Fundamentos Essenciais do Basquetebol: Guia Completo

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1. Posição do Jogador no Ataque

1.1. Sem Bola

Visão: Visão periférica. Você deve ver e entender o que está acontecendo em todo o campo.

  • Pés: Na largura dos ombros, com o peso distribuído principalmente na parte da frente.
  • Pernas: Joelhos ao centro, dobrados, centro de gravidade baixo.
  • Tronco: Para cima e ligeiramente inclinado para a frente.
  • Braços: Separados do corpo, curvados.
  • Cabeça: Vertical.

1.2. Com a Bola

A) Posição de Tripla Ameaça

Pronto para arremessar, passar ou driblar. Pés na largura dos ombros, braços e tronco retos, bola na altura do quadril, pronto para enfrentar a defesa e a pressão.

B) Bola na Altura do Peito

Usada para inverter a bola. O jogador pega a bola e observa tudo ao redor. Não é necessário manter a tripla ameaça, mas há desvantagem para saltar ou arremessar.

C) Bola Abaixo

Pernas e bola entre elas, cabeça erguida. Permite fintas e dribles que resultam em uma posição vantajosa.

D) Bola no Pescoço

Serve para proteger a bola, mantendo-a próxima ao pescoço.

E) Mudança da Bola de um Lado para o Outro

  • Ao redor da cintura.
  • Com a bola perto do corpo e segurada firmemente, com as polpas dos dedos.
  • Por baixo, entre as pernas.
  • Por cima da cabeça.
  • Por trás das costas.

2. Pegada e Domínio da Bola

2.1. Pegada (Fixação)

Segurar a bola com firmeza e com as pontas dos dedos, sem tocar a bola com as palmas das mãos. O polegar e o indicador devem formar um ângulo de 90 graus com o equador da bola. Cobrir o máximo possível da superfície da bola.

2.2. Domínio

O jogador comanda a bola. Ele trabalha com as duas mãos e tem conhecimento da bola.

2.3. Proteção

Deve ser feita utilizando o corpo e os cotovelos como pivôs para a proteção. Podemos atacar ou pressionar a nossa defesa.

3. Movimento de Pés no Ataque

3.1. Arranque (Torn)

Ação de fazer o corpo se mover rapidamente para a frente com o impulso de um pé, enquanto o outro se move para a frente e o tronco está inclinado para ganhar velocidade. A velocidade de arranque depende da velocidade de reação e da energia.

Distinguimos:

  • Arranque Direto: O pé mais próximo da direção desejada avança.
  • Arranque Cruzado: O pé mais distante avança na direção oposta.

3.2. Paradas

3.2.1. Paradas Sem a Bola

  • Parada em Um Tempo (Jump): Os dois pés tocam o solo ao mesmo tempo. O corpo fica ligeiramente para trás, o salto é de baixa altitude e com os joelhos dobrados. Pés paralelos e na largura dos ombros, tronco reto e cabeça erguida.
  • Parada em Dois Tempos (Passo): O primeiro passo serve para compensar a velocidade, o peso fica no outro pé. Os detalhes da postura são os mesmos descritos acima.

3.2.2. Paradas Com a Bola

  • Parada em Um Tempo (Jump): O corpo sai do drible (exceto se estiver driblando), caindo com os dois pés ao mesmo tempo. Deixar cair um pé ligeiramente à frente.

3.3. Pivô

Realizado com um pé fixo (pé de pivô) e um móvel (pé livre). Uma vez escolhido o pé de pivô, ele não pode sair do chão até que a bola seja solta. Se a bola for solta, o jogador pode voltar a apoiar o pé livre antes de arremessar. O pivô é realizado no antepé, com postura equilibrada, cabeça para cima e girando o corpo todo.

Podemos distinguir:

  • Pivô Frontal ou Exterior: Na direção da ponta do pé.
  • Pivô Traseiro ou Interior: Na direção do calcanhar.

3.4. Mudança de Direção Sem a Bola

Destina-se a superar a distância ou distrair o defensor. Uma mudança de direção pode ser normal ou reversa.

3.4.1. Mudança de Direção Normal

Oposta à direção que se deseja tomar. Parar em dois tempos, com a perna da frente apontando para a nova direção. Girar para a frente com duas opções de saída:

  • Saída Cruzada: O pé direito avança à frente do defensor com um passo.
  • Saída Aberta: O pé de trás se move em um passo curto e rápido.

3.4.2. Mudança de Direção Reversa

Sentido anti-horário. Avançar em dois tempos, deixando o pé mais próximo para a nova direção. Realizamos uma reversão dinâmica, com um passo enorme, deixando o defensor para trás.

3.5. Mudança de Ritmo

Variação abrupta da velocidade.

3.6. Finta de Recepção

Ação para nos colocar em posição vantajosa.

3.6.1. Simples

Parar em dois tempos, com o pé mais próximo da linha de fundo à frente. Recomendamos fortemente que você consiga uma boa linha de passe. Oferecer a mão mais afastada do defensor e, depois de recebê-la, ficar de frente para a cesta em uma tripla ameaça.

3.6.2. Back Door (Porta dos Fundos)

Se o defensor pressionar a linha de passe, fazer uma parada em dois tempos. É essencial que a mudança de direção seja forte e explosiva.

4. Passe

4.1. Geral

Aspetos de um bom passe: Escolher o passe certo, correr bem, saber quando passar, dominar todos os tipos de passes.

Princípios Fundamentais:

  • Concentração.
  • Não telegrafar o passe (usar visão periférica).
  • Passes rápidos e precisos.
  • Bom ângulo.
  • Usar pivôs para melhorar o ângulo.
  • Encontrar um parceiro.

4.2. Ângulo de Passe

Se não houver ninguém entre o passador e o recebedor, diz-se que há um bom ângulo de passe. O passe deve procurar o recebedor, e o jogador com a bola fará todo o possível para conseguir um bom passe. O passe deve ser o menos provável de ser interceptado pelo defensor.

4.3. Recebedor Parado ou em Movimento

A) Parado

Passar sempre que solicitado pelo recebedor. O passe deve ser preciso, e o recebedor deve ir em direção à bola.

B) Em Movimento

O passe deve ir à frente, calculando a velocidade do recebedor. Devemos levar em conta a rapidez dos defensores.

4.4. Passe de Peito com 2 Mãos

Rápido e seguro, para todas as distâncias.

A) Execução

Posição básica de ataque equilibrada, sem olhar para o alvo. Cotovelos em postura relaxada. Ligeira rotação da bola de baixo para cima. Estender os braços com um golpe de pulso. Os braços ficam estendidos, as mãos abertas e as palmas voltadas para fora e para baixo.

B) Erros

Cruzar os braços, telegrafar o passe, passar apenas com a mão dominante, não fazer o movimento do pulso.

4.5. Passe de Peito com 1 Mão

A) Execução

Mão à frente sobre o pivô, bola com ambas as mãos. Colocar a mão de passe atrás da bola e iniciar a extensão do braço, terminando com um golpe de pulso. A mão ficará aberta com a palma voltada para o chão.

B) Erros

Cruzar o pé à frente do defensor, o pé de pivô à frente do defensor.

4.6. Passe Picado com 2 Mãos

Iniciar a partir da posição básica, quadris baixos ou tripla ameaça (costas). Braços para a frente, mas para baixo. Apenas com um simples movimento do pulso, as palmas das mãos ficam voltadas para o chão e para fora. O ressalto ocorre a cerca de 2/3 da distância total. Distâncias curtas e médias.

4.7. Passe Picado com 1 Mão

Idêntico ao passe de peito com 1 mão, mas o braço é projetado para o chão. Distâncias curtas e médias.

4.8. Passe por Cima da Cabeça

A bola é colocada sobre a cabeça com as duas mãos e um pequeno avanço (cotovelos para a frente e polegares para trás). Iniciar a extensão dos braços e o movimento do pulso. Distâncias curtas e médias.

Erros básicos: Carregar a bola atrás da cabeça e esticar os braços.

4.9. Passe por Cima (Após Drible)

Após o drible. Movimento rápido com um simples movimento do pulso. Os dedos ficam abertos para cima, palma da mão. Distâncias curtas e médias.

4.10. Passe de Beisebol

Para longas distâncias. Segurar a bola com as duas mãos na altura da orelha. A mão de passe fica atrás da bola. A perna da mão de passe avança. Quando o braço forte avança, a perna de trás acompanha. A bola será segurada com as duas mãos até chegar ao ombro. Soltar a bola antes que o pé de apoio toque o solo. A trajetória da bola será ligeiramente parabólica.

4.11. Entrega (Passe Curto)

Para entregar a bola a um companheiro que vem buscar o pivô. Devemos proteger a bola, mantendo-a longe do nosso defensor e do nosso companheiro.

5. O Drible

5.1. Generalidades

Driblar deve ser tão natural quanto caminhar. Temos que controlar a bola com as duas mãos e saber quando e onde driblar. Deve ser utilizado apenas quando necessário, e não como um vício.

5.2. Posição Básica

Pés semi-flexionados e peso corporal distribuído. Posição confortável, aberta, na altura dos ombros. Não olhar para a bola e empurrá-la suavemente com as pontas dos dedos. Mão aberta e cotovelo afastado do corpo. O drible deve ser lateral e não frontal. Não exceder a altura dos quadris, e o braço oposto deve estar em posição normal (de proteção).

5.3. Drible de Velocidade

A bola tem uma incidência longa. Corpo inclinado para a frente, com a bola na altura dos quadris e a cabeça erguida. Pode-se alternar as mãos.

5.4. Drible de Proteção

Posição de flexão com a perna e o braço oposto ao drible à frente. Colocar o corpo entre o defensor e a bola. Pés afastados na largura dos ombros, com o peso distribuído, costas retas e cabeça erguida. O drible deve subir até o joelho.

6. O Arremesso

6.1. Mecânica do Arremesso

  • Pés: Na largura dos ombros, apontados. O pé da mão de arremesso deve estar ligeiramente à frente.
  • Pernas: Joelhos dobrados, joelho e pé na vertical.
  • Tronco: Ligeiramente inclinado para a frente.
  • Posição da Bola: Pouco acima da têmpora. O braço de arremesso dobrado em um ângulo de 90 graus, com o antebraço e o pulso na direção do chão. Cotovelo, joelho e pé na mesma linha vertical em direção ao aro. A bola repousa na mão de arremesso, mas nas polpas dos dedos.
  • Braço Oposto: Dobrado, segurando a bola até a metade lateral. Cotovelo ligeiramente aberto e sem tensão. O prolongamento dos dedos forma um “T”.
  • Cabeça: Garganta reta e relaxada, cabeça erguida e olhando para a cesta.

Ação Final dos Braços

  1. O braço de arremesso vai para cima e para a frente.
  2. O pulso conduz a bola com os cinco dedos estendidos.
  3. Dedos rígidos em direção ao aro.
  4. A mão espalmada apoia perfeitamente.
  5. Os braços não devem ser baixados para o chão imediatamente.

6.2. Arremesso em Suspensão

A mecânica é a mesma. Quatro fases:

  1. Salto: Vertical, sem arco, bom equilíbrio, impulsionado pelos pés.
  2. Pausa: Manter a posição.
  3. Arremesso: No ponto mais alto, com os pés e a bola seguindo a trajetória protegida.
  4. Queda: Cair no mesmo lugar do salto, com os braços esticados em direção à cesta.

6.3. Erros Frequentes

  • Juntar os pés ou separá-los demais.
  • Joelhos não estarem na mesma linha do pé e do cotovelo.
  • Cotovelo aberto.
  • Não olhar para a cesta.

6.4. Arremesso de Gancho

Útil perto do aro. Começa de costas para a cesta. Assumir uma posição de equilíbrio, costas retas, pés afastados e dobrados. Subir a bola até o nível da cabeça com a mão de arremesso por baixo.

  • Lançamento: O braço se estende para cima, quase em extensão completa, e o movimento do pulso é conduzido pelo dedo anelar.

6.5. Gancho em Suspensão

Idêntico ao arremesso de gancho, mas com a posição lateral do corpo em relação à cesta. Na queda, os braços devem permanecer estendidos.

6.6. Lance Livre

Exige grande concentração, confiança e relaxamento, além de uma rotina. O movimento deve ser contínuo, dos pés até os dedos das mãos, e sem salto.

7. Bandeja (Entrada para o Cesto)

7.1. Mecânica da Entrada

Pelo lado direito, o primeiro passo é com o pé direito e o segundo, muito mais curto, com o pé esquerdo. Puxar a perna e a mão para cima, com os joelhos dobrados em direção à cesta.

Maneiras de Finalizar:

  • Bandeja: Arremessar com a mão de arremesso, conduzindo a bola delicadamente no cesto.
  • Normal: O mesmo que um arremesso, em direção à tabela, com um movimento do pulso.

7.2. Bandeja em Passada

Geralmente puxando paralelamente à tabela ou puxando para trás e arremessando a bola bem para trás.

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