Funções e Classificação da Biotransformação de Fármacos
Classificado em Medicina e Ciências da Saúde
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Funções da Biotransformação
Transformar fármaco lipofílico em hidrofílico; finalizar a ação terapêutica das drogas no organismo; ativar o pró-fármaco (inativo). A codeína é convertida em morfina pela enzima do citocromo P450.
Fatores que Influenciam na Biotransformação de Fármacos
- Fatores Individuais: Sexo; Idade; Peso; Estado nutricional; Atividade; Gestação; Microbiota intestinal; Outros agentes químicos presentes; Hidratação; Composição genética; Estados de atividade enzimática.
- Fatores Inerentes à Administração do Fármaco: Via de administração; Local de administração; Volume administrado; Composição do veículo; Número de doses; Duração do tratamento; Frequência da medicação.
Reações de Biotransformação
Reações de Fase I: Os fármacos apolares são, em geral, inativados (ou ativados) pela formação de grupos polares; um grupo relativamente reativo (p.e.: OH-) é introduzido. Em muitos casos, preparam as moléculas para as reações de Fase II.
Reações de Fase II: A molécula endógena polar forma compostos solúveis em água.
Forma Farmacêutica
Desenvolvidas para facilitar a administração de medicamentos a pacientes de faixas etárias diferentes ou em condições especiais. A forma farmacêutica se relaciona à via de administração que será utilizada, isto é, a porta de entrada do medicamento no organismo.
Medicamentos dispostos para uso imediato: Resultante da mistura de substâncias adequadas, com determinadas finalidades terapêuticas. A maneira como os medicamentos se apresentam para o uso inclui:
- Comprimidos
- Cápsulas
- Drágeas
- Injetáveis
- Líquidos
- Pomadas ou cremes
Farmacodinâmica
É o estudo dos mecanismos relacionados às drogas, que produzem alterações bioquímicas ou fisiológicas no organismo. A interação, a nível celular, entre um medicamento e certos componentes celulares – proteínas, enzimas ou receptores-alvo – representa a ação do fármaco. A resposta decorrente dessa ação é o efeito do medicamento.
É a ciência que estuda a inter-relação da concentração de um fármaco e a estrutura alvo, bem como o respectivo mecanismo de ação. É a ação do fármaco no organismo.
“Receptores são estruturas moleculares altamente especializadas, que têm no organismo afinidade de interagir com substâncias endógenas com função fisiológica, e que podem também reagir com substâncias exógenas, que tenham características químicas e estruturais comparáveis às substâncias que ocorrem naturalmente no organismo.”
Alguns medicamentos são relativamente não seletivos, atuando em muitos tecidos ou órgãos diferentes (ex.: Atropina - R.M. Olhos e trato respiratório). Outros medicamentos são altamente seletivos e afetam principalmente um órgão ou sistema isolado (ex.: Digitalis - cérebro).
Classificação
- Quanto ao Mecanismo de Ação dos Fármacos:
- Fármacos Estruturalmente Inespecíficos
- Fármacos Estruturalmente Específicos
Fármacos Estruturalmente Inespecíficos
A atividade terapêutica destes fármacos resulta de sua interação com pequenas moléculas ou íons encontrados no organismo. Efeitos colaterais são aceitores.
- Aceptores: Alvos farmacológicos que não desempenham função na terapêutica do paciente (ex.: proteínas plasmáticas).
Fármacos que dependem exclusivamente de suas propriedades físico-químicas determinam sua potência (ex.: anestésicos gerais).
Fármacos Estruturalmente Específicos
A atividade terapêutica destes fármacos resulta de sua interação com sítios bem definidos (receptores), apresentando um alto grau de seletividade. Os fármacos desse grupo também apresentam uma relação definida entre sua estrutura e a atividade exercida.
Classificação de acordo com o Local que Atuam:
- Enzima
- Proteínas Carregadoras
- Canais Iônicos (Ionotrópicos)
- Receptores
Fármacos que Interagem com Enzimas
AINE inibem COX.
Fármacos que Interagem com Proteínas Carregadoras
Anfetaminas e antidepressivos.
Fármacos que Interagem com Canais Iônicos
Ex.: Anestésicos que bloqueiam os canais de sódio, impedindo a despolarização das membranas neuronais.
Fármacos que Interagem com Receptores
Adrenalina, serotonina, agonistas ou antagonistas.
Propriedades dos Fármacos
- Características dos Receptores
- Interação entre o Fármaco e o Receptor
Fármaco Agonista
Intensifica, ativa ou estimula um receptor.
Fármaco Antagonista
Interage com um receptor, mas não estimula, impedindo as ações de um agonista. Podem ser competitivos (compete com o agonista pelos sítios receptores reversivelmente) ou não-competitivos (ligam-se aos sítios receptores irreversivelmente e bloqueiam os efeitos do agonista).
Alvos para Ação de Fármacos
- Agonistas – ativam receptores, induzindo respostas celulares e moleculares do receptor.
- Antagonistas – podem se combinar aos mesmos receptores sem causar ativação, impedindo a resposta do agonista.
Características dos Receptores
- Reconhecem o ligante correto dentre todas as substâncias que circulam no organismo.
- Acoplam-se aos seus ligantes com alta afinidade.
- Determinam as relações entre concentração da droga e efeitos farmacológicos.
- São responsáveis pela seletividade da ação das drogas.
- Determinam as ações dos agonistas e antagonistas.
Farmacodinâmica
Só a droga livre se liga ao receptor para fazer efeito; a farmacocinética interfere na quantidade livre para se ligar aos receptores. Só neste momento é que começa a fazer efeito farmacológico.
Efeitos Colaterais do Fármaco
São os efeitos provocados pelo medicamento, diferentes do efeito principal. Ocorre devido à falta de especificidade do medicamento.
Efeitos Tóxicos
Ocorrem devido ao efeito principal do fármaco (ex.: hemorragia por uso de anticoagulante ou hipoglicemia pela insulina).
Tolerância
É uma redução mais gradual na resposta a um fármaco, em dias ou semanas.
Taquifilaxia
É uma redução rápida e aguda na resposta a um fármaco.
Hipersensibilidade
É um estado de maior efeito de droga em comparação ao efeito na maioria dos indivíduos. Geralmente designa respostas alérgicas.
Farmacodinâmica
O estudo do mecanismo de ação da droga é de grande importância, não só para o uso racional adequado e consciente da droga, como para a elucidação de fenômenos fisiológicos e bioquímicos nos diversos níveis da estrutura do organismo.