Frei Luís de Sousa: Personagens, Tempo e Espaço Dramático
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Personagens Principais de Frei Luís de Sousa
D. Madalena
Tinha 17 anos quando D. João de Portugal desapareceu na Batalha de Alcácer-Quibir. Durante 7 anos procurou-o. Tem agora 38 anos, é uma mulher bela, de caráter nobre, que vive uma felicidade efémera, pressentindo a desventura e a tragédia do seu amor.
Manuel de Sousa Coutinho (mais tarde Frei Luís de Sousa)
É um nobre e honrado fidalgo, que queima o seu palácio para não receber os governadores. Embora a razão domine os sentimentos, por vezes, estes sobrepõem-se quando se preocupa com a doença da filha. É um bom pai e um bom marido.
Maria de Noronha
Tem 13 anos, é uma menina bela, mas frágil; tem tuberculose, grande curiosidade e espírito idealista. Será ela a vítima sacrificada no drama.
Telmo Pais
O velho criado, confidente privilegiado, define-se pela lealdade e fidelidade. Não quer magoar nem pretende a desgraça da família.
Outras Descrições de Personagens
D. Manuel de Sousa Coutinho (protagonista): herói romântico; filho de Lopo de Sousa Coutinho; segundo esposo de D. Madalena; fidalgo honrado e religioso; abandona o nome de batismo ao ser convertido em frei. Passa a chamar-se Frei Luís de Sousa.
D. João de Portugal: guerreiro honrado e generoso; parece ser cruel e vingativo, mas perdoa a esposa; pede a Telmo que salve D. Madalena e D. Manuel do triste fim que os aguardava.
Contexto Temporal
A ação dramática de Frei Luís de Sousa acontece em 1599, durante o domínio filipino, 21 anos após a Batalha de Alcácer-Quibir, que ocorreu a 4 de agosto de 1578.
Foco Narrativo e Estilo
Foco Narrativo
A obra teatral é narrada em terceira pessoa, pois são os próprios personagens que narram a obra.
Estilo Romancista
O texto é narrado na forma romancista, na qual se apresentam as seguintes características: Pessimismo e Nacionalismo. Os personagens agem e falam, demonstrando um grande patriotismo.
Espaço Dramático
- Ato I: Passa-se numa "câmara antiga, ornada com todo o luxo e caprichosa elegância dos princípios do século XVII", no palácio de Manuel de Sousa Coutinho, em Almada. Neste espaço elegante parece brilhar uma felicidade, que será, apenas, aparente.
- Ato II: Acontece "no palácio que fora de D. João de Portugal, em Almada; salão antigo, de gosto melancólico e pesado, com grandes retratos de família...". As evocações do passado e a melancolia prenunciam a desgraça fatal.
- Ato III: Passa-se na capela, que se situa na "parte baixa do palácio de D. João de Portugal". "É um casarão vasto sem ornato algum." O espaço denuncia o fim das preocupações materiais. Os bens do mundo são abandonados.
Características Românticas
- A crença no sebastianismo/patriotismo e nacionalismo.
- Exaltação do sentimento da liberdade individual dos cidadãos e consequente condenação do absolutismo político.
- A crença em superstições.
- Sentimentos nobres.
- A morte simbólica de Madalena e de Manuel (D. João de Portugal).
- Morte psicológica de Telmo.
- A morte física de Maria.
Características da Tragédia
- Número reduzido de personagens.
- Presença de elementos estruturais que faziam parte desse género antigo.
- Húbris: Consiste num desafio que o protagonista realiza, após um momento de crise.
- Pathos: Sofrimento das personagens, o qual aumenta progressivamente até atingir o clímax.