Fatores Determinantes do Estado de Bem-Estar
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Segundo Esping-Andersen, existem diversas respostas para as questões sobre as diferenças entre Estados de Bem-Estar. Ele aponta fatores como:
- Tradições de construção nacional;
- Conflitos entre Estado e Igreja;
- Forte intervencionismo estatal;
- Configuração do poder de classe.
Para Johnson, as diferenças entre Estados de Bem-Estar existem efetivamente, mas vão além das comparações entre países. Ele argumenta que geralmente se subestimam as diferenças dentro dos países, que, dependendo do lugar, são significativas e atingem grupos raciais, religiosos e regionais, especialmente quando não há uma constituição unitária.
Outros autores enfatizam fatores socioeconômicos. Há uma visão que correlaciona diretamente o crescimento econômico de um país com a elevação de seus índices de bem-estar. Wilenski, por exemplo, relaciona a expansão da provisão social ao volume de gastos empregado na política social.
Entretanto, observa-se que nem sempre os países ricos são obrigados a gastar em política social, e nem todo gasto é socialmente correto. Isso leva à ênfase nos determinantes políticos. Associado a estes, o fator ideológico também é considerado crucial. Alguns analistas argumentam que é a pressão dos trabalhadores e da burguesia que, independentemente do sistema parlamentar, responde pelo rumo e extensão das políticas sociais.
Em apoio a essa compreensão, Mishra sustenta que, quanto mais sindicalizada for uma sociedade, maiores serão as suas possibilidades de possuir um Estado de Bem-Estar robusto. Isso explicaria por que a Grã-Bretanha (altamente sindicalizada) e os Estados Unidos (fracamente sindicalizados) construíram sistemas de proteção social diferentes após as duas grandes guerras. Na Grã-Bretanha, o Estado de Bem-Estar tornou-se forte, enquanto, nos Estados Unidos, só nos anos 1930, com a Grande Depressão econômica, surgiu um programa social mais consistente.
Por fim, destaca-se a importância da burocracia pública bem planejada. Essa estrutura administrativa, uma vez estabelecida, ganha impulso próprio e passa a investir na ampliação de sua esfera de ação, influenciando a produção, a execução e a difusão de políticas sociais.