Filosofia: Senso Comum, Ciência e Grandes Pensadores

Classificado em Filosofia e Ética

Escrito em em português com um tamanho de 7,23 KB

Filosofia

Senso Comum e Ciência

O senso comum e a ciência representam formas distintas de conhecimento.

Senso Comum: Modo Espontâneo e Não Crítico

O senso comum é adquirido de modo espontâneo e não crítico, apresentando características distintas:

  • Do senso comum resulta um conhecimento particular, restrito a uma pequena amostra da realidade, que é generalizado e sem embasamento teórico. (ASSISTEMÁTICO).
  • É um conhecimento fragmentário por não estabelecer conexões em situações que poderiam ser verificadas.
  • É frequentemente subjetivo, dependendo do ponto de vista do indivíduo.

A Ciência: Conhecimento Geral e Sistemático

As ciências, por outro lado, resultam em um conhecimento:

  • Geral, não valendo apenas para os casos observados, mas para todos os que a eles se assemelham. (SISTEMÁTICO).
  • Com caráter unificador, permitindo associar fenômenos aparentemente diferentes.
  • Objetivo, sendo uma certeza que não depende do indivíduo, ou seja, é imparcial.

A ciência, por ser objetiva, precisa de uma linguagem mais rigorosa.

Comunidade Científica

A comunidade científica pode ser entendida como um conjunto de indivíduos que conhecem e são conhecidos como possuidores de conhecimento específico na área de investigação científica.

Ciência e Valores

A relação entre ciência e valores é complexa e abrange diferentes dimensões:

Valores Cognitivos

São aqueles que buscam o conhecimento por conhecer, sem a preocupação com a aplicação prática. Incluem:

  • Imparcialidade: A concepção de que as teorias são corretamente aceitas apenas em virtude de manifestarem os valores cognitivos.
  • Neutralidade: Não atende a nenhum valor em particular; valores morais e sociais não influenciam quando o objetivo é cognitivo.
  • Autonomia: Condições independentes das investigações; as instituições científicas deveriam estar isentas de pressões externas.

Valores Éticos e Políticos

Por estar a serviço do florescimento da humanidade, o trabalho do cientista ou do técnico necessita de reflexões de caráter moral e político.

Platão

Platão defendia que a razão tem dificuldade em atingir o verdadeiro conhecimento por causa da deformação que os sentidos inevitavelmente provocam.

  • Para que o processo do conhecimento seja possível, é necessário o estudo da matemática.
  • Concebia o universo como um ser vivo, esférico, uno e indivisível.
  • Acreditava que os quatro elementos são a base da vida.
  • Enfatizava a união do ser humano com a natureza.

Aristóteles

Aristóteles, mesmo sendo discípulo de Platão, criticou suas ideias sobre o mundo.

  • Desenvolveu seus estudos em física, astronomia e biologia.
  • O instrumento que utilizou para garantir o rigor de suas argumentações foi a lógica.

A Física Aristotélica

Considerada a filosofia da natureza, a física aristotélica postulava:

  • O corpo busca o estado de repouso.
  • A Teoria dos Quatro Elementos:
    • Corpos pesados (graves), como a terra e a água, tendem para baixo.
    • Corpos leves, como ar e fogo, tendem para cima.

A Biologia Aristotélica

Aristóteles catalogou 540 animais, classificando-os em sanguíneos e não sanguíneos (equivalente a vertebrados e invertebrados).

A Astronomia Aristotélica

Sua cosmologia culminava no conceito de Motor Imóvel, identificado com Deus.

Alexandria e a Escola Helenística

A Escola Helenística em Alexandria foi um centro de grande desenvolvimento científico:

  • Euclides: Inventou a geometria.
  • A Mecânica de Arquimedes: Desenvolveu catapultas e a hidrostática (lei do empuxo).
  • Ptolomeu: Defendeu o modelo geocêntrico.

Descartes e o Método da Dúvida

René Descartes propôs um método rigoroso para alcançar o conhecimento verdadeiro, baseado na dúvida metódica.

O Método Cartesiano: Evidência

O primeiro preceito é duvidar de tudo. Não admitir nenhuma coisa como verdadeira se não a reconheço evidentemente como tal. Algo que não posso duvidar, apesar de todos os meus esforços, é o que resiste a todos os assaltos da dúvida, produto do espírito crítico.

O Método Cartesiano: Análise

Dividir cada uma das dificuldades em tantas parcelas quantas forem possíveis.

O Método Cartesiano: Síntese/Ordem

Concluir por ordem meus pensamentos, partindo dos objetos mais simples e mais fáceis para os mais complexos, como em degraus.

O Método Cartesiano: Enumeração

Realizar desmembramentos tão complexos que não se omita nada.

O Cogito: Valorização da Razão

O Cogito (''Penso, logo existo'') representa a autoevidência do sujeito pensante e o princípio de todas as evidências. Ele estabelece o caráter absoluto e universal da razão, sendo o Cogito a verdade e a base de uma cadeia de razões.

As Ideias Cartesianas

Descartes classificou as ideias em três tipos:

  • Inatas: As que nasceram com o indivíduo.
  • Adventícias: As que vêm de fora (da experiência).
  • Factícias: As que o indivíduo inventa.

Dualismo Cartesiano

O homem é dividido em duas partes: uma substância pensante (mente/alma) e uma substância extensa (corpo). O corpo é estudado pela ciência, e a mente é estudada pela filosofia.

Empirismo Inglês

O Empirismo Inglês enfatiza a experiência indispensável no processo do conhecimento.

Francis Bacon

Francis Bacon é conhecido pela máxima ''Saber é poder''. Ele valoriza não o saber contemplativo e desinteressado, mas o saber instrumental, que possibilite a dominação da natureza. O Novum Organum é entendido como um instrumento do pensamento.

John Locke

John Locke, teórico do liberalismo, propôs um caminho psicológico para o conhecimento:

  • Sensação: Resultado da modificação feita na mente por meio dos sentidos (experiência externa).
  • Reflexão: Percepção que a alma tem daquilo que nela ocorre (experiência interna).

Qualidades do Objeto

A partir da experiência, formam-se ideias simples, baseadas nas qualidades dos objetos:

  • Primárias: Solidez, extensão, configuração, movimento, repouso, número.
  • Secundárias: Cor, som, odor, sabor, etc.

Ideias Complexas

São formadas pelo intelecto, não têm validade objetiva e possuem valor prático, não cognitivo.

Comparativo: Descartes e Locke

Enquanto Descartes valoriza o papel do sujeito (razão), Locke enfatiza o objeto (experiência), defendendo que a alma é uma Tabula Rasa (tábua rasa) ao nascer.

Entradas relacionadas: