Fisiopatologia da Dor: Nocicepção e Mecanismos

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Fisiopatologia da Dor

Definição de Dor

Dor é uma experiência emocional, com sensação desagradável, associada à lesão tecidual.

Nocicepção

Nocicepção é a percepção da noxa ou estímulo nocivo, estímulo que provoca a dor. Quando percebemos esse estímulo nocivo, temos a nocicepção.

A dor seria a sensação, a percepção de uma sensação desagradável. Sentimos a dor no córtex somestésico, como toda sensação. A percepção da dor ocorre lá no córtex.

Essa noxa, o estímulo, essa informação, chega até o córtex sensorial, que decodifica essa informação como uma sensação dolorosa.

A nocicepção se inicia no receptor, no tecido que vai sofrer a agressão. Lá, temos um receptor que vai ser estimulado pela noxa, dando início à nocicepção. Então, a nocicepção pode ser classificada como todo estímulo de intensidade suficiente para ameaçar o bem-estar dos tecidos.

O receptor de dor pode ser um mecanoceptor, termoceptor ou um quimioceptor.

Etapas da Nocicepção

Nocicepção – transmissão e reconhecimento de impulsos em resposta a um estímulo nocivo. Gera potencial de ação e manda para o sistema nervoso central. Houve um estímulo nocivo, que gerou a frequência de potenciais de ação no receptor. Houve a inibição desse potencial de ação e o reconhecimento do impulso pelo sistema nervoso central, e aí houve a sensação de dor.

Dor – forma como a sensação é experimentada.

O nociceptor é quem capta o estímulo, ele capta a noxa. Para a dor, não existe receptor de dor; a dor é a sensação que sentimos.

Diferença entre Nocicepção e Dor

Nocicepção – ocorre mesmo com o paciente inconsciente. A informação é enviada para o córtex, mas o indivíduo não vai sentir, não vai ter dor, porque está inconsciente. Não percebemos o que está acontecendo, nosso sistema nervoso está em outro estado. Então, o indivíduo pode ser estimulado, mas não vai ter a percepção dessa informação.

Dor – não é percebida se o paciente estiver inconsciente/anestesiado. O indivíduo inconsciente e anestesiado não vai ter dor.

Anestesia e Analgesia

Anestesia é a falta da sensação. Vai ter estímulo, vai estimular o receptor, mas o receptor não vai gerar potenciais de ação. O anestésico bloqueia os canais de sódio. Se bloqueia os canais de sódio, não vai gerar potencial de ação, não vai ter despolarização. Então, não vai ter dor, não vai ter a sensação dolorosa, mas temos nocicepção, porque há geração de potencial gerador, só que quando vai gerar o potencial de ação, ele é bloqueado.

Analgesia é a ausência de dor, não tem dor. Um analgésico impede a nocicepção e, consequentemente, a dor, porque analgésicos não narcóticos vão agir em nível de receptor. Eles agem no receptor e, se agem no receptor, impedem a estimulação desse receptor. Então, a nocicepção não ocorre e, se não ocorre, não sentimos dor.

Características da Sensação Dolorosa

  • Estado emotivo: aflição, rejeição, não aceitação da causa da dor, sofrimento.
  • Reações neurovegetativas:
    • Hipertensão: aumento da pressão arterial;
    • Taquipneia: aumento da frequência respiratória;
    • Sudorese;
    • Palidez;
    • Alterações respiratórias: taquipneia e hipopnéia;
    • Midríase: aumento do diâmetro da pupila;
    • Alterações gastrointestinais: vômitos e diarreias.
  • Resposta muscular esquelética: posição antialgésica. Temos uma resposta muscular esquelética específica da dor: a posição antialgésica.
  • Comportamento: isolamento, pouco sociável, reação violenta ou inadequada.
  • Vocalização: choro, lamento, gemido + Expressão facial.
  • Insônia: + SARA → alerta – vigília. A sensação de dor provoca insônia, porque estimula o SARA, e o SARA, através das suas vias, provoca vigília e alerta.

Nociceptores

Nociceptores são receptores capazes de captar um estímulo intenso, chamado de noxa ou estímulo nocivo. Temos nociceptores mecânicos, químicos e térmicos.

Eles vão ser estimulados dependendo da noxa, do estímulo nocivo. Temos vários tipos de estímulos nocivos; os mais frequentes são a isquemia, que é a diminuição da quantidade de sangue no tecido (um barbante no dedo fica branco porque falta sangue, depois fica preto e depois cai, porque vai morrer, necrosar; isquemia é quando fica branco por falta de sangue, diminui a quantidade de sangue). Então, se diminui a quantidade de sangue no tecido, essa diminuição vai levar a uma diminuição do pH. O pH nesse tecido vai estar diminuído, e, com o pH do tecido diminuído, o limiar de estabilidade desse tecido vai estar menor. Então, esse tecido vai ser estimulado mais facilmente, mais rápido; o limiar é baixo, então qualquer estímulo um pouco mais intenso já vai estimular os quimioceptores.

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