Farmacocinética

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Agonista x Antagonista

  • Agonista: liga-se ao receptor e o ativa, estimulando-o. O fármaco que se liga ao receptor por afinidade química promove uma resposta celular. Exemplo: vasodilatador.
  • Antagonista: liga-se ao receptor, mas não o ativa, inibindo-o. O fármaco se liga ao receptor por afinidade química, porém não gera nenhuma resposta celular, somente impede a ligação do agonista. Exemplo: vasoconstritor.

Fármacos que Agem Sobre Receptores

O fármaco não entra na membrana plasmática, mas se liga a uma proteína da membrana, gerando uma resposta celular. Exemplo: adrenalina - agonista de receptor alfa e beta. Anestésico mais adrenalina: alfa (vaso) tem efeito de vasoconstrição; beta tem efeito broncodilatador.

Fármacos que Agem Sobre Enzimas

Lesão - Fosfolipídeo - Ácido Araquidônico - COX - Prostaglandina, causando resposta inflamatória como dor (hiperalgésica), calor e rubor (vasodilatador), edema e perda de função. Exemplo: o anti-inflamatório não esteroidal (AAS) precisa diminuir a prostaglandina para que diminuam os sinais de inflamação, sendo necessário inibir a COX.

Para inibir a COX, os fármacos (suas moléculas são análogas) "fingem" que são ácido araquidônico, fazendo com que as moléculas de COX (que não estarão ligadas ao ácido para sua função) diminuam a produção de prostaglandina, diminuindo os sinais da inflamação.

Fármacos que Agem Sobre Canais Iônicos

Exemplos: diazepam, midazolam - sedação consciente. Nos canais iônicos, há um receptor que, quando ativado, faz o canal polarizar ou despolarizar, aumentando ou diminuindo as respostas, pois passarão a permitir ou impedir a passagem de íons.

No caso dos canais iônicos de neurônio, quando o receptor é ativado pelo fármaco, ele abre o canal, possibilitando a entrada de Cl-, causando a hiperpolarização (potencial de membrana fica negativo). Quando isso ocorre, não consegue ocorrer a despolarização do canal, não permitindo a transmissão de impulsos nervosos. Então, o fármaco consegue o efeito de sedação consciente.

  • Mecanismo de ação: ativador do canal.
  • Efeito farmacológico: inibir a despolarização e a sedação consciente.

Fármacos que Agem Sobre Transportadores

Quanto maior a concentração de H+ na mucosa parietal, maior a acidez estomacal. As células parietais secretam ácidos através de bombas de prótons. Os fármacos como o omeprazol são inibidores de bomba proteica (se ligam a ela, provocando sua inalteração), tendo como mecanismo de ação a inibição de H+. Esses fármacos ajudam a proteger a parede do estômago.

O diclofenaco é um anti-inflamatório (AINE) que atua inibindo a enzima COX e diminui a secreção do muco protetor do intestino, pois, sem produção de prostaglandina, não há produção de muco. Sendo assim, o diclofenaco não pode ser usado em casos de gastrite e úlcera estomacal.

Influência das Proteínas Plasmáticas (PP)

  • Quanto maior a PP: maior quantidade de fármaco ligado, menor quantidade de fármaco livre, portanto, menor efeito (menor entrada do fármaco no tecido).
  • Quanto menor a PP: menor quantidade de fármaco ligado, maior quantidade de fármaco livre, portanto, maior efeito, podendo gerar toxicidade.

Situações Clínicas que Diminuem a PP

  • Mulheres (têm glicoproteína ácida).
  • Grávidas (por alterações hormonais).
  • Neonatos (menor capacidade de ligação de PP ao fármaco).
  • Doença renal (maior excreção de PP via glomerular).
  • Doença hepática (fígado) (produz menor síntese de PP).

Pacientes Nefropatas

Fase farmacocinética afetada: distribuição e excreção.

  • Perda de PP via glomerular, aumentando a fração livre da droga (porque não tem proteína para se ligar), aumentando a distribuição de fármacos com alta afinidade de PP.
  • Menor filtração e secreção tubular de fármacos.
  • Aumenta T1/2 (excretado mais lentamente), menor clearance (quantidade de plasma que fica livre de fármaco por minuto).
  • Menor dose ou espaçamento da posologia.

Pacientes Hepatopatas

Fase farmacocinética afetada: biotransformação.

  • Aumento de enzimas hepáticas que metabolizam o fármaco: é excretado mais rapidamente e menor T1/2, tendo menor efeito.
  • Menos enzimas hepáticas que metabolizam o fármaco: menor T1/2, portanto, maior efeito.

Observação: uma droga é melhor absorvida em um ambiente cujo pH é semelhante ao seu caráter.

Histamina

Pode se ligar a diferentes receptores, tendo como ação a contração do músculo liso e estimulando a secreção do ácido gástrico.

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