Filosofia: Verdade, Argumentação e Conhecimento

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Distinção Validade-Verdade

Validade e Verdade

A validade depende do tipo de conexão existente entre premissas e conclusão; é independente do valor de verdade das preposições que o constituem. Um argumento pode ter premissas e conclusão verdadeiras e não ser válido. A validade garante a verdade da conclusão de um argumento que tenha premissas verdadeiras. A verdade (propriedade das preposições) diz que uma preposição é verdadeira quando expressa adequadamente as características da realidade a que se refere.

Filosofia, Retórica e Democracia

Democracia e Filosofia

A democracia é o regime político mais favorável ao estudo livre e, portanto, ao progresso da filosofia. Existe uma ligação natural entre democracia e filosofia, pois ambas nasceram na Grécia Antiga. Numa democracia, aqueles que souberem persuadir pelo uso da retórica terão mais facilidade em conseguir poder, visto que, numa democracia, as decisões políticas são tomadas publicamente e não por um tirano. Ou seja, a capacidade de influenciar a opinião pública é muito valiosa nesta forma de governo.

Retórica e Sofistas

Os filósofos como Platão e Aristóteles acusam os retóricos (sofistas) de desonestidade intelectual, acusam-lhes de desprezar a razão e a ética, ensinando a manipular a opinião pública consoante fosse mais conveniente.

Argumentação, Verdade e Ser

Argumentação e Verdade

Argumentação designa a atividade social, intelectual e discursiva que, utilizando razões bem fundamentadas (argumentos), visa justificar ou refutar opiniões de modo a obter a adesão do auditório e mudar o seu comportamento. A verdade depende de pessoa para pessoa. Eu posso acreditar numa tese, mas outra pessoa pode afirmar que essa mesma é falsa e acreditar no oposto. A filosofia procura a verdade e para isso precisa de argumentos. Se a filosofia não tivesse argumentos, não conseguiria encontrar a verdade. A filosofia precisa de argumentos para provar certas teorias, tal como a biologia e a física.

O Ser e a Verdade

Ser pode significar muita coisa. Muitos filósofos dizem que viemos da terra, ou da água, ou do fogo, mas relacionando com a verdade não se obtêm teorias corretas, pois ninguém sabe de onde viemos. Mesmo assim, a filosofia usa argumentos para tentar chegar a muitas verdades. Certamente que é fácil chegar a certas verdades, mas existem outras muito difíceis. Com isto tudo, torna-se fundamental a retórica.

Estrutura do Ato de Conhecer

Conhecimento Empírico (Hume)

Para Hume, todo o conhecimento começa com a experiência. Dados ou impressões sensíveis são as unidades básicas de conhecimento. Hume divide o conhecimento em:

  • Impressões: que resultam do sentir (atos originários do nosso conhecimento).
  • Ideias: que resultam do pensar (representações/imagens fracas das impressões do pensamento).

A diferença entre elas é simplesmente de grau e não de natureza. As ideias subdividem-se em ideias simples, que são cópias diretas de impressões, e complexas, que são combinações do nosso pensamento de ideias simples.

Comparação de David Hume (Empirismo) e Descartes (Racionalismo)

Descartes e a Dúvida Metódica

Descartes, à partida, diria que as nossas pretensões ao conhecimento não são válidas. Mas validá-las é algo que está ao nosso alcance: recorrendo à dúvida metódica, acabamos por descobrir o cogito e depois por provar que Deus existe. A existência de Deus garante que as nossas faculdades, devidamente utilizadas, proporcionam conhecimento verdadeiro.

Hume e as Limitações do Conhecimento

Pelo contrário, David Hume sugere que muitas das nossas pretensões ao conhecimento verdadeiro são infundadas. Temos conhecimento das nossas percepções, mas quando vamos além do testemunho dos sentidos e da memória, passamos a apoiar-nos em suposições que não conseguimos justificar. Como muitas das nossas crenças se apoiam em suposições e elas não estão justificadas, não constituem conhecimento.

Fontes de Conhecimento: Experiência vs. Razão

Reconhecem-se geralmente duas fontes principais de conhecimento: a experiência e o pensamento. Tanto Descartes como Hume admitem estas fontes de conhecimento, mas atribuem-lhes uma propriedade diferente - diferença que nos leva a caracterizar Hume como empirista e Descartes como racionalista. Segundo Descartes, o conhecimento verdadeiro, bem justificado, encontra o seu fundamento no pensamento ou razão. Pelo contrário, Hume encontra na experiência a fonte primordial do conhecimento.

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