Fisioterapia: Reabilitação Hospitalar e Pós-Cirúrgica
Classificado em Desporto e Educação Física
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Objetivos Gerais da Fisioterapia Hospitalar
- Prevenir os efeitos deletérios do repouso prolongado
- Estimular o retorno mais breve às AVDs (Atividades de Vida Diária)
- Manter a capacidade funcional
- Devolver a confiança ao paciente
- Reduzir o impacto psicológico, como ansiedade e depressão
- Reduzir complicações pulmonares
- Aumentar a oportunidade da alta precoce
- Promover as bases de um programa domiciliar
Consequências do Internamento Prolongado
- Úlceras de pressão
- Atrofia muscular
- Tromboflebites
- Perda de densidade mineral óssea
- Pneumonia
- Perda de independência
- Confusão
- Depressão
- Ansiedade
Tipos de Fisioterapia
Fisioterapia em Internamento Médico
- Pediatria
- Doenças respiratórias
- Cardíacas
- Neurologia
- Oncologia/Cuidados paliativos
- Queimados
Fisioterapia em Internamento Cirúrgico (Ortopedia)
- Ligamentoplastia
- Meniscectomia
- Laminiectomia/Discectomia (coluna vertebral)
- Prótese total da anca
- Conflito femuro-acetabular
- Prótese total do joelho
- Rutura da coifa dos rotadores
- Prótese total do ombro
- Amputação
Objetivos da Fisioterapia Pós-Cirúrgica
- Diminuir a dor
- Aumentar/restaurar a ADM (Amplitude de Movimento)
- Aumentar a força muscular
- Prevenir/reduzir o edema
- Melhorar a coordenação e o equilíbrio
- Aumentar a mobilidade funcional (no leito, transferências, deambulação)
- Assegurar uma transição eficaz (segurança/independência) para casa
- Prevenir o declínio funcional/sequelas da inatividade física
PRÓTESE TOTAL DA ANCA (PTA)
Causas:
- Agudas: fratura do fémur
- Crónicas: coxartrose
Manifestações Clínicas:
- Dor: limita as AVDs ou impede o descanso
- Rigidez: capacidade de mobilizar o membro diminuída
- Encurtamento do membro inferior
- Claudicação
Componentes:
- Haste femoral
- Cabeça femoral
- Cúpula acetabular
Materiais:
- Metal: titânio (mais usado na haste femoral)
- Cerâmica
Fixação:
- Cimentada: revestimento com cimento
- Não Cimentada: revestimento feito à custa do crescimento ósseo (fixação biológica)
É comum associar uma haste femoral cimentada (maior resistência) ao acetábulo não cimentado (mais duradouro).
Processo de Recuperação Rápido:
- Levante e carga parcial sobre o membro operado no 1º dia pós-cirúrgico
- Alta hospitalar ao 3º dia
- Pontos retirados após 15 dias
- 4 semanas: retira 1 canadiana; 6 semanas: nenhum auxiliar de marcha
Tempo de Vida da Prótese
Superior a 20 anos. Depende de:
- Idade
- IMC (Índice de Massa Corporal)
- Nível de atividade física
- Diâmetro da cabeça femoral protética
Complicações:
- Luxação da prótese da anca (proibido flexão acima de 90º, ultrapassar a linha média, nomeadamente na rotação)
- Infeção
- Reação alérgica
- Revisão: cirurgia de revisão para substituição parcial ou total da prótese por instabilidade, desgaste ou quebra.
Fisioterapia Pré-operatória:
- Alívio da dor
- Fortalecimento dos músculos que darão suporte à prótese
- Diminuição dos níveis de ansiedade
- Aumento da autoconfiança
- Diminuição do tempo de internamento
- Prevenção de complicações pós-operatórias (cicatrização, edema, TVP, quedas).
Precauções Pós-PTA:
- Não levar o joelho ao peito
- Não cruzar as pernas
- Cadeiras mais elevadas
- Assento elevado para sanita
- Não dormir para o lado da prótese
- Colocar uma almofada entre os joelhos (ao dormir)
- TVP (Trombose Venosa Profunda): meias de descanso
- Abordagem anterior: evitar rotação lateral da anca superior a 50 graus
- Abordagem posterior: sem flexão da anca para além de 90 graus; nenhuma rotação interna ou adução da anca para além da linha média
Aconselhamento
Preparação para o Regresso a Casa:
- Retirar o mobiliário, tapetes ou fios que dificultem uma passagem segura
- Organizar utensílios de uso diário de forma que estejam num local de fácil alcance
- Adquirir as ajudas técnicas de que irá necessitar (canadianas, elevação do vaso sanitário, almofada alta e firme para posicionamento, pinças para alcançar objetos, calçadeira ou pega de apoio / cadeira de chuveiro)
- Utilizar corretamente as ajudas técnicas
FASE | SEMANAS | DESCRIÇÃO |
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1ª Fase | 0-2 semanas (3 dias) Dia de cirurgia e internamento | Inclui tratamentos iniciados no internamento Treino de marcha Proteção de carga no membro operado Gelo local Exercícios isométricos, cinéticos: movimentos pendulares laterais e circulares, mobilização do pé, tornozelo e joelho Movimentos de flexão e abdução da anca |
2ª Fase | 3-6 semanas (4º dia) 6 semanas | Treino de marcha com carga progressiva (no final retirar canadianas) Tratamento local para edema, dor e inflamação Treino de reforço muscular e alongamentos lombares e pélvicos, glúteos, quadríceps e isquiotibiais Treino proprioceptivo Pode ser iniciada piscina e bicicleta com assento elevado |
FASE | SEMANAS | DESCRIÇÃO |
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3ª FASE | 6-12 semanas | Marcha normal Bicicleta, piscina e ginásio sem exercícios de impacto Melhorar a proprioceção e reforço muscular |
4ª FASE | + 3 meses | Reintrodução da prática desportiva Reinício da atividade laboral de acordo com o programa e a exigência profissional |
PRÓTESE TOTAL DE JOELHO (PTJ)
Causas:
- Osteoartrose
- Inflamação e edema crónico que não melhoram com repouso ou medicação
- Dor que não melhora com outros tratamentos
Manifestações Clínicas:
- Dor: limita as AVDs ou impede o descanso
- Rigidez: diminuição da capacidade de mobilizar o membro
- Deformidade: varismo
- Claudicação
Componentes:
- Femoral
- Tibial
- Patelar
Materiais:
- Metálico
- Polietileno (superfície dos componentes metálicos)
Tipos:
- Total
- Parcial (unicompartimental e multicompartimental)
Tempo de Vida da Prótese
15 a 20 anos.
Depende de:
- Idade
- IMC (Índice de Massa Corporal)
- Nível de atividade física
Complicações:
- Infeção
- Reação alérgica
- Dor persistente
- Lesão neurovascular
- Instabilidade
Fisioterapia:
Fisioterapia Pré-cirúrgica
- Segurança doméstica
- Exercícios de força muscular (FM) pré-cirúrgicos
- Expectativas de dor e processo pós-cirúrgico
FASE 1 | |
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X | Segurança com mobilização, transferências e AVDs Controlar edema e sinais inflamatórios (gelo e elevação) Uso de compressão conforme indicado pelo médico Prevenção de encurtamento da cadeia posterior do MI Proibido almofadas debaixo do joelho (se assim quiser, deve usar uma ainda maior na zona do tendão de Aquiles) ou usar uma toalha não enrolada, mas dobrada debaixo do joelho e manter a do tendão de Aquiles. Deitado de lado também não, pois vai estar em flexão! |
1 | 5º a 90º de ADM Ativa-assistida Mobilização passiva em conforto (45º; Decúbito Dorsal) “Bombas” de tornozelo Deslizamento de calcâneo FM isométrico do Quadríceps (QT), Glúteo Médio (GM) 1º ensaio de marcha e de levantar/sentar Posicionamento (Cadeia Posterior + Tendão de Aquiles) |
FASE 1 | |
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2 | 5º a 90º de ADM Ativa-assistida Massagem (cadeia posterior e peripatelar) Mobilização passiva em conforto (Decúbito Dorsal) Mobilização da rótula Exercícios de FM do Quadríceps (QT): isometria e contra a gravidade com arco de movimento final Exercícios de FM: Glúteo Médio (GM); Isquiotibiais (IT) Alongamento da cadeia posterior Treino de marcha Crioterapia |
3 |
Objetivos:
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FASE 2 | |
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0-3 SEMANAS | Cicatrização adequada ADM ativa (5-100 graus) Alteração mínima de marcha com auxílio de marcha Treino de marcha com carga progressiva (no final retirar canadianas) Edema mínimo da articulação EENM (Eletroestimulação Neuromuscular) para Quadríceps (QT) Massagem da cicatriz Mobilização do Joelho (Decúbito Ventral) Treino proprioceptivo (mais estabilidade, mais mobilidade) Cicloergómetro (extensão) Critérios:
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4-6 SEMANAS | ADM ativa progressiva 0-110º (Decúbito Ventral) Cicloergómetro (flexão) Fortalecimento muscular (iniciar resistência externa e exercícios excêntricos sem resistência) Melhorar a proprioceção Treino de marcha com carga progressiva (no final retirar canadiana). Treino de subir/descer escadas sem limitações. Critérios:
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FASE 3 | |
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4-6 SEMANAS; 6-12 SEMANAS |
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FASE 4 | |
7-9 SEMANAS + 3 MESES |
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FASE 5 | |
+ 3 MESES |
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PRÓTESE INVERTIDA DO OMBRO (PIO)
Indicações:
- Osteoartrose grave do ombro
- Fraturas complexas
- Artrite reumatoide avançada
- Necrose avascular da cabeça do úmero
Tipos de Prótese de Ombro:
- Prótese total: substituição da cabeça umeral e da cavidade glenoide
- Prótese parcial: substituição apenas da cabeça umeral, mantendo a cavidade glenoide intacta
- Prótese total invertida: utilizada quando existe lesão avançada
Prótese Total Invertida do Ombro:
O desenho desta prótese inverte as superfícies convexa e côncava da articulação glenoumeral.
Otimiza o efeito de alavanca do músculo deltoide através da medialização do centro de rotação e do distanciamento do úmero relativamente ao acrómio.
Complicações:
Ocorrem em 50-68% dos pacientes:
- Instabilidade
- Notching escapular
- Rutura da coifa dos rotadores
- Fratura periprotésica
- Lesão do nervo axilar
- Formação de hematoma
- Lesão do músculo deltoide
- Trombose venosa profunda
Precauções:
- A prótese não deve ser aplicada nos doentes que mantêm boa relação articular úmero/cavidade glenoide e apresentem a coifa dos rotadores sem lesão
- A realização da prótese está contraindicada nos casos em que existe marcada atrofia do músculo deltoide
- Nos doentes com menos de 65 anos, esta cirurgia deve ser equacionada, porque os resultados e complicações a longo prazo são conhecidos.
Resultados Expectáveis:
- Flexão: 100-140º
- Abdução: 100-140º
- Rotação externa ativa: 15-30º
- Rotação interna: 65-90º
Instrumentos de Medida:
- UCLA Shoulder Score
- Constant-Murley Score
- Escala DASH
- ASES
- OSS
Protocolo de Reabilitação:
Pontos Chave:
- Prevenção de luxação da prótese:
- Evitar movimentos laxantes nas primeiras 12 semanas (extensão além da posição neutra combinada com rotação interna e adução)
- Promoção da função do deltoide
- Consciencialização das expectativas, tendo em conta que não serão atingidas as amplitudes normais.
FASE | 1 (0-4 SEMANAS) |
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OBJETIVOS | Objetivos:
Imobilização:
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TRATAMENTO |
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Deverá ser iniciado fortalecimento muscular do membro superior operado (2ª semana) com:
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CRITÉRIOS |
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FASE | 2 (4-6 SEMANAS) |
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OBJETIVOS |
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TRATAMENTO |
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CRITÉRIOS |
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FASE | 3 (6-12 SEMANAS) |
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OBJETIVOS |
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TRATAMENTO |
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CRITÉRIOS |
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FASE | 4 (+ 12 SEMANAS) |
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OBJETIVOS |
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TRATAMENTO |
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Amputação
Remoção, geralmente cirúrgica, total ou parcial de um membro do corpo.
- Urgência: o seu principal objetivo é eliminar o perigo de perda de vida do paciente, e é indicada em casos graves (neoplasias, traumas, sepse).
- Eletiva: o seu principal objetivo é melhorar as condições de vida do paciente, uma vez que o mesmo poderá ter, por exemplo, sequelas ou processos mórbidos.
Etiologia:
Membros Superiores:
- Traumáticas
- Tumores
- Congénitas
Membros Inferiores:
- Traumáticas: queimaduras, utilização indevida de armas de fogo, descarga elétrica, acidentes de trabalho
- Tumores: radioterapia, quimioterapia
- Congénitas: malformações
- Vasculares: comum em pacientes idosos
- Infeciosa
- Diabetes
- Criança: ausência de um dos membros, alterações congénitas
- Adulto: trauma, acidentes
- Idoso: diabetes, gangrena
Níveis de Amputação - Membro Superior:
- Interescapular torácica: retirado todo o ombro
- Desarticulação do ombro
- Transumeral: abaixo do ombro
- Desarticulação do cotovelo
- Transradial: abaixo do cotovelo
- Desarticulação do punho
- Transmetacárpica: remoção da mão ou dedos
DESARTICULAÇÃO DA ANCA |
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AMPUTAÇÃO TRANSFEMORAL |
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DESARTICULAÇÃO DO JOELHO |
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AMPUTAÇÃO TRANSTIBIAL |
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AMPUTAÇÃO DE SYME |
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LISFRANC |
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CHOPART |
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TRANSMETATÁRSICA |
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METATARSO-FALÂNGICA |
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INTERFALÂNGICA PARCIAL |
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AMPUTAÇÃO DE PIROGOFF |
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Vantagens da Amputação:
- Possível haver uma marcha mais funcional e com menor gasto energético
- Preservação da articulação do joelho
- Maior facilidade na colocação e remoção da prótese
- Coto: a probabilidade de sofrer uma deformidade em flexão do joelho aumenta quanto mais proximal for a amputação (poderá comprometer a colocação da prótese)
Coto de Amputação:
- Membro residual de amputação
- É responsável pelo correto posicionamento da prótese
- Bem almofadado: sem proeminências ósseas
- Bom estado de pele: sem existência de Úlceras de Pressão (UP), boa sensibilidade do coto e sem enxertos de pele
- Boa cicatrização: venosa e arterial, a fim de evitar estase venosa e isquemia
- Ausência de edema significativo
- Boa cicatrização: as cicatrizes devem ser regulares, sem aderências, retrações nem hipertrofismo.
- Nível adequado: a altura do coto não é sinónimo de eficiência.
Consequências da Amputação - Dor Fantasma:
- Surge em até 97% das amputações
- O paciente refere experienciar uma sensação desagradável no membro que foi removido e geralmente a nível distal (dedos e pés)
- Fenómeno psicológico, físico e social
Distúrbios Circulatórios / Necrose:
- Grau e extensão variáveis, depende da dimensão do comprometimento vascular que se encontra lesado
- Pode ser responsável por nova amputação (nível superior)
- Em doentes com necrose, o risco de morte pós-cirúrgica é superior
Neuroma:
- Consiste numa regeneração dos axónios que ocorre de forma desorganizada, depois de existir uma lesão parcial ou total
- Constituído por tecido cicatricial
- Surge devido a hipóxia, pressão ou tensão
- Processo doloroso
Prevenção:
A colocação de uma ligadura numa fase inicial, no membro residual, tem benefícios:
- Auxilia na dessensibilização do coto
- Protege a pele
- Diminui a sensação de dor fantasma
- Drenagem do edema: evita desse modo a estase venosa devido à compressão que existe desde o sentido distal para proximal
Reabilitação Pós-Amputação:
Existem 3 fases:
1. Pós-Amputação
Deve ser realizado o mais breve possível. Objetivos:
- Diminuir a presença de edema e dor
- Diminuir a existência de tensão a nível muscular
- Reforço muscular ao nível do membro amputado
- Potenciar autonomia nas atividades de vida diária
- Prevenir complicações ao nível cardiopulmonar
2. Pré-Protetização
Objetivos:
- Alcançar o maior nível de funcionalidade
- Realizar a preparação do coto para a colocação da prótese
3. Pós-Protetização
- Início do treino de utilização da prótese
- Treino de marcha e de equilíbrio com a prótese
- Treino de manuseamento da prótese
Aspetos a considerar na colocação da prótese:
- Forma do coto: deve ser compatível com o uso da prótese
- Edema: caso esteja presente, torna difícil a colocação da prótese
- Integridade da pele
- Carga: o paciente deverá tolerar descarga ao nível distal do coto
- Dor: deve estar controlada
- Sutura: deve estar cicatrizada e preparada para receber a carga
Aspetos a considerar na utilização da prótese:
- O paciente deve aprender a realizar as AVDs com a prótese
- O paciente deverá ser capaz de assumir o ortostatismo com o mínimo apoio possível
- O membro contralateral deverá ter força suficiente para suporte de carga e assumir a posição ortostática (extensão coxofemoral/joelho e dorsiflexão)
- É importante perceber a rede de apoio familiar do paciente
Contraindicações ao uso da prótese:
- Doença arterial periférica necrótica
- No pé do lado não amputado
No caso do uso de prótese, a reabilitação só é dada como terminada quando o paciente consegue realizar as AVDs, recreativas e profissionais de forma independente.
Tipos de Prótese:
Cosméticas
- Não permitem movimento ativo.
Mecânicas
- Permitem movimento ativo do dispositivo terminal, pela transferência de força mecânica através dos tirantes, decorrente dos movimentos de elevação e depressão da cintura escapular.
Híbridas
- Permitem movimento ativo do dispositivo terminal, pela transferência de força mecânica através dos tirantes, decorrente dos movimentos de elevação e depressão da cintura escapular e também por um sistema elétrico.
Elétricas
- Permitem movimento ativo do dispositivo terminal exclusivamente por um sistema elétrico.
Biónicas
- Permitem movimento em várias direções e eixos, incluindo a rotação e movimento individual dos dedos.
Síndrome de Imobilidade
Alterações sistémicas ou segmentares, secundárias ao repouso prolongado.
Devido a:
- Doença neurológica
- Ortopédica
- Reumatológica
- Cardiopulmonar
- Neoplasia
- Demência
Tende a aparecer após 2 semanas de confinamento ao leito, com ausência de deambulação.
- Afeta principalmente o sistema musculoesquelético, gastrointestinal, urinário, cardiovascular, respiratório e cutâneo
- A intervenção do fisioterapeuta é necessária para prevenir/corrigir o agravamento dos problemas físicos e psicológicos.
Complicações da Síndrome de Imobilidade:
- Sistema tegumentar: Úlceras de Pressão (UP), escoriação, equimose, dermatite
- Sistema esquelético: osteoporose, artrose, fraturas
- Sistema muscular: atrofia, encurtamento, contraturas
- Sistema Respiratório: pneumonia, insuficiência respiratória
- Sistema cardiovascular: TVP (Trombose Venosa Profunda), embolia pulmonar, hipotensão postural, edema
- Sistema urinário/intestinal: ITU (Infeção do Trato Urinário), obstipação
- Sistema nervoso: depressão, demência, inversão do ritmo do sono
Sistema Tegumentar:
Úlceras de Pressão (UP)
- Resultam da compressão prolongada (mais de 2h) de uma área tecidual e consequente isquemia dos vasos.
Prevenção:
- Proteção das proeminências ósseas
- Posicionamento no leito
- Alternância de decúbito de 2 em 2 horas
- Colchão anti-escara
Sistema Esquelético:
- A falta de mobilidade desenvolve contraturas; a imobilidade prolongada desenvolve deformidades articulares que limitam a amplitude de movimento, podendo conduzir a estados de rigidez ou bloqueio da articulação (anquilose).
- Devem ser prevenidas com movimento das articulações e posicionamento no leito.
- A densidade mineral do osso é diretamente proporcional à carga exercida sobre ele, pelo que a imobilidade prolongada induz a sua diminuição.
- Pode ser prevenida pela exposição à carga.
Sistema Muscular:
- Depois da sétima década da vida, existe um processo de sarcopenia marcado.
- Com a imobilidade prolongada, esse processo é mais intenso e rápido, resultando em atrofia muscular mais severa.
- É prevenida com aumento da atividade muscular (contração, posicionamento).
Sistema Cardiovascular:
- A ausência do efeito de bomba da tibiotársica predispõe à estase venosa, com formação de edema.
- A prevenção é feita com mobilização frequente dos membros inferiores.
Sistema Respiratório:
- O reflexo de tosse, a expansibilidade torácica e a força dos músculos inspiratórios estão diminuídas, o que favorece a ocorrência de infeção respiratória.
- O quadro clínico caracteriza-se por confusão mental, desidratação, hipotensão.
- Pode não ser acompanhado por frequência respiratória aumentada e febre.
- A principal causa é a aspiração e a reabilitação respiratória é muito importante.
Abordagem Terapêutica na Síndrome de Imobilidade:
A abordagem terapêutica deve-se concentrar na minimização dos sintomas, na melhoria do bem-estar dos pacientes e no alívio de possíveis complicações.
Portanto, o tratamento é essencialmente de caráter paliativo.
Classificação da Imobilização:
- Repouso: 7 a 10 dias
- Imobilização: 12 a 15 dias
- Decúbito de longa duração (acamado): superior a 15 dias
Critérios de Diagnóstico:
Major:
- Défice cognitivo
- Contraturas musculares
Minor:
- Úlceras de Pressão (UP)
- Disfagia
- Incontinência urinária e fecal
- Afasia
Objetivos da Fisioterapia na Síndrome de Imobilidade:
- Reduzir a dor
- Prevenir deformidades
- Manter força muscular
- Manter amplitude de movimento
- Promover um padrão respiratório mais eficaz
- Melhorar a função motora
- Aumentar a funcionalidade
- Evitar complicações