Freud: Modelo Tópico e Estrutural da Psique
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Modelo Topográfico (1ª Tópica)
O Inconsciente
- Contém desejos e fantasias derivados das pulsões, cujo acesso à consciência/pré-consciência foi vedado pela censura (origem do recalcamento).
 - Formado a partir do recalcamento, onde o sujeito procura repelir ou manter representações e fantasias no inconsciente.
 - Rege-se pelo processo primário (lógica própria, atemporal, sem contradições).
 - Os conteúdos inconscientes/recalcados retornam à consciência como formações de compromisso, após sofrerem deformações pela censura.
 - Surgem simbolicamente na forma de:
- Sintomas neuróticos
 - Sonhos
 - Atos falhados
 
 - Fenômeno conhecido como "retorno do recalcado".
 
O Pré-consciente
- Conteúdos não conscientes no momento, mas passíveis de acesso à consciência.
 - Opera segundo o processo secundário (lógica, temporalidade).
 - Separado do inconsciente pela censura.
 - Contribuições do conceito:
- Introdução de uma instância intermediária.
 - Distingue entre conteúdos não acessíveis (alvos de recalcamento, processos primários, no inconsciente) e acessíveis (não-alvo, acesso superior, processos secundários, no pré-consciente).
 
 
O Consciente
- Conteúdos diretamente acessíveis à percepção e ao pensamento atual; não recalcados.
 - Rege-se pelos processos secundários.
 - Funciona como um estado transitório, recebendo informações do mundo externo e do interior (pré-consciente).
 
Limitações do Modelo Topográfico
- Não explica claramente a relação entre consciente, inconsciente e as futuras instâncias psíquicas (Id, Ego, Superego).
 - Visão limitada da manifestação dos conteúdos inconscientes (foco no recalcado).
 - A censura, localizada também no pré-consciente, modifica os desejos instintivos, indicando complexidade não totalmente abordada.
 - Relação entre mundo exterior e vida pulsional pouco explorada.
 - Não aborda adequadamente os processos internos da relação parental nem a estrutura complexa do funcionamento psíquico e da personalidade.
 
Modelo Estrutural (2ª Tópica)
- As instâncias (Id, Ego, Superego) não se associam a localizações fixas; Ego e Superego possuem partes conscientes, pré-conscientes e inconscientes.
 - Foco na função, processos e dinâmicas: diferentes instâncias têm diferentes funções e interagem constantemente.
 - Explica como a estrutura da personalidade se adapta aos desejos instintivos (Id) e ao mundo externo (realidade).
 - O conflito principal passa de consciente vs. inconsciente para desejos (Id) vs. realidade e moralidade (Ego/Superego).
 - Três componentes/instâncias da personalidade: Id, Ego e Superego.
 
O Id
- Representa a teoria dos instintos no modelo estrutural; sede das pulsões inatas (vida e morte).
 - Instância mais primitiva, presente desde o nascimento; contém o herdado biologicamente e o posteriormente recalcado.
 - Totalmente inconsciente, rege-se pelos processos primários e pelo princípio do prazer (busca de satisfação imediata).
 
O Ego
- Opera segundo o princípio da realidade; exerce funções executivas (percepção, pensamento, controle motor).
 - Mantém contacto com a realidade externa; é racional, utiliza processos secundários e pode adiar a gratificação.
 - Desenvolve-se a partir do Id, diferenciando-se através das experiências com o mundo externo.
 - Opera nos níveis consciente, pré-consciente e inconsciente (onde residem os mecanismos de defesa).
 - Função de organizar as energias do Id, mediando entre as exigências pulsionais, a realidade externa e as ordens do Superego.
 - Busca a satisfação pulsional, mas dentro dos limites do possível, aceitável e seguro.
 
O Superego
- Internaliza as regras, valores e proibições sociais e parentais através da socialização (principalmente pela resolução do complexo de Édipo).
 - Origina-se na infância, com a identificação com as figuras parentais.
 - Largamente inconsciente e pré-racional em suas origens e funcionamento.
 - Responsável por sentimentos de culpa, busca por perfeccionismo, indecisão; base do pensamento ético e moral.
 - Exerce pressão sobre o Id (reprimindo desejos considerados inaceitáveis) e vigia/critica o Ego.
 - Inclui o Ideal do Ego (o que gostaríamos de ser, aspirações) e a consciência moral (proibições, o "não dever").
 - Um Superego excessivamente rígido ou punitivo pode contribuir para perturbações como ansiedade, depressão ou traços narcísicos.