Poder, Filosofia e Realismo Político Medieval e Renascentista

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Poder Divino e Autoridade Eclesiástica

O poder terreno é avaliado pelo espiritual quando ele se desvia. Um poder espiritual menor é julgado por um superior, e este é julgado por Deus. Essa autoridade, contudo, é dada ao homem e é exercida por ele, não sendo uma autoridade meramente humana. É uma autoridade divina, concedida a Pedro por decisão divina e, igualmente, confirmada nele e em seus sucessores. Quem se opõe a esse poder ordenado por Deus opõe-se à lei divina e, tal como um maniqueísta, parece aceitar dois princípios.

Influência de Aristóteles na Filosofia Política Medieval

A recepção da filosofia política de Aristóteles na Idade Média, entre os séculos XII e XIII, reflete-se na tradução latina que levou à sua adoção como filosofia oficial na Universidade de Paris. Essa filosofia era tanto prática quanto teórica. Teólogos eventualmente questionaram alguns dogmas dessa filosofia oficial, pois estes apresentavam problemas ao conciliar o pensamento aristotélico com dogmas cristãos, como os relativos ao casamento. A influência de Aristóteles foi tal que seus conceitos básicos tornaram-se muito importantes para a crítica do pensamento hierárquico, hierocrático e burocrático da época.

O Realismo Político de Maquiavel em O Príncipe

Nos capítulos XV a XXIII de O Príncipe, dedicados exclusivamente à figura do governante, a análise de Maquiavel atinge picos de realismo. Ele está plenamente consciente de dizer coisas que ninguém jamais ousou dizer, como quando, no capítulo XV, ataca os filósofos e escritores que idealizaram a política. Apresenta regras pragmáticas:

  • Capítulo XVI: É melhor ser considerado parcimonioso do que liberal, para não dissipar as riquezas do Estado e ter que tributar excessivamente os súditos.
  • Capítulo XVII: É melhor ser cruel quando necessário do que excessivamente misericordioso; é preferível ser temido do que amado, se não for possível ser ambos, contanto que se evite o ódio.
  • Capítulo XVIII (o mais famoso e criticado): O príncipe não precisa manter a fé (a palavra dada) quando a sua observância se voltar contra ele ou quando as razões que o levaram a prometer deixarem de existir.

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