Freud e Winnicott: O Brincar na Psicoterapia Infantil
Classificado em Psicologia e Sociologia
Escrito em em 
português com um tamanho de 2,46 KB
Freud
Podemos considerar que o início da psicoterapia infantil se deve à análise do Pequeno Hans. A sua técnica envolvia uma utilização do método interpretativo da análise de adultos. Durante os 20 anos seguintes, o modelo dos pais como intermediários manteve-se como dominante na análise infantil. Importa salientar que surgiu uma nova visão das funções e significados do brincar.
Freud vem explicitar a natureza simbólica da atividade lúdica, considerando-a uma função do Eu infantil na tentativa de se organizar.
Segundo Freud, as crianças representariam nos seus jogos acontecimentos ou situações que as tinham impressionado ou influenciado, numa tentativa de dominarem os seus próprios sentimentos, emoções e angústias. No brincar, a criança representaria a sua vida interna, tentando dominar a ansiedade resultante do conflito entre impulsos e exigências do Superego e da realidade externa. Assim, o brincar seguiria o princípio do prazer. Com o desenvolvimento do Ego, as limitações exercidas pelo Superego tornar-se-iam mais rígidas e as manifestações do Id, através da expressão simbólica direta, deixariam de ser possíveis. O brincar seria substituído por manifestações mais realistas e socialmente aceitáveis.
Winnicott
A teoria de Winnicott é de grande importância para a compreensão do início da capacidade lúdica. Segundo este autor, para a criança poder brincar, é necessário que tenha sido criado um “espaço de ilusão”, como sendo o seu mundo interno e externo. A criação deste espaço de ilusão depende da qualidade da relação bebê-mãe, ou seja, só é criada uma relação de confiança entre o bebê e a mãe que lhe permite tolerar a experiência de frustração.
A mãe suficientemente boa conseguirá criar uma relação com a criança que lhe permitirá criar o espaço de ilusão e caminhar para a distinção entre o dentro e o fora, interno e externo, o Eu e o Outro.
Segundo Winnicott, o espaço da ilusão é criado pelo bebê no momento em que deseja o seio materno. Se o seio não surgir ou se surgir cedo demais e não houver momento de tensão, o bebê não poderá ter confiança no seu aparecimento quando o deseja. Estes processos são o início da capacidade de brincar.