Fisiologia Vegetal: Absorção, Condução e Hormônios

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Absorção

  • Ocorre na região dos pelos absorventes das raízes.
  • A água e os sais minerais podem atingir o cilindro central de duas formas:
    • Atravessam o citoplasma das células do córtex da raiz.
    • Passam por entre as paredes celulares e não atravessam o citoplasma das células.
  • Em ambos os casos, a água e os sais minerais têm que atravessar o citoplasma na endoderme (estrias de Caspary).
  • No cilindro central, os sais minerais são transferidos por processo ativo para dentro do xilema.
  • A água é transferida por osmose, formando a seiva bruta.

Macronutrientes

Necessários em grandes quantidades.

  • Ex.: Nitrogênio, potássio, fósforo, cálcio, enxofre, magnésio.

Micronutrientes

Necessários em menores quantidades.

  • Ex.: Ferro, manganês, boro, zinco, cobre, molibdênio, cloro.

Condução da Seiva Bruta

Duas teorias:

  • Pressão Positiva (impulso da raiz)
  • Coesão-Tensão

Pressão Positiva

  • Transporte ativo de sais minerais para o interior do xilema da raiz.
  • Aumento da concentração osmótica em relação à solução aquosa do solo.
  • Há entrada de água pela raiz que impulsiona a seiva bruta para cima.
  • Restrito a plantas de pequeno porte.
  • Plantas de solos ricos em água e umidade do ar elevada.
  • O excesso de seiva sai em forma de gotas: hidatódios – estômatos que perderam capacidade de abertura e fechamento do ostíolo.
  • Gutação: Ocorre quando a transpiração é lenta ou ausente, principalmente à noite.
  • Ocorre em morangueiros.

Coesão-Tensão

  • Formulada pelo botânico Henry DixonTeoria de Dixon.
  • A perda de água por transpiração nas folhas atua como uma forma de sucção da água.
  • As células tendem a absorver a água do xilema por osmose.
  • A água passa do xilema para as células do clorênquima das folhas.
  • As moléculas de água ficam coesas e são puxadas sob tensão.
  • Forma-se uma coluna contínua de água no interior do xilema, desde as raízes até as folhas.
  • A absorção e a condução da água estão relacionadas à transpiração.

Condução da Seiva Elaborada

  • Rica em açúcares produzidos pela fotossíntese.
  • Conduzida das folhas para a planta pelos elementos crivados do floema.
  • Em dicotiledôneas e gimnospermas, o floema localiza-se na casca do caule e o xilema está mais interno.
  • Se retirar um anel completo da casca de um tronco (anel de Malpighi), a casca acima acumula seiva elaborada.
  • As folhas continuam a receber seiva bruta.
  • As raízes e demais partes abaixo do corte não irão receber a seiva elaborada.
  • Por falta de nutrição, a planta morrerá.

Translocação

  • Condução da seiva elaborada.
  • Termo proposto pelo botânico Ernst Münch (1927) – Teoria do Fluxo em Massa (Teoria do Fluxo por Pressão, Teoria do Equilíbrio Osmótico).
  • Segundo a teoria: a seiva elaborada se move pelo floema por gradiente decrescente de concentração.
  • Local onde a seiva elaborada é produzida, a concentração é alta.
  • Local onde a seiva elaborada é consumida, a concentração é baixa.
  • A hipótese do fluxo em massa pode ser provada pelo experimento:
    • Balões de membranas semipermeáveis acoplados.
    • Balão A: folha produtora de açúcar; tubo em U: floema; Balão B: raiz que consome o açúcar.

Transpiração

  • Perda de água sob a forma de vapor.
  • Folha: principal órgão envolvido.

Transpiração Cuticular

  • Ocorre pela cutícula.
  • Menos intensa, independe do controle do organismo.

Transpiração Estomática

  • Ocorre pelos estômatos.
  • Principal mecanismo de perda de água.
  • Depende do controle do organismo.

Abertura e Fechamento dos Estômatos

  • Controlados por vários fatores, principalmente pela água.
  • Suprimento adequado de água: células túrgidas, com ostíolo aberto.
  • Suprimento insuficiente: células perdem o turgor e fecham o ostíolo.

Fotossíntese e Respiração

  • Alimentos produzidos pela fotossíntese são utilizados pela própria planta para suas funções vitais.
  • A liberação da energia é feita pela respiração.
  • O equilíbrio entre estes processos depende da nutrição e desenvolvimento da planta.
  • Fotossíntese depende da luz.
  • Respiração independe da luz.

Ponto de Compensação

  • É a intensidade luminosa na qual a taxa de fotossíntese se iguala à da respiração.
  • Nessa intensidade de luz, todo o oxigênio produzido pela fotossíntese é consumido pela respiração.
  • Todo o gás carbônico produzido pela respiração é consumido na fotossíntese.
  • O valor do ponto de compensação (PC) varia conforme as espécies:
    • Heliófilas (plantas de sol): necessitam de muita luz, com PC elevado.
    • Umbrófilas (plantas de sombra): precisam de pouca luz, com PC baixo.

Hormônios Vegetais

  • Fitormônios.
  • Atuam sobre o crescimento e o desenvolvimento da planta.
  • Auxinas, giberelinas, ácido abscísico e etileno.

Auxinas

  • Naturais: produzidas pela planta.
  • Sintéticas.
  • AIA (ácido indolacético): principal auxina natural.
  • Produzido no ápice caulinar, em folhas jovens e em sementes em desenvolvimento.

Efeitos

  • Crescimento do caule e da raiz: alongamento das células (não sua divisão).
  • Concentrações baixas são suficientes para estimular o crescimento da raiz, mas não do caule.
  • Concentrações elevadas de auxina estimulam o crescimento do caule.
  • Tropismos: as auxinas controlam os tropismos (movimentos orientados por estímulos).
    • Estímulos: luz (fototropismo), gravidade (gravitropismo ou geotropismo).
  • Dominância apical: auxinas produzidas pelo meristema apical do caule inibem a atividade das gemas axilares mais próximas do ápice.
  • Ao retirar a gema apical, as gemas axilares saem da dormência e originam ramos laterais.
  • Poda das plantas.
  • Produção de raízes adventícias: auxinas fazem com que células se desdiferenciem, voltando a exercer atividade meristemática e formando raízes adventícias.
  • Formação de frutos: o desenvolvimento das sementes produz grande quantidade de auxinas, que estimulam o ovário a formar o fruto.
  • Aplicadas em ovários que não fecundaram: partenocarpia.
  • Abscisão (amputação, separação, poda natural): em folhas mais velhas, a concentração de auxina é inferior à do caule, formando uma camada de abscisão no ponto de inserção do pecíolo, o que leva à queda da folha.

Efeitos da Luz no Desenvolvimento das Plantas

Principais efeitos: germinação das sementes, estiolamento, desenvolvimento normal e floração.

Fitocromo

  • Efeitos morfogenéticos relacionados à captação da luz pelo fitocromo (pigmento).
  • Duas formas: fitocromo R e fitocromo F.
  • Fitocromo R: converte-se em fitocromo F ao absorver a luz vermelha (660 nm - vermelho curto).
  • Fitocromo F desencadeia respostas fisiológicas.
  • Fitocromo F, ao absorver a luz vermelha (760 nm - vermelho longo) ou se ficar no escuro, converte-se em fitocromo R.
  • Dia: plantas recebem tanto o vermelho curto quanto o vermelho longo.
  • Noite: fitocromo F se converte em fitocromo R.

Luz e Germinação das Sementes: Fotoblastismo

  • Fotoblastismo: efeito da luz sobre a germinação das sementes.
  • Algumas sementes só germinam quando estimuladas pela luz.
  • Ex.: Alface, bétula, estévia – fotoblásticas positivas.
  • Outras têm a germinação inibida pela luz.
  • Ex.: Melancia – fotoblásticas negativas.
  • Na luz, o fitocromo F acumula-se nas sementes, o que induz a germinação das fotoblásticas positivas e inibe a das fotoblásticas negativas.

Luz e Estiolamento

  • Estiolamento:
  • Causado pela ausência de clorofila.
  • Apresenta cor branco-amarelada, folhas pequenas, caule muito mais longo do que o normal e ápice caulinar em forma de gancho. Isso protege os primórdios foliares e o meristema apical contra o atrito com o solo.

Luz e Floração: Fotoperiodismo

  • Fotoperiodismo: respostas biológicas à duração do dia e da noite (varia ao longo das estações do ano).
  • As plantas percebem a alteração devido ao fitocromo (a floração é afetada).
  • É a duração da noite que determina a floração.

Classificação

  • Plantas neutras: florescem independentemente do comprimento da noite.
  • Ex.: Tomate, feijão, milho.
  • Plantas de dias curtos: florescem quando submetidas a um período de escuro igual ou maior que o fotoperíodo crítico.
  • Ex.: Morango, crisântemo, prímula.
  • Plantas de dias longos: florescem quando submetidas a períodos de escuro inferiores ao fotoperíodo crítico.
  • Ex.: Espinafre, alface, trigo, cevada.
  • Fitocromos localizados nas folhas participam da floração.
  • Parecem desencadear a síntese de certos hormônios que migram das folhas até a gema – os florígenos (hormônios da floração).

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