Filósofos e Pensadores: Uma Jornada pelo Pensamento Ocidental
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Platão (428 a.C. - 348 a.C.)
1. O interesse de Platão pela política decorreu da situação de estabilidade social e administrativa da Grécia no período em que viveu.
2. De ascendência nobre (Sólon), viveu intensamente na pólis.
3. Contemporâneo de Sócrates, participou ativamente de seus debates, tornando-se admirador e discípulo "O mais sábio e justo de todos os homens".
4. Entende-se que o primado da verdade é o primado da política.
5. Seus diálogos mostram a evolução do pensamento platônico: ética + política = política.
- Os primeiros diálogos socráticos: preocupados com as virtudes como coragem, piedade e autocontrole.
- Os seguintes: preocupados com a política (a Grécia possuía uma democracia direta, porém limitada, pois não participavam os escravos, as mulheres e os estrangeiros).
Proposta Platônica: Utopia. Na cidade ideal, as funções deveriam ser exercidas por cinco classes distintas, com a eliminação da família para que as mulheres pudessem participar ativamente da vida política. As mulheres seriam comuns aos guardiões, as crianças educadas na cidade, procriação regulada (eugênia), e os trabalhos executados de acordo com as disponibilidades e aptidões.
6. Os últimos diálogos demonstram a preocupação com o conhecimento. De início, a negociação do conhecimento estável. Depois, cria a Academia com o objetivo de preparar para a cidadania: Retórica (oratória e argumentação) e Negócios Públicos. Reflexão sobre o conhecimento: "Alegoria da Caverna".
Santo Agostinho (Bispo de Hipona): Africano da Numídia, de cultura latina (romana), fez seus estudos em Cartago, onde foi professor de retórica (matéria obrigatória imposta pelos romanos). Transferiu-se para Roma, depois para Milão, onde conheceu Santo Ambrósio. Convertido ao Cristianismo, buscou em Platão argumentos racionais para defender a nova fé, surgindo assim a Teologia -> conjunto de ideias produzidas e sistematizadas pela razão, como todo lógico. Antes da Teologia, a religião cristã era construída por regras de conduta moral e crença na salvação pelo sacrifício de Jesus, sem fundamentação racional. Sua antropovisão provinha de Platão. Haveria, segundo ele, dois tipos de verdade: as eternas (propriedade da alma), por iluminação divina, e as mutáveis (captáveis pelos sentidos), do corpo. A alegoria (metáfora) da caverna, de Platão: o conhecimento se dá quando se conhece a luz, que para Santo Agostinho era Deus. Os gregos entendiam o mundo como eterno, davam apenas forma e matéria. A criação do tempo coincide com a criação do mundo; só Deus está fora do tempo (eterno). Para Santo Agostinho, Deus é o criador de todos os seres, formas e matérias. O tempo é uma mescla do ser e do não-ser; processo de transformação do ser em não-ser e vice-versa.
Nicolau Maquiavel (1469-1527): Pensador político italiano (florentino), autor de uma teoria do Estado e da sociedade que ultrapassa os limites da especulação (pensando em termos de prática da ação humana, tendo como centro de seu interesse a formalização do Estado e o fenômeno do poder). "A história é a mestra dos humanos." O estadista sábio e prudente busca na história uma situação semelhante e exemplar para extrair conhecimento dos meios para a ação e previsão dos efeitos. Fortuna e Virtú são os dois ingredientes básicos para o exercício do poder, para agir exitosamente. Fortuna: a parte da vida que não pode ser governada pelos indivíduos (determinismo histórico). Virtú: qualidade daquele que sabe o momento exato, criado pela fortuna, em que a ação pode funcionar com êxito. Amoralidade política: o amoralismo dos meios não prejudicaria os resultados se estes fossem bons. Trata-se de um aconselhamento para um governante numa situação histórica determinada, interpretada diferentemente em outras – para o bem ou para o mal.
René Descartes: Em novembro de 1629, em sonho (ele acreditou), ter recebido a missão de investigar os conhecimentos humanos, a partir de bases seguras, tudo feito de certezas racionais. "As construções começadas e concluídas por um único arquiteto são mais belas e ordenadas que aquelas reformadas servindo-se de alicerces construídos para outros fins." A ciência é uma arquitetura que deveria ser alicerçada por inteligência isolada. Decepcionado com as "humanidades", deixa-se seduzir pelos conhecimentos regidos pelas noções de número e de medidas, devido à certeza e à evidência de suas razões. Certo de que existia um acordo fundamental entre as leis matemáticas e as leis da natureza, concluiu ser tarefa sua "desvelar a teia numérica que constitui a alma do mundo". Toda realidade conhecida necessita de provas racionais de sua existência, exceto o conhecimento do ato de pensar. O ato de pensar, por si só, prova a existência do pensante.
Aristóteles: Com 18 anos, chega a Atenas, vindo da Macedônia, atraído pela vida cultural da cidade, para continuar os estudos. Dentre muitas escolas (sofistas), matricula-se na Academia. Com dificuldade de fala, feio e sem dotes atléticos. Na Grécia, existiam tendências educacionais: as lideradas pela escola de sofistas – a política, e a Academia (Platão) – a investigação científica. Filho de médico e de origem nobre, inclinou-se pela orientação platônica. Com a morte de Platão, volta à Macedônia, quando é chamado por Filipe para educar Alexandre. Com o domínio da Macedônia, volta a Atenas e funda o Liceu, com tendências para as ciências naturais. Com a morte de Alexandre, volta logo depois e morre.