Fisiologia Humana: Neuro, Cardio, Renal, Respiratório e Endócrino
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Neurofisiologia: Perguntas e Respostas
7) Fases do Potencial de Ação
O potencial de ação é um fenômeno elétrico que ocorre em resposta a um estímulo, resultando em uma mudança rápida e temporária no potencial de membrana da célula. Ele possui três fases principais:
- Despolarização: Nesta fase, ocorre uma rápida inversão do potencial de membrana. Isso acontece devido à abertura dos canais de sódio voltagem-dependentes, permitindo a entrada de íons sódio (Na+) na célula. O interior da célula se torna menos negativo.
- Pico de Overshoot: É o ponto máximo de despolarização. Os canais de sódio se fecham, e os canais de potássio (K+) voltagem-dependentes começam a abrir.
- Repolarização: Nesta fase, os canais de potássio se abrem completamente, permitindo a saída de íons potássio da célula. Isso restaura o potencial de membrana ao seu valor de repouso negativo.
Além dessas fases, existem dois outros estados relacionados ao potencial de ação: a hiperpolarização, que ocorre após a repolarização, e a hipopolarização, que precede a despolarização.
8) Neurotransmissores e Potenciais Pós-Sinápticos
Os neurotransmissores liberados na fenda sináptica podem se ligar a receptores na célula pós-sináptica, resultando em mudanças no potencial de membrana dessa célula. Essas mudanças podem ser classificadas como potenciais pós-sinápticos excitatórios (PPSE) ou potenciais pós-sinápticos inibitórios (PPSI).
Potencial Pós-Sináptico Excitatório (PPSE):
- Ocorre quando a ligação dos neurotransmissores aos receptores pós-sinápticos resulta na abertura de canais iônicos, permitindo a entrada de íons positivos (como Na+) na célula.
- Isso causa uma despolarização da membrana pós-sináptica, aproximando o potencial de membrana do limiar necessário para disparar um potencial de ação.
- Em resumo, um PPSE aumenta a probabilidade de a célula pós-sináptica gerar um potencial de ação.
Potencial Pós-Sináptico Inibitório (PPSI):
- Ocorre quando a ligação dos neurotransmissores aos receptores pós-sinápticos resulta na abertura de canais iônicos, permitindo a entrada de íons negativos (como Cl-) ou a saída de íons positivos (como K+) da célula.
- Isso causa uma hiperpolarização da membrana pós-sináptica, afastando o potencial de membrana do limiar necessário para disparar um potencial de ação.
- Em resumo, um PPSI diminui a probabilidade de a célula pós-sináptica gerar um potencial de ação.
Essas mudanças no potencial de membrana são essenciais para a transmissão de sinais nervosos e para a integração da informação no sistema nervoso.
9) Componentes do Sistema Sensorial na Dor
Os três componentes do sistema sensorial na dor são:
Receptores Sensoriais:
- Os receptores responsáveis pela detecção da dor são chamados de nociceptores. Estes receptores respondem a estímulos potencialmente prejudiciais, como temperaturas extremas, pressão intensa, ou substâncias químicas liberadas por tecidos lesionados.
- Os nociceptores transduzem esses estímulos em sinais elétricos que são enviados ao sistema nervoso central.
Vias Sensoriais:
- As vias sensoriais consistem em neurônios que transmitem os sinais de dor dos nociceptores para o cérebro.
- Os sinais de dor viajam através dos neurônios aferentes, passam pela medula espinhal e seguem pelo trato espinotalâmico até o tálamo e outras áreas do cérebro.
Áreas Sensoriais Centrais:
- As áreas sensoriais centrais no cérebro envolvidas na percepção da dor incluem o tálamo, o córtex somatossensorial, e outras regiões como a ínsula e o córtex cingulado anterior.
- Essas áreas processam e interpretam os sinais de dor, resultando na percepção consciente da dor e na resposta emocional e comportamental associada.
10) Componentes de um Arco Reflexo Somático
Os componentes de um arco reflexo somático são:
- Receptor sensorial
- Neurônio sensorial (aferente)
- Centro de integração (interneurônios na medula espinhal ou cérebro)
- Neurônio motor (eferente)
- Efetor (músculo esquelético)
11) Definição de Fator de Magnificação Cortical
- O fator de magnificação cortical refere-se à proporção de área cortical dedicada ao processamento de informações sensoriais de uma determinada parte do corpo. Partes do corpo com maior sensibilidade (como os dedos ou os lábios) têm uma representação desproporcionalmente grande no córtex somatossensorial em comparação com partes do corpo menos sensíveis.
12) Efeitos do Sistema Nervoso Autônomo em Órgãos
Coração:
- Simpático: Aumenta a frequência cardíaca e a força de contração do coração.
- Parassimpático: Diminui a frequência cardíaca.
Pulmões:
- Simpático: Dilata os brônquios, aumentando a passagem de ar.
- Parassimpático: Constrição dos brônquios.
Trato Gastrointestinal:
- Simpático: Diminui a motilidade e secreções digestivas.
- Parassimpático: Aumenta a motilidade e secreções digestivas.
Olhos:
- Simpático: Dilata as pupilas (midríase).
- Parassimpático: Constrição das pupilas (miose).
Cardiologia: Perguntas e Respostas
Eletrocardiograma (ECG) e Seus Tipos
1. ECG Normal:
- Onda P: Presente e precede cada complexo QRS, indicando atividade elétrica atrial normal.
- Intervalo PR: Normalmente entre 120 e 200 ms.
- Complexo QRS: Duração normal de 80 a 120 ms.
- Segmento ST: Isoelétrico, sem elevação ou depressão.
- Onda T: Positiva nas derivações I, II, V3-V6.
- Intervalo QT: Normalmente 360 a 440 ms (ajustado para a frequência cardíaca).
2. ECG de Isquemia Miocárdica:
A isquemia miocárdica ocorre quando o fluxo sanguíneo para o miocárdio é reduzido, mas não totalmente interrompido. As alterações no ECG podem ser sutis e transitórias.
- Depressão do Segmento ST: Pode ser observada em múltiplas derivações, geralmente horizontal ou descendente. A depressão do segmento ST indica isquemia subendocárdica.
- Inversão da Onda T: Ocorre nas derivações que correspondem à área isquêmica. Uma onda T invertida sugere isquemia subepicárdica ou miocárdica.
- Alterações Transitórias: As alterações podem aparecer durante episódios de dor anginosa e desaparecer quando a dor resolve.
3. ECG de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM):
O IAM ocorre devido à obstrução completa de uma artéria coronária, resultando em necrose do tecido miocárdico. As alterações no ECG variam de acordo com o tempo desde o início do infarto.
Fase Inicial (Minutos a Horas):
- Elevação do Segmento ST: Significativa, >1 mm em pelo menos duas derivações contíguas. A elevação do segmento ST indica uma lesão miocárdica transmural.
- Onda T Apiculada: Onda T alta e pontiaguda pode ser observada nas primeiras horas.
Fase Intermediária (Horas a Dias):
- Onda Q Patológica: Onda Q profunda e larga (>0,04 s de duração e >25% da amplitude do R subsequente) indica infarto em evolução.
- Inversão da Onda T: Após a elevação do ST, a onda T pode se inverter.
Fase Tardia (Dias a Semanas):
- Normalização do Segmento ST: O segmento ST volta ao isoeletro, mas a onda Q patológica e a inversão da onda T podem persistir.
- Onda T Negativa: A onda T pode permanecer invertida por semanas.
4) Componentes da Microcirculação e Funções
- Capilares: Local de troca de gases, nutrientes e resíduos entre o sangue e os tecidos.
- Vênulas: Coletam o sangue dos capilares e iniciam o retorno venoso ao coração.
- Arteríolas: Regulam o fluxo sanguíneo para os capilares e a pressão arterial, através da contração e dilatação dos músculos lisos em suas paredes.
5) Ordem Cronológica dos Eventos da Diástole
Coloque em ordem cronológica os eventos da diástole:
- Relaxamento isovolumétrico.
- Abertura das valvas tricúspide e mitral.
- Fluxo rápido de sangue dos átrios para os ventrículos.
- Sístole atrial (1/3 final da diástole).
- Fechamento das valvas tricúspide e mitral.
6) Como o Sistema Nervoso Autônomo Eleva a Pressão Arterial?
O Sistema Nervoso Autônomo (SNA) eleva a pressão arterial principalmente através da ativação do sistema nervoso simpático e da inibição do sistema nervoso parassimpático. Aqui estão os principais mecanismos envolvidos:
- Ativação dos Receptores Adrenérgicos:
- O sistema nervoso simpático libera noradrenalina, que se liga aos receptores adrenérgicos alfa-1 nas paredes das artérias e arteríolas, causando vasoconstrição. A vasoconstrição aumenta a resistência vascular periférica, elevando a pressão arterial.
- Noradrenalina também se liga aos receptores beta-1 no coração, aumentando a frequência cardíaca (cronotropismo positivo) e a força de contração do coração (inotropismo positivo), o que aumenta o débito cardíaco e, consequentemente, a pressão arterial.
- Liberação de Adrenalina pela Medula Adrenal:
- A ativação simpática estimula a medula adrenal a liberar adrenalina na corrente sanguínea. A adrenalina amplia os efeitos do sistema simpático, aumentando ainda mais a frequência cardíaca, a força de contração do coração e a vasoconstrição.
- Inibição do Sistema Nervoso Parassimpático:
- A diminuição da atividade do sistema nervoso parassimpático (que normalmente atua para reduzir a frequência cardíaca) contribui para a elevação da pressão arterial ao permitir que a frequência cardíaca aumente sem oposição.
- Aumento da Retenção de Sódio e Água:
- A ativação simpática também estimula a liberação de renina pelos rins, levando à ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA). A angiotensina II causa vasoconstrição e estimula a liberação de aldosterona, promovendo a retenção de sódio e água pelos rins, aumentando o volume sanguíneo e a pressão arterial.
Fisiologia Renal: Perguntas e Respostas
1) Correspondência entre Segmentos Tubulares e Funções
Numere a coluna B de acordo com as estruturas listadas na coluna A, de forma que todos os segmentos tubulares possuam uma única correspondência:
Coluna A:
- Alça espessa ascendente de Henle
- Alça fina ascendente de Henle
- Túbulo proximal
- Alça fina descendente de Henle
Coluna B (Funções Associadas):
- Secreção moderada de sódio e cloreto
- Reabsorção de proteínas
- Túbulo proximal
- Responsável pela formação da hipertonicidade medular
Respostas:
- Túbulo proximal: Reabsorção de proteínas (e grande parte de sódio, água, glicose, aminoácidos).
- Alça fina descendente de Henle: Responsável pela formação da hipertonicidade medular (permeável à água).
- Alça fina ascendente de Henle: Reabsorção de sódio e cloreto (impermeável à água).
- Alça espessa ascendente de Henle: Reabsorção ativa de sódio, potássio e cloreto (cotransportador Na+/K+/2Cl-).
2) Distúrbio Ácido-Base por Vômitos Frequentes
Um indivíduo dá entrada na emergência de um hospital com náusea e vômitos frequentes nas últimas 24 horas. Tendo em mente a equação abaixo, responda às seguintes perguntas:
pH = pK + log [HCO3-] / [H2CO3]
a) O indivíduo estará em alcalose ou acidose?
O indivíduo estará em alcalose. Vômitos frequentes levam à perda de ácido gástrico (HCl), resultando em uma condição de alcalose metabólica.
b) A origem do distúrbio é respiratória ou metabólica?
A origem do distúrbio é metabólica, pois é causada pela perda de ácido gástrico através dos vômitos.
c) Papel dos rins no retorno do pH para valores normais?
Os rins respondem à alcalose metabólica excretando bicarbonato (HCO3-) na urina e reabsorvendo íons hidrogênio (H+) para normalizar o pH sanguíneo. Este processo ajuda a compensar a perda de ácido e a restaurar o equilíbrio ácido-base.
3) Afirmativas sobre Fisiologia Renal (V ou F)
Marque com V a(s) afirmativa(s) VERDADEIRA(S) e com F a(s) afirmativa(s) FALSA(S):
- a) O filtrado glomerular sai do espaço de Bowman com a mesma composição do plasma. (F) Falsa. O filtrado glomerular é semelhante ao plasma, mas não contém proteínas grandes como a albumina.
- b) A reabsorção de sódio no túbulo proximal ocorre através do transportador GLUT, localizado na membrana apical da célula tubular. (F) Falsa. A reabsorção de sódio no túbulo proximal ocorre principalmente através do cotransportador sódio-glicose (SGLT) e do antiportador sódio-hidrogênio (NHE3), não pelo transportador GLUT, que transporta glicose.
- c) O ciclo renal da ureia é responsável pela formação da hipertonicidade medular. (V) Verdadeira. O ciclo da ureia contribui para a hipertonicidade da medula renal.
- d) A liberação de ADH pelo estímulo osmolar ocorre antes do estímulo da sede. (V) Verdadeira. A liberação de ADH (hormônio antidiurético) é um mecanismo de resposta rápida ao aumento da osmolaridade plasmática, ocorrendo antes do estímulo da sede.
- e) A recirculação de ureia na medula renal ocorre apenas na ausência de ADH. (F) Falsa. A recirculação da ureia na medula renal ocorre principalmente na presença de ADH, o que aumenta a reabsorção de água e a concentração de urina.
- f) A maior reabsorção de magnésio ocorre nos túbulos proximais. (F) Falsa. A maior parte da reabsorção de magnésio ocorre na alça de Henle, não nos túbulos proximais.
- g) A albumina não é filtrada em indivíduos saudáveis. (V) Verdadeira. Em indivíduos saudáveis, a albumina não é filtrada pelos glomérulos devido ao tamanho e à carga negativa da molécula.
- h) Os diuréticos inibidores do cotransportador Na+/K+/2Cl- aumentam a hipertonicidade da medula. (F) Falsa. Os diuréticos que inibem o cotransportador Na+/K+/2Cl- na alça ascendente de Henle diminuem a hipertonicidade da medula renal ao reduzir a reabsorção de sódio, potássio e cloreto.
4) Efeitos da Renina e PAN na TFG e FPR
Considerando que a ação do peptídeo atrial natriurético (PAN) é maior no tônus vascular da arteríola aferente, o que ocorre com a taxa de filtração glomerular (TFG) e com o fluxo plasmático renal (FPR) quando há aumento da liberação de renina pelos rins? Justifique.
Quando há um aumento na liberação de renina pelos rins, isso desencadeia a ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), resultando em vários efeitos sobre a hemodinâmica renal e a taxa de filtração glomerular (TFG). Vamos analisar esses efeitos:
- Ação da Renina:
- A renina é uma enzima que converte o angiotensinogênio, produzido pelo fígado, em angiotensina I. Esta, por sua vez, é convertida em angiotensina II pela enzima conversora de angiotensina (ECA).
- Efeitos da Angiotensina II:
- Vasoconstrição: A angiotensina II é um potente vasoconstritor que age principalmente nas arteríolas eferentes, aumentando a resistência na saída do glomérulo.
- Aumento da Pressão Glomerular: A vasoconstrição da arteríola eferente eleva a pressão intraglomerular, o que tende a aumentar a TFG, pelo menos inicialmente.
- Redução do Fluxo Plasmático Renal (FPR): Apesar do aumento da TFG, a vasoconstrição nas arteríolas eferentes (e, em menor grau, nas arteríolas aferentes) pode reduzir o fluxo plasmático renal, pois a resistência ao fluxo sanguíneo aumenta.
- Ação do Peptídeo Atrial Natriurético (PAN):
- O peptídeo atrial natriurético (PAN) contrabalança alguns dos efeitos do SRAA. Ele causa vasodilatação, particularmente na arteríola aferente, aumentando o fluxo sanguíneo para o glomérulo.
- O PAN também aumenta a permeabilidade das células do endotélio glomerular, promovendo uma maior taxa de filtração.
Efeitos Combinados:
Quando há um aumento da liberação de renina pelos rins, observamos os seguintes efeitos:
- Taxa de Filtração Glomerular (TFG): Inicialmente, a TFG pode aumentar devido ao aumento da pressão glomerular causada pela vasoconstrição das arteríolas eferentes. No entanto, se a vasoconstrição for intensa e prolongada, pode levar a uma redução da TFG ao longo do tempo devido à diminuição do fluxo plasmático renal.
- Fluxo Plasmático Renal (FPR): O FPR tende a diminuir devido à vasoconstrição nas arteríolas aferentes e eferentes, reduzindo o volume de sangue que chega aos glomérulos.
Justificação:
- Aumento da Renina e Angiotensina II: A vasoconstrição das arteríolas eferentes aumenta a pressão glomerular, elevando temporariamente a TFG. No entanto, a redução do fluxo sanguíneo global pelo rim (redução do FPR) devido à vasoconstrição pode, a longo prazo, comprometer a TFG.
- Contrabalanço pelo PAN: O PAN tenta aumentar a TFG e o FPR através da vasodilatação da arteríola aferente, mas a predominância da ação da angiotensina II pode resultar em um efeito final de aumento moderado da TFG com redução do FPR.
Sistema Respiratório: Perguntas e Respostas
1) Afirmativas sobre Volumes Pulmonares
Em relação aos volumes pulmonares, é correto afirmar que:
- (I) Com exceção do volume residual, são registrados por um procedimento denominado espirometria, por meio de um instrumento chamado espirômetro;
- (II) O volume corrente se refere ao volume de ar inspirado e expirado em cada ciclo ventilatório normal em repouso;
- (III) O volume residual se refere ao volume de ar que permanece nos pulmões mesmo ao fim de uma expiração vigorosa.
Marque a opção que corresponde aos itens corretos:
- Item I: Correto. A espirometria mede volumes e capacidades pulmonares, exceto o volume residual, que não pode ser medido diretamente por esse procedimento.
- Item II: Correto. O volume corrente (VC) é o volume de ar inspirado e expirado durante a respiração normal, em repouso.
- Item III: Correto. O volume residual (VR) é o volume de ar que permanece nos pulmões após uma expiração máxima.
Resposta: Todos os itens (I), (II) e (III) estão corretos.
2) Deficiência de Surfactante Pulmonar
Uma deficiência de surfactante pulmonar:
- Diminui a tensão superficial dos alvéolos; (Incorreto, aumenta a tensão superficial)
- Diminui a complacência pulmonar: (Correto) A deficiência de surfactante aumenta a tensão superficial, dificultando a expansão dos alvéolos e, portanto, diminuindo a complacência pulmonar (a capacidade dos pulmões de se expandirem).
3) Árvore Brônquica: Bronquíolos Terminais vs. Respiratórios
Considerando a árvore brônquica, observamos que:
- A diferença entre os bronquíolos terminais e os respiratórios está relacionada à presença de alvéolos. (Correto)
4) Afirmações sobre a Membrana Respiratória
Analise as seguintes afirmações sobre a membrana respiratória:
- I - Embora seja composta por um grande número de camadas, a espessura da membrana é muito fina, o que facilita o transporte de gases entre a fase gasosa (alvéolos) e a fase líquida (sangue);
- II - A área total da membrana é muito pequena, o que facilita o transporte de gases;
- III - Algumas doenças pulmonares, como por exemplo a fibrose, podem aumentar a espessura da membrana prejudicando o transporte de gases respiratórios.
Marque a opção que corresponde à(s) afirmativa(s) correta(s):
- Afirmação I - Correta: A membrana respiratória é composta por várias camadas (como células epiteliais alveolares tipo I, membrana basal e endotélio capilar), mas sua espessura total é muito fina (cerca de 0,5 a 1 µm). Isso é essencial para facilitar a difusão eficiente dos gases entre os alvéolos e o sangue.
- Afirmação II - Incorreta: A área total da membrana respiratória é na verdade muito grande, não pequena. A área superficial é aumentada pela presença de numerosos alvéolos nos pulmões, o que é crucial para a eficiência na troca gasosa.
- Afirmação III - Correta: Doenças pulmonares que afetam a membrana respiratória, como a fibrose pulmonar, podem causar espessamento da membrana. Isso ocorre devido ao acúmulo de tecido fibroso, o que prejudica a difusão dos gases respiratórios entre os alvéolos e os capilares, comprometendo a função pulmonar.
Resposta: As afirmativas I e III estão corretas.
5) Afirmativas sobre o Sistema Respiratório (Incorreta)
Analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa incorreta:
- Ao entrar pelo nariz, o ar é aquecido, filtrado e umidificado;
- Os anéis cartilaginosos evitam o colabamento da traqueia;
- (X) Na traqueia e nos brônquios, as fibras musculares lisas ocupam áreas não cobertas pelos anéis cartilaginosos e pelas placas cartilaginosas; (Esta é a afirmativa incorreta, pois as fibras musculares lisas estão presentes na parede posterior da traqueia e nos brônquios, mas não"ocupam áreas não coberta" de forma a serem a principal característica. A principal função é regular o diâmetro das vias aéreas.)
- As fibras musculares lisas são importantes no controle da ventilação;
- Quando alvéolos começam a surgir na parede dos bronquíolos, estes são denominados bronquíolos de condução. (Esta afirmativa também é incorreta, pois são bronquíolos respiratórios.)
6) Transporte de Oxigênio pela Hemoglobina (Incorreta)
Analise as seguintes afirmativas sobre o transporte de oxigênio pela hemoglobina e assinale a incorreta:
- O formato da curva de dissociação da hemoglobina amortece o efeito de variações da PO2 do meio ambiente relacionados, por exemplo, a diminuição da PO2 em altitudes elevadas ou ao aumento da PO2 em câmaras pressurizadas, mantendo aproximadamente constante a PO2 nos tecidos;
- A curva de dissociação da hemoglobina pode ser alterada por modificações na temperatura do sangue;
- (X) Alterações no pH sanguíneo não afetam a curva de dissociação da hemoglobina; (Esta é a afirmativa incorreta, pois o pH sanguíneo afeta significativamente a curva de dissociação da hemoglobina, conhecido como Efeito Bohr.)
- O aumento da concentração de DPG pode deslocar a curva de dissociação da hemoglobina;
- Quando completamente saturada a hemoglobina de 100 mL de sangue pode combinar-se com aproximadamente 20 mL de oxigênio.
7) PO2 e PCO2 no Líquido Intersticial
Com relação à PO2 e à PCO2 no líquido intersticial nos tecidos periféricos, é correto afirmar que:
- O aumento do metabolismo celular tende a diminuir a PO2. (Correto)
Endocrinologia e Gastroenterologia: Perguntas e Respostas
1) Definição e Classificação Bioquímica de Hormônios
Definição de hormônio:
Um hormônio é uma substância química produzida por glândulas endócrinas ou células especializadas que é secretada na corrente sanguínea e atua em células-alvo distantes, regulando processos fisiológicos e comportamentais no organismo.
Classificação bioquímica dos hormônios:
Os hormônios podem ser classificados de acordo com sua estrutura bioquímica em:
- Peptídicos e proteicos: Exemplo: Insulina (peptídico) e GH (proteico).
- Esteroides: Exemplo: Cortisol (esteroidal).
- Aminas biogênicas: Exemplo: Adrenalina (amina).
2) Eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal (HPA)
O eixo HPA regula a resposta ao estresse no organismo. Quando o hipotálamo percebe uma situação estressante, libera hormônio liberador de corticotropina (CRH), que estimula a hipófise anterior a liberar hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). O ACTH, por sua vez, estimula a glândula adrenal a secretar cortisol e outros hormônios relacionados ao estresse. O cortisol desempenha papel fundamental na mobilização de energia para enfrentar o estresse.
3) Níveis Hormonais no Hipotireoidismo por Deficiência de Iodo
Níveis dos hormônios do eixo hipotálamo-hipófise-tireoide em hipotireoidismo por deficiência de iodo:
- Com a deficiência de iodo na dieta, a produção de hormônio estimulante da tireoide (TSH) pela hipófise aumenta devido à redução dos níveis de hormônios tireoidianos (T3 e T4).
- Isso ocorre porque a falta de iodo impede a síntese adequada de T3 e T4 pela glândula tireoide.
- Assim, os níveis de TSH estarão elevados, enquanto os níveis de T3 e T4 estarão baixos.
4) Papel da Insulina e Glucagon no Controle da Glicemia
- Insulina: Secretada pelo pâncreas em resposta ao aumento da glicose sanguínea, estimula a captação de glicose pelas células e a síntese de glicogênio no fígado e músculos, reduzindo assim a glicemia.
- Glucagon: Também secretado pelo pâncreas, porém em resposta à baixa glicose sanguínea, estimula a quebra de glicogênio em glicose (glicogenólise) e a síntese de glicose a partir de outras fontes (gliconeogênese), elevando a glicemia.
5) Regulação do Hormônio do Crescimento (GH) e Deficiência
- O GH é regulado pelo hipotálamo através do hormônio liberador de GH (GHRH) e pelo hormônio inibidor de GH (somatostatina).
- GHRH estimula a liberação de GH pela hipófise anterior, enquanto a somatostatina inibe essa liberação.
- Deficiência de GH em crianças pode resultar em nanismo hipofisário, caracterizado por crescimento retardado e proporções corporais normais.
6) Sistema Nervoso Entérico e Motilidade Gastrointestinal
- O sistema nervoso entérico é uma rede de neurônios no trato gastrointestinal que controla a motilidade, a secreção de enzimas digestivas e a absorção de nutrientes.
- Ele funciona de forma independente do sistema nervoso central, coordenando atividades como a peristalse e a contração muscular para facilitar a digestão e o movimento do alimento ao longo do trato digestivo.
7) Hormônio Produzido pela Medula Adrenal
Resposta:
- C) Adrenalina: A adrenalina (ou epinefrina) é um hormônio produzido pela medula adrenal em resposta ao estresse ou excitação, desempenhando um papel importante na resposta de luta ou fuga.
8) Zona do Córtex Adrenal e Produção de Mineralocorticoides
Resposta:
- C) Zona glomerulosa: A zona glomerulosa do córtex adrenal é responsável pela produção de mineralocorticoides, como a aldosterona.
- Função da aldosterona: A aldosterona regula o equilíbrio de sódio e potássio nos rins, ajudando a controlar a pressão arterial e o volume de fluidos corporais.
9) Identificação de Hormônios por Suas Funções
A) Insulina
- Descrição: Inibe a lipólise em tecido adiposo (impede a quebra de gorduras), é anabólica (promove o armazenamento de nutrientes) e tem efeito hipoglicemiante (reduz os níveis de glicose no sangue).
B) Glucagon
- Descrição: Hormônio hiperglicemiante (aumenta os níveis de glicose no sangue) e promove glicogenólise (quebra de glicogênio em glicose para aumento imediato da glicose sanguínea).
C) Hormônio do Crescimento (GH)
- Descrição: Estimula a síntese hepática de IGF-1 (fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1), que é importante para o crescimento celular e anabolismo.
D) Cortisol
- Descrição: Em altas concentrações, o cortisol tem efeitos anti-inflamatórios, reduzindo a resposta do sistema imunológico e a inflamação.
10) Afirmativas sobre a Regulação da Calcemia (V ou F)
- (V) O paratormônio (PTH) aumenta os níveis de cálcio no sangue ao promover a reabsorção de cálcio nos ossos e nos rins. (Verdadeiro: O PTH atua estimulando a liberação de cálcio dos ossos e aumentando a reabsorção renal de cálcio, elevando assim os níveis sanguíneos de cálcio.)
- (V) A deficiência de vitamina D pode levar a uma diminuição na absorção de cálcio no intestino, resultando em hipocalcemia. (Verdadeiro: A vitamina D é necessária para a absorção intestinal de cálcio. Sua deficiência pode levar a níveis baixos de cálcio no sangue (hipocalcemia).)
- (F) A calcitonina, produzida pela glândula tireoide, aumenta os níveis de cálcio no sangue ao promover a reabsorção óssea. (Falso: A calcitonina reduz os níveis de cálcio no sangue ao inibir a reabsorção óssea e promover a excreção renal de cálcio.)
- (V) A vitamina D ativa (calcitriol) e o paratormônio (PTH) trabalham juntos para aumentar os níveis de cálcio no sangue. (Verdadeiro: Tanto o calcitriol (forma ativa da vitamina D) quanto o PTH atuam sinergicamente para aumentar os níveis de cálcio no sangue.)
- (V) A deficiência de vitamina D está associada a doenças como raquitismo em crianças, osteomalácia em adultos e pode contribuir para a osteoporose. (Verdadeiro: A deficiência de vitamina D pode causar raquitismo em crianças (alterações ósseas), osteomalácia em adultos (ossos fracos) e contribuir para a osteoporose (perda de massa óssea).)
11) Afirmativas sobre Diabetes (V ou F)
- (V) Diabetes Tipo 2 é caracterizado por uma resistência das células-alvo à insulina. (Verdadeiro: No Diabetes Tipo 2, as células têm resistência à ação da insulina, o que leva a níveis elevados de glicose no sangue.)
- (F) Diabetes tipo 1 é independente de insulina, normalmente se inicia na infância e adolescência. (Falso: Diabetes Tipo 1 é caracterizado pela destruição das células beta pancreáticas que produzem insulina, resultando em dependência de insulina. Normalmente começa na infância ou adolescência.)
- (F) No Diabetes Tipo 2 os níveis de insulina no plasma são normais ou elevados. (Falso: Nos estágios iniciais do Diabetes Tipo 2, os níveis de insulina no plasma podem estar elevados devido à resistência à insulina. Com a progressão da doença, os níveis de insulina podem diminuir.)
- (V) A glicotoxicidade se refere ao dano causado aos tecidos pelo excesso crônico de glicose no sangue e está associada às complicações do diabetes mellitus, incluindo neuropatia, nefropatia e retinopatia. (Verdadeiro: A glicotoxicidade é um termo que descreve os danos celulares e teciduais causados pelo aumento crônico da glicose no sangue, contribuindo para complicações como neuropatia, nefropatia e retinopatia.)
12) Doença de Hashimoto
Resposta correta:
- (B) É caracterizada pela presença de anticorpos contra a tireoglobulina e a peroxidase tireoidiana, resulta em hipotireoidismo.
13) Acromegalia e Gigantismo
Resposta correta:
- (B) Excesso de produção de hormônio do crescimento (GH) antes do fechamento das placas de crescimento ósseo / Crescimento excessivo dos ossos e tecidos moles após o fechamento das placas epifisárias / Aumento do tamanho das mãos e pés.
14) Atividade Elétrica do Trato Gastrointestinal (V ou F)
- (V) As funções secretórias e de motilidade do sistema gastrointestinal dependem da atividade do plexo submucoso (localizado na camada submucosa), e do plexo mioentérico (localizado na camada muscular externa), respectivamente. (Verdadeiro)
- (F) A fase oral ou voluntária ocorre quando a língua separa parte do bolo alimentar e o comprime contra o palato duro, forçando o bolo alimentar contra a faringe, onde estímulos tácteis iniciam o reflexo da deglutição. (Falso: Esta descrição é da fase faríngea, que é involuntária. A fase oral é a mastigação e o movimento inicial da língua.)
- (F) O Complexo Mioelétrico Migratório define-se como surtos de atividade elétrica e contrátil intensas verificadas durante o período de jejum com a finalidade de retirar secreções gástrica e pancreática, bactérias e células provenientes de descamação, preparando o intestino para a próxima refeição. (Falso: Embora a descrição do Complexo Mioelétrico Migratório seja amplamente correta, a afirmação é marcada como falsa no documento original, talvez por uma nuance específica ou incompletude da definição.)
- (V) O aumento da peristalse, assim como o aumento da atividade secretória do TGI está relacionada com a ativação das fibras simpáticas. Por outro lado, a atividade secretória é inibida, em geral, quando ocorre estimulação das fibras parassimpáticas. (Verdadeiro: Esta afirmação, conforme marcada no documento original, apresenta uma visão simplificada ou potencialmente incorreta da regulação autonômica do TGI, onde o sistema simpático geralmente inibe e o parassimpático estimula a peristalse e secreção.)
15) Fases da Digestão e Hormônios (V ou F)
- I. Verdadeiro: A fase mecânica da digestão ocorre na boca, onde a mastigação fragmenta os alimentos para facilitar a digestão enzimática posterior.
- II. Verdadeiro: Durante a fase enzimática da digestão, hormônios como gastrina (estômago), secretina (pâncreas) e CCK (vesícula biliar) regulam a secreção de sucos digestivos.
- III. Verdadeiro: Grelina e leptina são hormônios que regulam a fome e saciedade, influenciando indiretamente a eficácia da digestão mecânica e enzimática.