Fisiologia Endócrina: Eixos, Hormônios e Regulação
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Mecanismo de Regulação Endócrina: Eixo Hipotálamo-Hipófise
O principal mecanismo de regulação do sistema endócrino é o eixo hipotálamo-hipófise. Ele é responsável por modificações em praticamente todas as secreções endócrinas nos indivíduos. Suas funções incluem:
- Manutenção da constância do meio interno (temperatura, substratos energéticos e estruturais);
- Interação do organismo com o meio ambiente;
- Controle da reprodução.
O hipotálamo recebe toda a informação e, através de hormônios, envia essa informação para a hipófise, que produz diversos hormônios reguladores. O hipotálamo libera no sistema porta-hipofisário hormônios liberadores ou inibidores dos hormônios adenohipofisários.
Por exemplo: O FSH (Hormônio Folículo-Estimulante), é produzido pela hipófise e é uma das gonadotrofinas, juntamente com o LH. Suas funções incluem regular o desenvolvimento, o crescimento, a maturação puberal, os processos reprodutivos e a secreção de esteroides sexuais nas gônadas (testículos e ovários).
Estudo Dirigido 2: Metabolismo do Cálcio e Vitamina D
Síntese e Regulação da Vitamina D Ativa e Seus Efeitos Ósseos
A vitamina D é um pró-hormônio que precisa sofrer duas reações de hidroxilação sucessivas para se transformar na forma ativa, 1,25-di-hidroxivitamina D. Pode ser adquirida através da dieta, mas também é produzida de forma endógena com a exposição a raios UVB. É um hormônio lipofílico (secosteroide – anel de colesterol aberto), logo precisa de proteínas ligadoras de vitamina D ou lipoproteínas para ser transportado.
Raquitismo: deficiência de vitamina D na infância. Pode ser causada por mutações nas hidroxilases, resultando em vitamina D inativa, ou por baixa exposição aos raios de sol. As consequências são baixa mineralização da placa epifisária de crescimento, gerando ossos arqueados.
Osteomalacia: deficiência de vitamina D na vida adulta. Também causa baixa mineralização do osso cortical e trabecular e acúmulo de tecido osteoide não mineralizado, caracterizando ossos arqueados.
Mecanismos Rápidos de Regulação do Cálcio Sanguíneo
Caso haja redução do cálcio, a cascata de sinalização diminui e, então, o PTH (Hormônio da Paratireoide) armazenado na vesícula é liberado por exocitose; além de diminuir a inibição da síntese desse hormônio e aumentar sua produção. O PTH age no ramo ascendente espesso da alça de Henle, potencializando o transporte passivo de cálcio. No túbulo contorcido distal, o PTH aumenta as proteínas que promovem o transporte ativo de Ca++ (com gasto energético). Quanto ao fosfato, o PTH inibe a reabsorção de fosfato nos túbulos proximais através da internalização da NPT2a (transportador tipo 2a de fosfato dependente de sódio), induzindo a fosfatúria (aumento da concentração de fosfato na urina).
Ajustes Endócrinos em Resposta à Dieta Rica em Cálcio
A regulação ocorre através da calcitonina. Sua função é inibir o efluxo de cálcio do osso, através da inibição dos osteoclastos pelos receptores de calcitonina (CTR) expressos nessas células, e aumentar a excreção renal de cálcio.
Estudo Dirigido 3: Fisiologia da Glândula Tireoide
Relação da Glândula Tireoide com o Eixo Hipotálamo-Hipófise
Na adenohipófise, há liberação do Hormônio Estimulador da Tireoide (TSH), que age estimulando a glândula tireoide na produção de dois hormônios: a triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4). Esses hormônios são responsáveis pela regulação do metabolismo, transformando nutrientes em energia. O TSH estimula cada aspecto da função da tireoide. Uma vez prontos no coloide, os hormônios tireoidianos são liberados por estímulo do TSH. Esse hormônio também controla toda a biossíntese hormonal, regulando a expressão de TPO, NIS e tireoglobulina.
Principais Hormônios Tireoidianos
Os principais hormônios tireoidianos são a tiroxina (T4), a triiodotironina (T3) e a T3 reversa.
Efeitos dos Hormônios Tireoidianos em Diferentes Tecidos
- Efeitos cardiovasculares: Aumentam a frequência cardíaca, garantindo um aporte de O₂ para os tecidos. Há aumento do volume de ejeção. O tempo de relaxamento diastólico é diminuído. A pressão sistólica é aumentada e a pressão diastólica diminuída, resultando em aumento do débito cardíaco. Há também aumento da força de contração e estímulo da atividade adrenérgica.
- Efeitos respiratórios: Estimulam a utilização e o aporte de O₂. Isso leva a um aumento da frequência respiratória em repouso, da ventilação minuto e da resposta ventilatória.
- Efeitos na musculatura esquelética: A glicólise e a glicogenólise são aumentadas, enquanto o glicogênio e a fosfocreatina são diminuídos por excesso de T3 e T4. Isso gera aumento da excreção de creatina pela urina. Estimulam a diferenciação da fibra lenta em rápida.