Fomento Económico e a Crise da Monarquia em Portugal
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Fomento Económico da Regeneração
Revolução dos Transportes
Esperava-se que a política de instalação de meios de transporte e de comunicação levasse a todo o país um progresso geral.
Livre-Cambismo
O fenómeno económico assentava na doutrina livre-cambista, expressa na Pauta Alfandegária de 1852. Fontes Pereira de Melo era um acérrimo defensor da redução das tarifas aduaneiras, argumentando que:
- Só a entrada de matérias-primas a baixo preço podia favorecer a produção portuguesa;
- A entrada de certos produtos industriais estrangeiros a preços baixos beneficiava o consumidor;
- A diminuição das tarifas contribuía para a redução do contrabando.
Exploração da Agricultura Orientada para a Exportação
A aplicação do liberalismo económico favoreceu a especialização em certos produtos agrícolas de boa aceitação no estrangeiro, como por exemplo o vinho e a cortiça.
Arranque Industrial
Apesar do atraso económico de Portugal em relação aos países desenvolvidos da Europa, registaram-se alguns progressos a nível industrial:
- Difusão da máquina a vapor;
- Desenvolvimento de diversos setores da indústria;
- Criação de unidades industriais e concentração empresarial em alguns setores;
- Aumento da população operária;
- Criação de sociedades anónimas;
- Aplicação da energia elétrica à indústria.
No entanto, a economia portuguesa padecia de alguns problemas de base que impediram o crescimento industrial:
- A falta de certas matérias-primas no território nacional;
- Carência de população ativa no setor secundário;
- Falta de formação do operariado e do patronato;
- Orientação dos investimentos particulares para setores não produtivos;
- Dependência do capital estrangeiro.
Descrédito da Monarquia
Crise do Rotativismo Partidário
O modelo político de alternância no poder entre dois partidos, que caracterizara a estabilidade da segunda metade do século XIX, encontrava-se esgotado.
A Questão do Ultimato Inglês
Em tempo de nacionalismo imperialista, opuseram-se dois projetos de ocupação em África: o inglês, que pretendia unir os territórios numa faixa de norte a sul, ligando o Cairo ao Cabo, e o Mapa Cor-de-Rosa português, proposta da Sociedade Geográfica de Lisboa.
A Crise Económica
A década de 1880-1890 foi marcada por uma crise económica aguda. No final do século XIX, apesar do fomento industrial baseado no protecionismo económico, os problemas estruturais mantinham-se.
A Difusão da Ideologia Republicana
Em 1876, foi fundado em Portugal o Partido Republicano, que rapidamente conquistou a adesão das classes médias, vítimas da crise económica e descrentes da política.
A Revolta de 31 de Janeiro
Em 1891, num contexto de profunda crise económica e de rescaldo do Ultimato Inglês, um grupo de militares de baixa patente protagonizou uma tentativa de implantação da República.
Ditadura de João Franco
Em 1907, o rei D. Carlos dissolveu o Parlamento, permitindo ao ministro João Franco que governasse com plenos poderes.
Regicídio
O assassinato do rei D. Carlos e do príncipe herdeiro D. Luís Filipe, em 1908, evidenciou o total descrédito em que a Monarquia havia caído.
Ideário Republicano
As principais ideias sobre as quais assentou a atuação dos governos da Primeira República foram:
- A laicização do Estado;
- A abolição das corporações;
- O direito à instrução.
Regime Político da Constituição de 1911
A Assembleia Nacional Constituinte elaborou a Constituição de 1911 e elegeu o primeiro Presidente da República. As linhas de fundo do regime político republicano eram:
- Superioridade do poder legislativo: o Congresso da República, composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, era dotado de amplos poderes.
- Caráter simbólico da figura do Presidente da República.
- Sufrágio direto e universal para maiores de 21 anos que soubessem ler e escrever ou fossem chefes de família.