O Primeiro Franquismo (1939-1959): Evolução Política e Ideológica

O 1º Franquismo (1939-1959): Evolução Política e Ideológica

Instituições

• Exército: Defendia o regime e o seu sistema jurídico. Tinha jurisdição sobre os crimes políticos através dos "conselhos de guerra". Franco seguia a sua ideologia: anticomunismo, rejeição do separatismo e tenacidade em assuntos de política pública.
• Falange: Defendia uma síntese do patriotismo nacional e autoritarismo fascista. Franco assumiu o partido e a Falange foi diluída no chamado Movimento Nacional.
• Igreja Católica: Representava um elemento punitivo da legitimidade do regime de Franco. A Concordata de 1953 consolidou a presença da Igreja no ensino secundário e na vida intelectual. Havia uma estreita aliança entre a Igreja e o novo estado. A Igreja espanhola foi-se afastando do regime após o Concílio Vaticano II. Duas organizações tiveram grande influência: a ACNP e o Opus Dei.

Grupos ("Famílias")

• Monarquistas: Divididos entre carlistas e apoiantes de D. Juan. Os primeiros obtiveram algumas posições dentro do regime. Os últimos apoiaram inicialmente o regime, mas afastaram-se por este não restaurar a monarquia constitucional. Alguns defenderam a instauração de uma monarquia franquista.
• Tecnocratas: Muitos eram monarquistas franquistas ou membros do Opus Dei. López Rodó foi um dos representantes mais destacados. Para eles, o desenvolvimento económico geraria uma política de bem-estar que substituiria as questões ideológicas. Estas mudanças só poderiam ocorrer num regime autoritário, mas modernizado.
• Franquistas Puros: Caracterizados pelo apoio incondicional ao líder. O mais representativo foi Carrero Blanco.

A única coisa que unia estes grupos era a lealdade ao Caudillo.

Princípios Ideológicos do Franquismo

• Patriotismo Nacional: Contribuição ideológica dos militares. Visão unitária e tradicionalista de Espanha. Derivavam daqui as ideias de hierarquia, disciplina, austeridade, autoritarismo, virilidade e uma forte repressão. Eram fortemente anticomunistas.
• Nacional-Sindicalismo: O fascismo italiano como modelo. A Falange forneceu as ideias de hipernacionalismo, a ética da violência e da repressão, o sexismo, a ideia de Espanha como um império, a exaltação do líder, a gestão paternalista das empresas, os sindicatos verticais, a doutrinação política dos jovens e das mulheres.
• Nacional-Catolicismo: Defesa da religião e da moral católica, nas suas versões tradicionais. Daqui advinha a moralidade puritana, o tradicionalismo, o antiliberalismo e a imposição dos valores e da cultura católica.