Filosofia: Do Mito ao Logos e a Natureza do Conhecimento

Classificado em Filosofia e Ética

Escrito em em português com um tamanho de 5,87 KB

Filosofia: A Busca pelo Conhecimento e a Razão Humana

Conhecimento Racional

Os animais têm um comportamento instintivo e inato. Instintos lhes permitem satisfazer as suas necessidades sem considerar a causa, finalidade ou como agir. É, portanto, conhecimento prático e concreto.

O ser humano é um animal racional. Ele precisa entender e interpretar o ambiente em que vive, para resolver o problema de sua existência, de modo que precisa saber.

A Explicação Pré-Racional: Magia e Mito

O ser humano é caracterizado por conhecer a si mesmo e seu entorno. Suas primeiras tentativas de explicação são de natureza irracional: a magia e o mito.

A magia resolve problemas práticos. Acredita-se que todas as coisas são animadas por espíritos (animismo).

O mito é uma narrativa sagrada ou lenda simbólica sobre grandes eventos que são contados sobre os fenômenos naturais e sociais, servindo para justificar ações, valores e a moral humana, e como modelo. É baseado na autoridade da tradição.

O principal objetivo destes é oferecer uma explicação do universo e do indivíduo. São um conhecimento irracional.

  • Motivo: O sobrenatural.
  • Fonte: Atividade emocional e imaginativa.
  • Elementos: Representações simbólicas, deuses antropomórficos.
  • Tipo de explicação: Analogia.

Origem e Natureza do Conhecimento Racional

Do Mito à Necessidade do Logos

Na Grécia, as narrativas mitológicas deixam de servir como modelo explicativo. Tudo era imprevisível, arbitrário e contingente. Enraizou-se a ideia de que o destino, ou seja, que as coisas podem ser conhecidas e previsíveis.

Surge o desejo de explicar a realidade natural com a razão, buscando um tipo de explicação racional e imanente.

A razão humana é questionada por sua natureza e suas causas. Ao contrário da magia, o conhecimento racional explica-se pelo método.

Uma explicação pré-racional não oferece uma forma de transitar de um fenômeno natural para outro sobrenatural; a explicação é arbitrária.

A Origem Grega: Admiração e Busca da Verdade

A filosofia ocidental surgiu nas colônias gregas da Ásia Menor no século VI a.C. Já existia conhecimento racional, astronomia e geometria no Egito. Os primeiros pensadores da Grécia buscavam uma explicação racional.

A filosofia nasceu como crítica do conhecimento tradicional, os mitos. Visa responder às mesmas perguntas a partir de uma perspectiva de raciocínio lógico. Essa mudança é conhecida como a passagem do mito ao logos.

O Teocentrismo coloca Deus como a causa onipotente, necessária e exclusiva da ordem do universo. Em contraste, as criaturas são contingentes e finitas. O homem tem um lugar especial: sua alma é imortal e o corpo ressuscitará no fim dos tempos. Há um conceito de livre-arbítrio e responsabilidade.

Nos séculos XIX e XX, encontra-se a filosofia contemporânea.

Considera-se que, com Kant, completa-se mais uma etapa da filosofia, devido às suas críticas.

Depois dele, a reflexão filosófica caracteriza-se pela multiplicidade de interesses e as escolas têm em comum a linha kantiana, seja por influência dele ou por oposição.

O tema central é o ser humano e a sociedade.

Apresentam-se, sinteticamente, os principais interesses e questões da filosofia contemporânea:

  • Filosofia: Qual é o papel da filosofia hoje?
  • A Verdade: O que é?
  • Cultura: O que é cultura?
  • Moral, Direitos Políticos e Humanos: O que é felicidade?

Qual é a Filosofia?

Ortega y Gasset disse que a filosofia é uma paixão que envolve o ser humano por completo, sendo, necessariamente, parte da mente humana. Ela busca uma explicação definitiva, para além da qual ninguém pode ir.

Para responder a essa desorientação, a filosofia é um saber que, através do uso da razão, questiona todas as coisas, buscando suas causas profundas e as questões que preocupam os seres humanos. A filosofia tenta responder à mais genuína necessidade humana de saber... a verdade.

Características da Filosofia

Todas as abordagens da filosofia têm em comum as seguintes características:

  • É um saber que se maravilha com toda a realidade, sendo o mais universal. A filosofia faz perguntas sobre o ser humano, que é capaz de pensar e racionalizar, sentir, imaginar e criar. Ela está interessada em toda a experiência humana. Esta é a principal diferença em relação às ciências.
  • A filosofia é um conhecimento radical, na medida em que visa atingir os princípios explicativos finais da realidade, ou seja, o 'porquê' e não apenas o 'como'. Questiona qual é a causa de toda a realidade.
  • É um conhecimento racional: para entender e interpretar a realidade racionalmente, deve-se argumentar, apresentar um raciocínio estruturado, justificar, fazer declarações coerentes, objetivas e livres de contradição. A racionalidade oferece explicações teóricas e também possui uma dimensão prática: aprender a viver.
  • É um conhecimento crítico: a filosofia tem levado a um repensar do conhecimento aceito, nunca aceitando o que está estabelecido simplesmente porque 'sempre foi'. Assim, ela se opõe a posições dogmáticas. Ser crítico significa analisar, dividir e diferenciar os elementos que compõem um problema e, finalmente, tentar chegar a uma conclusão.

Entradas relacionadas: