Fisiopatologia de Fraturas e Alterações Posturais

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1. Quais são os fatores etiológicos ou predisponentes das fraturas?

• Traumas diretos (quedas, acidentes, pancadas)
• Fragilidade óssea por doenças como a osteoporose
• Movimentos repetitivos (fraturas por estresse ou fadiga)
• Doenças metabólicas (osteomalácia, osteogénese imperfeita)
• Tumores ósseos (metástases que fragilizam a estrutura)
• Alterações posturais graves (ex: escoliose com deformidades)
• Cirurgias ou tratamentos que afetam a absorção de cálcio e vitamina D.
• Fatores genéticos, histórico familiar de fraturas

2. Quais são as 4 etapas da reparação de fraturas?
Formação do hematoma
• Rutura de vasos sanguíneos → coágulo no local da fratura.
• Necrose das células ósseas locais
Fase inflamatória.
• Neovascularização (novos vasos sanguíneos)
• Infiltração de fibroblastos
• Formação de tecido de granulação e início do calo ósseo
Fase reparativa
Formação do calo ósseo primário (composto por cartilagem e osso imaturo).
• Início da consolidação óssea
Fase de remodelamento.
• Substituição do calo por osso lamelar
• Reconstituição do córtex ósseo e alinhamento anatómico
• Ação de osteoblastos e osteoclastos

3. Como as fraturas podem ser classificadas? Descreve os subtipos.

• Localização: proximal, diafisária, distal

Tipo:
Fechada: sem exposição óssea externa.
Aberta: há comunicação com o meio externo (risco de infeção)

Grau:
Parcial (incompleta).
Completa (com separação total das partes ósseas)

• Mecanismo:
Traumática (impacto súbito).
Fadiga/estresse (uso repetitivo).
Patológica (osso previamente enfraquecido por doença)

• Direção da linha de fratura:
Transversal, oblíqua, espiral, cominutiva (em vários fragmentos)

4. Qual a importância de conhecer a fisiopatologia das fraturas para os fisioterapeutas? Dê 3 exemplos.

Importância: Saber a fisiopatologia permite ao fisioterapeuta:

• Compreender o estado de cicatrização óssea

• Adaptar o plano terapêutico às fases de recuperação

• Evitar recaídas ou fraturas adicionais por cargas indevidas

Exemplos:
1. Evitar carga excessiva no membro antes do final da fase de remodelamento
2. Saber o momento ideal para iniciar exercícios de mobilidade e fortalecimento
3. Planeamento adequado da fisioterapia respiratória em fraturas torácicas


5. O que é uma luxação, contusão, laceração, distensão muscular e hematoma?
• Luxação: perda da relação anatómica entre as superfícies articulares de um osso e outro. Ex: ombro deslocado.
• Contusão: lesão por pancada que não rompe a pele, com hemorragia interna (equimose).
• Laceração: rutura da pele com perda de continuidade (pode ser superficial ou profunda).
• Distensão muscular: estiramento ou rotura parcial de fibras musculares, geralmente por esforço ou alongamento excessivo.
• Hematoma: acúmulo de sangue em tecidos moles devido à rutura de vasos, podendo ser visível como inchaço e descoloração.

6. O que é postura?
• Postura é a disposição relativa do corpo ou das suas partes num dado momento, refletindo o alinhamento das articulações.
• Idealmente, é a posição que minimiza o esforço muscular e o stress articular.

7. Quais são os fatores que afetam a postura?
• Externos:
• Posições prolongadas (ex: má ergonomia).
• Maus hábitos posturais.
• Dor ou compensações
• Doenças respiratórias
• Internos/Anatómicos:
• Laxidão ligamentar.
• Alterações ósseas (curvaturas).
• Tensão/fraqueza muscular.
• Alterações neuromusculares
• Assimetrias (ex: dismetria dos membros inferior)

8. O que é escoliose?
Definição:
• Desvio lateral da coluna vertebral no plano frontal, podendo envolver rotação vertebral.
Tipos:
Estrutural:
Idiopática (mais comum).
Infantil (0–3 anos).
Juvenil (4–9 anos).
Adolescente (≥10 anos)
• Congénita (malformação vertebral)
Neuromuscular (ex: paralisia cerebral)
Postural:
Resultante de assimetrias como diferença no comprimento das pernas ou espasmos musculares
Mais comum:
• Escoliose idiopática adolescente
• Mais frequente em meninas
• Atinge principalmente as vértebras torácicas.
Tratamento:
• Até 20º: tratamento conservador (fisioterapia e vigilância)
• De 20º a 40º: colete ortopédico
• Acima de 40º–50º: cirurgia (fusão das vértebras afetadas)

9. O fisioterapeuta pode atuar nas alterações posturais, especialmente na escoliose?
Sim, é fundamental. A atuação inclui:
• Avaliação postural detalhada
• Educação postural e ergonomia
• Prescrição de exercícios de correção e fortalecimento.
• Alongamentos específicos para músculos encurtados
• Apoio na adaptação ao colete ortopédico
• Acompanhamento do crescimento e evolução da curva
• Em casos pós-cirúrgicos, auxílio na reabilitação

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