Fundamentação da Moral: Éticas Teleológicas vs. Deontológicas

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Conceitos Fundamentais

  • Nas éticas teleológicas, o mais importante é o fim a atingir. Uma ação é considerada boa quando contribui para atingir o fim predeterminado.
  • Nas éticas deontológicas, o aspeto central são os princípios que permitem diferenciar o certo do errado. Uma ação é considerada boa se obedecer a determinados princípios.

Ética Utilitarista de John Stuart Mill

O utilitarismo é uma corrente teleológica que aponta a felicidade como objetivo moral a atingir.

  • A regra base do utilitarismo é o princípio da maior felicidade. De acordo com ele, devemos procurar trazer, com cada ação, o melhor bem possível ao maior número de pessoas possível.
  • O Estado e a educação devem contribuir para o princípio da maior felicidade.
  • O sacrifício do bem individual é aceitável por si só. Este só é valorizado quando contribui para o princípio da maior felicidade.
  • Enquanto o hedonismo apenas faz uma análise quantitativa dos prazeres, o utilitarismo considera importante analisar também a sua qualidade.
  • Os prazeres superiores estão associados à atividade intelectual, enquanto os inferiores são os prazeres físicos.
  • O utilitarismo é uma teoria consequencialista: uma ação apenas é considerada boa se as suas consequências tiverem uma utilidade prática.
  • A teoria utilitarista deixa de lado a análise das intenções.
  • O utilitarismo permite justificar ações que consideramos reprováveis.

Ética Formal de Immanuel Kant

A ética formal de Kant é uma corrente deontológica que considera o bem como a única meta da moral.

  • Kant considera que a razão desempenha um papel fundamental na forma como o sujeito constrói o seu universo moral.
  • A boa vontade é a única coisa verdadeiramente boa no mundo, pois é em função dela que tudo o resto é bom.
  • As ações praticadas de acordo com o imperativo hipotético não têm valor moral porque estão associadas a uma motivação interesseira, que desaparece no momento em que o interesse do indivíduo deixa de existir.
  • A moral deve ser autónoma em relação à busca da felicidade. Se fosse fundada neste objetivo, a raiz seria um interesse egoísta.
  • O sujeito só é realmente autónomo quando obedece à lei moral.

As Três Formulações do Imperativo Categórico

Kant apresenta 3 formulações do imperativo categórico:

  1. A máxima da nossa ação deve poder tornar-se numa lei universal;
  2. Todos os seres racionais devem ser respeitados como fins em si mesmos e não como simples meios;
  3. As máximas das nossas ações devem poder servir como leis universais para todos os seres racionais.

É muito difícil aplicar a ética de Kant na prática. Só uma vontade santa conseguiria pôr totalmente em prática esta moral.

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