Fisiologia, Genética e Manejo na Produção de Suínos

1. Cite três características importantes da fisiologia da matriz suína e três dos reprodutores.

R:

Três características importantes da fisiologia da matriz suína:

• Ciclo estral poliéstrico;
• Gestação prolongada;
• Elevada prolificidade.

Três características dos reprodutores suínos:

• Elevada libido;
• Espermatozoides numerosos;
• Maturidade sexual precoce.

2. Responda sim ou não e justifique: os suínos possuem estômago simples com pequena capacidade de armazenamento.

R: Sim. Os suínos possuem um estômago simples, sem divisões como o rúmen dos ruminantes, e sua capacidade de armazenamento é relativamente pequena em comparação com animais como os bovinos. Isso significa que os suínos necessitam de alimentação regular para atender às suas necessidades nutricionais.

3. Cite três raças suínas que sejam bastante utilizadas no Brasil.

R: Três raças suínas bastante utilizadas no Brasil são:

• Landrace;
• Large White (ou Large Yorkshire);
• Duroc.

4. Cite e comente dois aspectos que afetam o consumo voluntário em suínos.

R: Dois aspectos que vão afetar o consumo voluntário em suínos são:

A Palatabilidade da dieta:

A palatabilidade refere-se ao sabor, cheiro e textura da ração oferecida aos suínos. Dietas mais palatáveis tendem a ser consumidas em maior quantidade pelos animais, enquanto dietas menos atrativas podem resultar em menor consumo voluntário. Fatores como a qualidade dos ingredientes, presença de aditivos aromatizantes e processo de fabricação da ração podem influenciar a palatabilidade.

Condições ambientais:

O ambiente em que os suínos estão alojados também afeta seu consumo voluntário. Temperaturas extremas, alta umidade, falta de ventilação adequada ou condições estressantes podem reduzir o apetite dos suínos. Além disso, espaços superlotados ou desconfortáveis podem levar a comportamentos competitivos entre os animais, afetando negativamente o consumo de ração. Garantir um ambiente confortável e adequado é fundamental para promover o consumo voluntário e o desempenho dos suínos.

5. Qual a finalidade das raças suínas nacionais? Cite duas.

R: As finalidades das raças suínas nacionais incluem:

• Produção de carne: As raças suínas nacionais (como Canastra e Canastrão) são selecionadas para produzir carne de alta qualidade, atendendo às demandas do mercado consumidor brasileiro e internacional. Elas são criadas para apresentar características como eficiência na conversão alimentar, crescimento rápido e qualidade da carne.
• Adaptação ao clima e condições locais: Muitas raças suínas nacionais são desenvolvidas levando em consideração as condições climáticas e ambientais específicas do Brasil. Isso inclui características como resistência a doenças tropicais, capacidade de se adaptar a diferentes sistemas de produção e tolerância ao calor. Essas raças são criadas para maximizar o desempenho sob as condições encontradas no país, contribuindo para a sustentabilidade e eficiência da produção suína nacional.

6. Comente sobre a síndrome do estresse suíno da raça Pietrain.

R: A síndrome do estresse suíno (PSS – Porcine Stress Syndrome), também conhecida como Síndrome do Estresse Suíno Pós-Desmame (SSPED), é uma condição que afeta principalmente os leitões da raça Pietrain. Essa síndrome ocorre após o desmame dos leitões, quando são separados da mãe e transferidos para um novo ambiente, muitas vezes resultando em estresse físico e psicológico.

Os leitões da raça Pietrain são conhecidos por sua sensibilidade ao estresse, o que pode desencadear uma série de problemas de saúde e comportamentais. Os principais sintomas da síndrome do estresse suíno incluem diarreia, anorexia, perda de peso, agitação, comportamento agressivo e até mesmo canibalismo entre os leitões.

7. Comente sobre a importância das linhagens híbridas na suinocultura.

R: As linhagens híbridas desempenham um papel crucial na suinocultura, trazendo uma série de benefícios importantes:

• Melhor desempenho produtivo: As linhagens híbridas são cuidadosamente selecionadas para maximizar características desejáveis, como taxa de crescimento, eficiência alimentar, prolificidade e qualidade da carne.
• Variedade genética: Ao cruzar diferentes linhagens, é possível aproveitar o potencial genético de cada uma, introduzindo diversidade e promovendo características favoráveis em descendentes híbridos. Isso ajuda a evitar problemas de consanguinidade e aumenta a resistência a doenças e estresses ambientais.
• Adaptação a diferentes condições de produção: As linhagens híbridas podem ser adaptadas para atender a uma variedade de condições de produção, incluindo diferentes climas, sistemas de manejo e requisitos de mercado. Isso permite que os produtores escolham linhagens que melhor se adequam às suas necessidades específicas, maximizando o desempenho e a eficiência da produção.

8. Comente sobre dois fatores que afetam positiva ou negativamente a carcaça suína.

R: Dois fatores que afetam positiva ou negativamente a carcaça suína são:

• Nutrição: Uma nutrição adequada e balanceada é essencial para o desenvolvimento ideal da carcaça suína. Uma dieta que fornece os nutrientes necessários, como proteínas, energia, vitaminas e minerais, pode promover um crescimento eficiente, resultando em uma carcaça de melhor qualidade. Por outro lado, deficiências nutricionais ou excessos podem levar a problemas como baixo ganho de peso, deposição desigual de gordura e carcaças de menor qualidade.
• Manejo pré-abate: O manejo dos suínos antes do abate pode influenciar significativamente a qualidade da carcaça. Fatores como transporte estressante, jejum prolongado, manejo agressivo ou condições ambientais adversas podem causar estresse nos animais, resultando em carcaças de menor qualidade. Por outro lado, um manejo pré-abate cuidadoso, com transporte tranquilo, tempo de jejum adequado e ambientes confortáveis, pode reduzir o estresse e melhorar a qualidade da carcaça.

9. Comente como a genética revolucionou a produção de carne suína.

R: A genética desempenhou um papel revolucionário na produção de carne suína, impulsionando avanços significativos em eficiência, produtividade e qualidade.

• Melhor desempenho produtivo: A seleção genética permitiu a criação de linhagens suínas com características altamente desejáveis, como crescimento rápido, eficiência na conversão alimentar, maior produtividade e qualidade de carne superior. Isso resultou em suínos que alcançam o peso de abate em menos tempo, produzem mais carne por unidade de alimento consumido e geram ninhadas maiores, aumentando a eficiência e a rentabilidade da produção.
• Adaptação e Resistência: Foram desenvolvidas linhagens suínas adaptadas a uma variedade de ambientes e sistemas de produção. Isso inclui raças mais resistentes a doenças, climas quentes ou frios, bem como linhagens adequadas para diferentes sistemas de manejo, como criação ao ar livre ou confinada.

10. Como devemos proceder no manejo de bem-estar, no que se refere à temperatura dos leitões, do nascimento até o momento do desmame?

R: No manejo de bem-estar dos leitões, especialmente do nascimento até o momento do desmame, é crucial garantir condições térmicas adequadas para promover seu conforto e saúde.

• Ambiente Aquecido: Os leitões recém-nascidos têm uma capacidade limitada de regular sua própria temperatura corporal. É essencial fornecer um ambiente aquecido nas primeiras semanas de vida, utilizando lâmpadas de calor, aquecedores infravermelhos ou sistemas de aquecimento no ambiente de maternidade. A temperatura ideal para os leitões recém-nascidos é em torno de 30-32°C.
• Zonas de Conforto: É importante garantir que haja uma área dentro do ambiente de maternidade onde os leitões possam se aquecer quando necessário e uma área mais fresca onde possam se refrescar, permitindo que eles regulem sua própria temperatura corporal de acordo com suas necessidades.
• Monitoramento: É importante monitorar regularmente a temperatura ambiente e a condição dos leitões para garantir que estejam confortáveis e não estejam passando por estresse térmico. Isso pode ser feito através de termômetros no ambiente e observação do comportamento dos leitões, como agrupamento excessivo ou dispersão.
• Ventilação: Além do aquecimento, é fundamental garantir uma boa ventilação no ambiente de maternidade para evitar acúmulo de umidade e gases nocivos. Isso pode ser alcançado através de sistemas de ventilação adequados e controle da umidade relativa.
• Manejo Gentil: Além das condições térmicas, é fundamental garantir um manejo gentil e cuidadoso dos leitões para reduzir o estresse e promover seu bem-estar geral. Isso inclui evitar o manuseio excessivo, fornecer alimentação e água de qualidade, e manter um ambiente limpo e confortável.

11. Cite três métodos de manejo de temperatura no setor de alojamento das matrizes.

R: Três métodos de manejo de temperatura no setor de alojamento das matrizes são:

• Sistemas de aquecimento: Estes podem incluir lâmpadas de calor, aquecedores infravermelhos ou sistemas de aquecimento centralizados no ambiente de alojamento das matrizes. Esses sistemas são utilizados especialmente em períodos de baixas temperaturas para garantir um ambiente térmico confortável para as matrizes.
• Sistemas de ventilação e resfriamento: A ventilação adequada é essencial para controlar a temperatura e a umidade no ambiente de alojamento das matrizes. Isso pode ser feito através de sistemas de ventilação naturais ou mecânicos, como exaustores e ventiladores, que ajudam a remover o ar quente e úmido e promovem a circulação de ar fresco.
• Isolamento térmico: Melhorar o isolamento térmico das instalações de alojamento das matrizes pode ajudar a manter uma temperatura mais estável e confortável, reduzindo a necessidade de aquecimento ou resfriamento artificial. Isso pode ser alcançado através do uso de materiais isolantes nas paredes, tetos e pisos das instalações.

12. Existe diferença no manejo de marrãs e porcas ao se iniciar a estação de monta ou inseminação artificial? Sim ou não e justifique.

R: Sim. O manejo de marrãs (fêmeas jovens que nunca foram cobertas) e porcas (fêmeas que já tiveram reprodução anterior) pode diferir ao iniciar a estação de monta ou inseminação artificial por diversas razões:

• Condição Física e Sanitária: As marrãs podem exigir uma atenção especial à sua condição física e sanitária antes da estação de monta ou inseminação, já que podem estar entrando em reprodução pela primeira vez. Porcas, por outro lado, podem exigir menos preparação física, mas ainda podem precisar de cuidados sanitários, como vacinação e controle de parasitas, para garantir a saúde durante o período reprodutivo.
• Manejo Nutricional: O manejo nutricional também é importante, pois marrãs em crescimento podem ter necessidades nutricionais diferentes das porcas adultas em termos de suplementação de nutrientes para garantir uma boa condição corporal e desenvolvimento adequado dos órgãos reprodutivos. Portanto, o manejo nutricional pode precisar ser ajustado com base na idade e no estado reprodutivo das fêmeas.

Embora alguns aspectos do manejo possam ser semelhantes para marrãs e porcas ao iniciar a estação de monta ou inseminação, é importante considerar suas diferenças individuais em termos de idade, estado reprodutivo e necessidades específicas ao planejar e implementar o manejo reprodutivo.

13. Comente: produzir suíno light é vantajoso sobre o ponto de vista comercial? Comente dois aspectos.

R: Produzir suíno light pode ser vantajoso sob o ponto de vista comercial por diversos motivos:

• Demanda do Mercado: Com a crescente preocupação dos consumidores com hábitos alimentares saudáveis, há uma demanda cada vez maior por produtos de carne suína mais magra, como o suíno light. Produtos com baixo teor de gordura são geralmente percebidos como mais saudáveis e atraem consumidores preocupados com a saúde e o bem-estar. Portanto, atender a essa demanda pode ser vantajoso comercialmente, permitindo explorar um nicho de mercado em crescimento.
• Valor Agregado e Preço Mais Elevado: O suíno light, por ser uma opção mais magra, pode ser comercializado a um preço mais elevado em comparação com cortes tradicionais de carne suína. Isso se deve ao fato de que o processo de produção de suínos light envolve um controle mais rigoroso da alimentação e manejo, o que pode resultar em custos de produção ligeiramente mais altos, mas que são compensados pelo maior valor de venda do produto final.